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sábado, 18 de dezembro de 2010

A Aurora Boreal

A linda Aurora Boreal a iluminar o Alasca e meus sonhos......






Nesta época do ano sempre me vêm a cabeça imagens bacanas, às vezes até algumas que ainda não vi ao vivo, como a aurora boreal. Não é a toa que a famosa "aurora" já deu origem a muitas lendas. Nos tambores dos xamãs sami, um dos nomes dados ao fenômeno é Gouvssahas, que significa "luz que pode ser ouvida". Para os vikings, a aurora boreal era a armadura brilhante das valquírias, e, de acordo com uma lenda japonesa, a concepção de um filho sob a aurora boreal trará sorte. Mas a realidade consegue ser ainda mais interessante: originadas pelo sol, a aurora boreal é o resultado de fortes explosões que lançam grandes quantidades de partículas eletrizadas em direção à Terra. Essas partículas são lançadas a uma velocidade de 300 km/s a 1000 km/s, e ao colidirem com os gases atmosféricos, começam a incandescer, formando aquela pintura fantástica! nunca vi nada parecido, ainda mais tão longe assim.... Mas nunca é uma palavra muito forte, e longe é um lugar que não existe (não é, Richard Bach?). Então, quem sabe um dia eu ainda apareça lá no Alasca ou mesmo na Noruega?! Adeus ano velho, FELIZ ano novo a todos, e com nuances multicoloridas....Se não temos uma aurora boreal, pelo menos um céu tropical repleto de arco-íris e muitos sonhos que ainda estão por vir!!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Os pássaros do mar

Do alto da ilha de Santa Bárbara o Atobá branco parece querer conversar comigo. Ficamos assim um bom tempo, até que ele desceu da pedra e veio me bisbilhotar. Vendo que eu não tinha nada que lhe interessasse, partiu...
Duas Fragatas em pleno voo, onde se vê um macho com seu papo vermelho estufado, característico desta espécie. Esta foto é de Jan Sevcík, da naturfoto.
Sobrevoando a ilha Sueste e as águas azuis e transparentes, voa um Atobá marrom pronto para mais um mergulho certeiro atrás do seu peixe!
Eis uma Fragata descansando nas pedras basálticas (faz parte da origem vulcânica das ilhas)
Um casal de Atobás curiosos comigo ali sentada tentando convencê-los a posar para mim. A formação vulcânica das ilhas não permite nenhuma vegetação, a não ser essa bem rasteira. O branco nas pedras é dos guanos dos pássaros, com seu cheiro forte de amônia, argh!
Um Atobá branco e seu filhote, esperando o parceiro voltar do mar com o "breakfast"do dia!
Na ilha Redonda está o ninhal das Fragatas, que a essas alturas estão lá no alto procurando um peixe a ser roubado. Sim, a Fragata é preguiçosa! E se tem um peixe dando sopa na boca de outro pássaro, ela nem pensa duas vezes, ao invés de molhar seu "corpicho" na água!
Um grupo de Atobás brancos no alto da ilha Santa Bárbara apreciando mais um dia belo no meio do oceano... Ao longe, a ilha Sueste.
Na ilha de Santa Bárbara o sol nasce às 5:00 em ponto, e o preguiçoso Atobá dá seu primeiro voo. Hora de começar a trabalhar!
Esperando um barco de visitantes a desembarcar na ilha Siriba para mais um "safári fotográfico". Como se percebe, o sol estava demais! Ah se não fossem meus óculos, boné e protetor 100!



Impossível imaginar o mundo sem os pássaros. Sempre em minhas viagens a ambientes naturais procuro retratar essas aves e seu voo, pleno de harmonia. Sua visão privilegiada lá de cima me causa arrepios! Leonardo Dá Vinci já se interessou pelo voo dos pássaros em 1483, em Milão, pensando na possibilidade humana de voo de forma mecânica. E assim ele disse: "Da montanha que tem o nome o grande pássaro, empreenderá o voo o famoso pássaro, que encherá o mundo de sua grande fama". Hoje sabemos de suas famosas invenções voadoras. Mas foi numa dessas "expedições ecológicas", quando fiquei 4 meses em uma ilha, que pude conviver mais de perto com essas criaturas tão fugazes e encantadoras. Leve é o chão em que pisamos (e como!), lá em cima é uma tremenda luta pela sobrevivência. É, são poucos os homens que sabem voar, e são poucos os pássaros que não podem....Eu, como faço parte dos seres que não têm asas, contento-me em observá-los. Durante minha estadia no arquipélago de Abrolhos ao sul da Bahia, tive tempo de sobra para observar o Atobá Branco, a Fragata, o Benedito, o Atobá Marron e o Trinta-réis preto e branco, entre aves migratórias e residentes naquelas ilhas. Para os visitantes que chegam ali, somente é permitido o desembarque na ilha Siriba para um "safári fotográfico", durante 20 minutos no máximo. As aves dão um show a parte, como os atobás e seus voos rasantes no mar em busca de peixe, as grazinas tentando proteger seus ninhos sob as pedras, as fragatas plainando no ar e esperando a hora exata de roubar o peixe de algum atobá distraído. Fotógrafos da National Geographic já passaram ali dias e horas a fio para captar momentos sublimes dos pássaros em seu habitat natural. Ah, como é boa essa vida! Só nos resta voar........por isso sonho.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Brasília, a terra prometida?

O colorido dos vitrais faz você viajar e imaginar que está dentro de uma nave! Os anjos suspensos de Alfredo Ceschiatti parecem brincar de pique lá em cima. É... o interior da catedral realmente encanta!
A Catedral de Brasília começou a ser construída em 1958 e foi concluída em 1970. Lá dentro os vitrais coloridos dão todo o ar de sua graça! Em tons de azul e verde, foram pintados por Marianne Piretti. Os sinos foram doados pela Espanha e o altar pelo papa Paulo VI. Ah, a via sacra é de Di Cavalcanti!
O piso do templo é todo em granito em forma de espiral, onde o visitante percorre o caminho de cor escura no sentido anti-horário, o que representa a jornada difícil do ser humano em busca do equilíbrio. A faixa clara, no sentido horário, representa a trilha iluminada pelos valores morais e espirituais adquiridos pelo esforço próprio.
Esta é a Pirâmide do Templo da Boa Vontade, também conhecido como templo da Paz, tendo como supremo objetivo confratenizar seres terrestres e celestes de todas as etnias...(Hã?)
O Museu Nacional de Brasília fica na Esplanada dos Ministérios. E, só para variar, foi projetado por Oscar Niemeyer. Seu formato de cúpula lembra a preferência do arquiteto pelas formas arredondadas.
Espelho D'água do Congresso Nacional
Senado, a bacia virada para baixo (será que é por isso que tudo entorna ali dentro???)
Câmara dos Deputados, a bacia virada para cima.
A Praça dos Três Poderes, com o Congresso Nacional ao fundo. Foi projetada em 1957 por Lúcio Costa, com arquitetura de Oscar Niemeyer. Ali estão o Palácio do Planalto (sede do poder executivo, 1958), Supremo Tribunal Federal (poder judiciário, 1958), Congresso Nacional (poder legislativo, 1958) e Panteão da Pátria Tancredo Neves, 1985.
Mural "Alegoria de Brasília" de Di Cavalcanti, pintado em óleo sobre tela. Foi feito especialmente para o Congresso e fica no salão verde da câmara dos deputados.
Entrada do Supremo Tribunal Federal, a Corte mais importante do país.
"Os Candangos" , estátua de 9 metros de altura, feita de bronze em homenagem aos construtores de Brasília.


Não tem nada para fazer em Brasília? Não é bem assim. Pode até ser uma cidade tediosa, onde nos fins de semana todo mundo some dali! Os brasilienses são super simpáticos e tem gente de todo canto do país. Tudo bem que é uma cidade que foi feita à régua e em grandes blocos de concreto. Mas a beleza retilínea tem lá seus encantos. A Praça dos Três Poderes sai um pouco da "linha" e compensa qualquer visão na vastidão do cerrado! Dois dias na capital federal já são suficientes para quem quer apenas passar para conhecer. Um bom começo é a Esplanada dos Ministérios, onde se encontra a Catedral de Brasília, uma das inúmeras obras primas do gênio Oscar Niemeyer. Mais adiante se vê o Congresso Nacional com sua arquitetura limpa e concreta (pena que ali dentro são tomadas muitas decisões tortas para o país!) Em frente está a Praça dos Três Poderes, e em seguida o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. Para quem gosta de história, o Memorial JK abriga o túmulo de seu fundador: Juscelino Kubitschek. Já que estamos aí, não custa nada conhecer o "Palácio de Tábuas" - o Catetinho, a primeira residência de JK, projetada por Niemeyer. A mudança da capital do Brasil para o interior já era pensada desde o Brasil Colônia. Na época, um cartógrafo genovês já sugeriu a mudança da capital para a região central. Mas foi Dom Bosco, o santo italiano, que em um de seus sonhos premeditou: "quando vierem escavar as minas ocultas, no meio desses montes, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível..." Bom, depois de um dia cheio e quente, sim, porque em Brasília você sente que o sol faz parte do seu corpo, e não larga! Nada melhor do que relaxar na piscina (fria!) do hotel ou dar uma esticada até o "eixinho norte", no Bar do Brasil ou no Café do Brasil (por que será?!). Ok, segundo e último dia. O melhor agora é um roteiro light. Eu não conheço, mas dizem que o Parque Ecológico Ermida Dom Bosco é muito bonito, e do alto se tem uma vista panorâmica da cidade. Já o Templo da Legião da Boa Vontade é uma Pirâmide enorme onde fica o Parlamundi - Parlamento Mundial Ecumênico. Lá dentro é o lugar ideal para recarregar as energias sob um cristal de 21 kg! Não sou adepta de nenhuma religião, mas respeito todas as crenças do bem e que transmitem uma energia boa. O Parque da Cidade é outra opção para quem gosta de curtir a natureza, andar de bicicleta ou simplesmente ficar ali quietinho, observando tudo e refletindo sobre a vida. É....acho que em dois dias não dá para morrer de tédio!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mamãe Noel

Mamãe pinguin e sua família feliz num dia branco de verão antártico. Ainda bem que lá não tem shopping center! Já pensou o que esses pequeninos pinguins iriam querer de natal? No mínimo, um pacote congelado de lulas e camarões fresquinhos embrulhado para presente!!!




Sou uma apaixonada pelas músicas de natal nesta época do ano, especialmente as instrumentais ou as óperas! Deixo aqui um pouco de Andrea Bocelli e seu "White Christmas". Mas este mês de natal é uma correria...Nos shoppings, uma loucura só, tem que tirar sua paciência lá do fundo do baú, senão é melhor ficar em casa. Eu, que não sou mãe, vejo as mamães de carteirinha de um lado para o outro tentando, em vão, segurar seus pimpolhos em meio a tantos brinquedos nas vitrines......Foi num dia desses que me lembrei de uma crônica de Marta Medeiros, a qual vou transcrever aqui uma parte. Divirtam-se nas compras...e que venha o ano novo!!! " Sabe porque Papai Noel não existe? Porque é homem. Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa da família, ele que nem compra as próprias meias? Quem vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no corredor? Quem toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só abandonou o marron depois que conheceu o azul marinho? Quem andaria num trenó puxado por renas, sem ar condicionado, direção hidráulica e air-bag? Quem pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em troca o sorriso das criancinhas? Ele não faria isso nem pelo sorriso da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe!......Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado? Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem deveriam acreditar mais."

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

E assim termina a caminhada

Num dia lindo como este, que tal parar num lago azul formado pela maré e usar a água como espelho?
Trancoso já dá saudades! Suas casinhas multicoloridas convidam ao encontro com a "baianidade". Ali pude provar o mais delicioso sorvete de iogurte natural com mel silvestre, granola e calda de hortelã, e inúmeros passarinhos ao redor curiosos querendo provar também!
E no meio do caminho tinha uma praia linda, águas transparentes, conchinhas brilhantes ao sol e uma canoa: Itaquena é o seu nome!!!
Mais uma praia deserta, e a lua já ía despontando lá longe. Vale lembrar que praia assim, só mesmo na baixa temporada!
A caminho de Curuípe uma praia cheia de pedras negras lindas! Fiquei na dúvida sobre sua formação, pena que as pedras não falam...
Curuípe vista de cima, não parece um paraíso perdido?
Ao longe já se vê Trancoso. Mais uma boa caminhada na areia branquinha...e quente!
Pegamos uma carona nesta escuna para chegar a Porto Seguro.
Porto Seguro tem de tudo um pouco, bolsas de palha, carrancas de madeira e indiozinhos querendo te vender qualquer coisa o tempo todo!



De novo com os pés na areia e a nossa caminhada parece não ter fim! Curuípe é a próxima parada. Lugar aconchegante e de uma beleza ímpar, principalmente em noite de lua cheia à beira da praia. Já foi um refúgio quase deserto um dia. Hoje suas terras valem ouro! Mas eu já me sinto rica só de estar ali, sem possuir um grão de areia sequer. Do ponto mais alto de Curuípe já se avista Trancoso. Mas, infelizmente, nossos passos não vão tão rápido quanto a vista alcança. Devagar e sempre, aí vamos nós Trancoso! Que sossego (fora de temporada, claro!). Fui em setembro e encontrei um lugar calmo, leve e solto. Mas se vai chegando o verão......O que antes era um local tranquilo para se desligar do mundo, deu lugar a um turismo eclético em plena expansão. Ali ferve com figurinhas tarimbadas, gente famosa e artistas. Hora de ir adiante até Arraial D'Ajuda. Ufa! Enfim já dá para dormir em um hotel, comer num bom restaurante e tomar banho de água quente!!! Não que os banhos de rio fossem ruins, entenda bem.... O quê, não vai me dizer que já está com os pés doendo? Relax, é hora de pegar uma carona em uma escuna e seguir até Porto Seguro. Já fui algumas vezes a Porto Seguro, mas a cada ano que passa, com o acelerado crescimento urbano e os vôos internacionais, a cidade se tornou turisticamente comercial e recebe visitantes do mundo inteiro o ano todo, uma loucura! Se você quer sossego neste verão, esqueça. É claro que com tudo isso os problemas ambientais também vão crescendo. Mas esta já é uma outra estória... Ainda assim, é impossível olhar o mar e não se maravilhar com sua cor, imensamente azul! É....você é mesmo um privilegiado. E termina aqui minha caminhada, com a certeza de ter conhecido e participado de mais um pedacinho da história do Brasil. Au Revoir!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ser carioca...





Ser carioca é......não dar as costas ao que está acontecendo. Cobrar dos governantes o que é de responsabilidade deles. Mas também vamos fazer a nossa parte e ficar atentos. Não adianta fechar os olhos e fingir que não é com você. Ou ter um pensamento fatalista imobilizante, segundo Paulo Freire: "A realidade é assim mesmo, o que podemos fazer?" Isso engessa a população contra a realidade social! E só para relaxar, vale a pena ver um documentário: "Os caras e as caras". São vários depoimentos de gente do Rio, os cariocas naturais e os adotivos. Como o carioca é bom de papo, imagina a lista de entrevistados, enorme!!! Segundo os diretores, o Rio é um resumo do mundo. E concordo plenamente. O Rio é coração de mãe. Rio de quem nasceu no Rio e de quem foi parido acolá e acolhido aqui. O Rio não afasta, o Rio acolhe. Não separa as pessoas por nacionalidade, e tudo termina em samba. Deixo aqui um pouco de mar para acalmar os ânimos e um abraço apertado à minha cidade querida e com sede de PAZ!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

E o trekking continua...

Na despedida de Corumbau, nada melhor do que parar num restaurante bem simples e típico do lugar, com estacionamento de "jegue" na porta, e tomar uma, duas, três águas de coco bem geladas! Eis aí nosso combustível para continuar a caminhada...
As águas cristalinas de Corumbau, o azul do céu e mar e suas areias branquinhas.....nenhuma foto consegue mostrar, só mesmo estando lá, ao vivo e à cores!!!
Final do dia e já estamos em Corumbau, ufa! Dormimos em uma pousada bem simples nesta praia. No dia seguinte o céu e o mar estavam estupidamente azuis!
Logo na entrada da aldeia, uma indiazinha nos recebe toda sorridente oferecendo colares de semente de Pau-Brasil. Sua carinha redonda e seu jeito tímido nos encantou!
É claro que antes de partir da aldeia rolou muita troca de bonés, cintos, camisetas. Eu acabei trocando meu chapéu de pano branco por um prato e um garfo feitos de Pau-Brasil.
Uma pausa para conversar com o cacique e ouvir suas histórias, reclamações da FUNAI, do governo.....mas também sua vida, a caça, os peixes...
Aqui já estamos quase chegando a Corumbau. O sul da Bahia é pontilhado de rios, todos desesperados para chegar até o mar!
Uma pausa para descanso bem no alto, enquanto lá embaixo a maré desce lentamente...
Na hora de ir embora de Caraíva, onde está o barco? Pronto, mais um banho de rio! Tivemos que atravessar com a água pela cintura, driblando a correnteza e levantando a mochila com as mãos!
As casinhas de Caraiva são bem coloridas e pintadas com artesanato local, usando folhas de coqueiro, palha de coco e cola feita com cores da areia do lugar.
A praia de Caraíva praticamente deserta ao final do dia, que maravilha!


E assim caminha a humanidade rumo a Corumbau, sul da Bahia. Com um olho na terra e outro no mar, certos trechos da praia ficam inviáveis para passar na maré alta. Adoro quando isso acontece, se estou mais animada vou passando com a água no meio da perna! Ou então, é só levantar a poeira e dar a volta por cima, literalmente. Neste ponto é bem provável que você já esteja em terras indígenas. Ali vivem os "Pataxo" em torno do Monte Pascoal. Agora o espírito aventureiro vem à tona, e é claro que eu não podia deixar de visitar a aldeia "Barra Velha", na parte baixa da praia. Mesmo um tanto quanto aculturados, os índios merecem muito o nosso respeito. Recomendo conhecer o cacique. Mostre interesse pelo seu povo, sua história e não se esqueça de agradecer na saída! Saindo das terras do Parque Nacional do Monte Pascoal chegamos à Caraíva. Ali já foi refúgio dos dissidentes hippies. Hoje é uma vila badalada, espremida entre o rio e o mar. Ficamos ali dois dias, pois vale muito a pena. Na hora de ir embora é só atravessar mais um rio! Do outro lado, a paz tão esperada e já longe do burburinho que ficou para trás. Próxima parada? Curuípe, aí vamos nós!!!

sábado, 20 de novembro de 2010

Trekking pela Costa do Descobrimento

O verão é sempre uma boa época para viajar assim, ainda mais quando se tem o mar como aliado e companheiro o tempo todo!!!
Aqui estamos para registrar o marco do descobrimento do Brasil na barra do rio Cahy, chic, não! Mas sempre digo aos quatro ventos, que quem descobriu o Brasil foram os nossos queridos índios, que aqui já viviam, caçavam e amavam esta terra!!!
A Fazenda da Barra do Cahy fica lá no alto. Tirei esta foto do outro lado do rio, já pronta para atravessar de barco e ir tomar um café com o pessoal que nos recebeu. A fazenda fica dentro do Parque Nacional do Descobrimento. Lugar fantástico!
As falésias vermelhas são pinceladas por todo o sul da Bahia. Quando a água sobe, temos que passar por cima delas, o que não é nenhum sacrifício, pois a visão é simplesmente estonteante!!!
Sentar neste banquinho e observar ao longe o rio se encontrando com o mar....melhor coisa não há!
O rio Cahy e sua forte correnteza. Atravessei nadando para o outro lado, onde estava a cruz do descobrimento. Na volta, com a maré cheia, tive que usar o barquinho de madeira!
O saudoso píer ao longe......o mar agora o quer de volta!
O píer de Cumuruxatiba já funcionou nos áureos tempos, quando se exportava areia monazítica, mas hoje está sendo levado aos poucos pelo mar...
Uma pequena lagoa, a praia do Cahy e um quiosque, onde se pode provar um delicioso camarão feito na hora e se refrescar à vontade com água de coco!
Aqui estamos no alto da Fazenda da Barra do Cahy, ao longe se avista o rio Cahy e a cruz do marco do descobrimento.
A praia de Cumurú é tão calma, que se ficar ali alguns minutos dá até sono! Este barco de madeira é feito pelos índios Pataxo e são usados para atravessar os vários rios que deságuam no mar na maré cheia. Quando atravessei o rio Cahy, foi um indiozinho de um lado com o remo e eu do outro (mais um, e o barco viraria, he he!)
A Praia do Moreira parece mais uma visão surreal! Principalmente quando se vislumbra a paisagem depois de se desvencilhar do mato e dos coqueiros. Mas ali merece um cuidado especial, pois tem corais no fundo que enganam muita gente quando submersos. Na maré baixa forma pequenas piscinas naturais com aquela cor azul "piscina", ou será "mar"?!
Maré baixa, sinal de pedras e corais à vista, cuidado! Passamos ao lado de uma falésia com várias cores que contam sua passagem pelo tempo.
Saindo de Prado pela areia já encontramos as primeiras falésias, e a maré já subindo, temos que ir por cima agora...
Começamos a caminhada com o sol nascendo e a maré bem baixa. Uma boa dica é evitar os horários de pico do sol.
Caravelas, nosso ponto de partida!


Com o verão batendo à porta...resolvi repaginar aqui um post antigo. Na verdade, uma viagem que fiz à pé pelas praias do sul da Bahia durante uma semana, de Caravelas até Porto Seguro. Ah, que saudades...! Esta é uma das inúmeras maneiras de curtir a natureza sem destruí-la. A Costa do Descobrimento é o lugar ideal para um trekking ecológico. A trilha passa por lugares inusitados e de rara beleza cênica, que mostrarei aos poucos. Éramos um grupo pequeno, 6 pessoas, de partes diferentes do país, mas com a mesma paixão pelo mar e pela aventura! No final das contas andamos uns 100 km pelas praias, falésias, ou trilhas no meio do mato, quando a maré subia. Quando achávamos um lugar legal, ficávamos até dois dias para conhecer bem o local e seu povo. Saindo de Caravelas, fomos até Prado, um bom lugar para começar, com boa infra-estrutura de hotéis e pousadas. Um dia para conhecer o pessoal do trekking e planejar a viajem do dia seguinte. Seguindo rumo ao norte, a primeira parada é a "Praia da Paixão", super tranquila. Em seguida, a "Praia do Moreira", surreal! Quando começam as falésias, aqueles paredões que se formam pela erosão do mar, já estamos chegando a Cumuruxatiba. Para os íntimos: Cumurú. Pequenina, começou como uma vila de pescadores e hoje abriga várias pousadas e bons restaurantes. Ótima pedida para passar a noite e descansar os pés. Suas praias são tão calmas, quase sem ondas. Nos anos 60 o lugar exportava areia monazítica através dos navios que aportavam no velho píer, hoje abandonado e carcomido. Acordando com o sol, todos os caminhos levam à Barra do Cahy, que o digam os ventos que trouxeram a turma de Cabral! O imponente rio Cahy encontra o mar com suas areias grossas e falésias vermelhas. O rio tem uma correnteza bem forte, portanto, recomendo cuidado ao atravessá-lo. Reviva o tempo dos desbravdores e atravesse de canoa (aquela feita do tronco de árvore pelos índios). Aposto como seu instinto "selvagem" vai agradecer! Chegando ao outro lado do rio, lá está ela, a cruz de madeira na praia dizendo ser ali o marco do descobrimento em 1500. Que tal então conhecer a famosa Fazenda da Barra do Cahy? Aliás, neste momento nós já estamos dentro dela. Do alto da fazenda se vê toda a barra do rio Cahy, a cruz, as falésias, a praia.....hora de tomar um cafezinho com o pessoal da fazenda e, ufa, descansar!!!