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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Falando em ouro......Ouro Preto!

(Vista parcial de Ouro Preto com o Pico do Itacolomi ao fundo. Cidade com um enorme apelo fotográfico, diga-se de passagem. Desde a década de 80 é protegida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. Encantadora e acolhedora. Escondida no meio das montanhas, para se chegar lá é preciso pegar uma avião até Belo Horizonte e depois um ônibus para Ouro Preto. Vale à pena!)
(Assim são as ruas de Ouro Preto, estreitas e com mil loginhas e restaurantes bem juntinhos, grudados uns aos outros. É uma delícia passear por essas ruas e ladeiras bem coloridas e com uma surpresa em cada porta!)
(Achei fantástico este detalhe do teto de um dos museus de Ouro Preto. Além da pintura delicada e colorida, o lustre todo entalhado em madeira. Nota 10!)
(Só não me lembro o nome, mas este é um restaurante muito charmoso e aconchegante. Esta cristaleira ao lado tem fotos e lembranças deixadas por pessoas famosas que passaram por ali. A comida? Nem precisa falar que era uma delícia!!!)
(A igreja Nossa Senhora do Rosário é muito linda, toda redonda, fica no meio do caminho de uma rua muuuuuito inclinada. Não pudemos entrar porque ela estava fechada nesse dia. Que pena....mas não menos fascinante!)
(O Museu da Inconfidência fica bem em frente à Praça Tiradentes. Muito bem estruturado, com guias e bastante informação. Ali você tem uma noção de como eram sofridos aqueles tempos. Quem fosse contra o governo estava literalmente perdido!!!)
(Feirinha de artesanato em Pedra Sabão em frente à igreja São Francisco de Assis. É um material com enorme plasticidade. Considerada maleável como o sabão para se fazer esculturas, mas pode ser tão dura e resistente como o mármore. A pedra sabão começou a ser utilizada no século XV na Europa. A nobreza já sabia o que era bom. No Brasil ela está ligada diretamente ao barroco mineiro. Foi o veículo da imaginação do gênio da arte Aleijadinho, nos áureos tempos. E aí, alguém vai resistir? )
(A igreja São Francisco é o maior símbolo do barroco mineiro e onde se destaca a obra de Aleijadinho. Sua construção, em 1766, foi financiada pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis. Aleijadinho é o responsável pela sua ornamentação, toda em talhe e estuque, uma obra prima! A igreja é tombada pelo IPHAN desde 1938.)
(Na parte alta da cidade de Mariana, algumas igrejas se destacam em meio às montanhas e o céu azul. À esquerda, a igreja de São Francisco de Assis; à direita, a igreja de Nossa Senhora do Carmo. Em frente há uma estrutura de madeira que servia de açoite aos escravos por qualquer ato de desobediência, ou mesmo nenhum. Ainda bem que tudo acabou!)


A cobiça é mesmo ancestral..... Antes de 1700, aventureiros já haviam descoberto nas terras de Minas umas estranhas pedras negras no fundo de um riacho. Qual não foi a surpresa quando, ao trincar uma delas sem querer, descobriram que era ouro! A cidade de Ouro Preto nasceu a partir de então, quando esses aventureiros foram se instalando aos poucos na região em busca do famoso metal. No seu apogeu, surgiram inúmeras construções e igrejas em estilo barroco. É...o ouro reluzia até dentro delas. Inclusive, a 2º igreja com mais ouro no Brasil está ali (mas é proibido fotografar!), a primeira fica no Pelourinho, em Salvador. Mas para que tanto ouro? Os portugueses levaram quase tudo para além mar! Ainda bem que, desde a década de 80, a cidade é protegida pela UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade. Mesmo assim, percebo que é preciso ter um pouco mais de cuidado com esta vila rica encantadora. A educação pede passagem, por favor! Esta minha viagem durou dois dias. Ficamos na Pousada Chico Rei, próxima ao Museu da Inconfidência, na praça Tiradentes, um encanto! Dali se faz tudo a pé: os museus, infinitas igrejas, loginhas de artesanato local, o casario antigo, ladeiras, ladeiras e ladeiras... Aliás, pernas para que te quero. Carro? Esquece, aquelas ruas não foram feitas para os carros de hoje. Subir e descer as estreitas ruazinhas e passagens de paralelepípedo...isso não é para qualquer um não! Uma atração à parte são os restaurantes e cafés, que foram construídos onde eram os antigos calabouços dos escravos, bem abaixo do nível das ruas. À noite, se tranformam em charmosos pubs com música ao vivo. Um dia realmente é pouco. Vale à pena um passeio de uma hora no trem Maria Fumaça, que vai de Ouro Preto a Mariana, outra simpática cidade histórica. Passar uma tarde ali dá para perceber a pacata vida na cidadezinha, sentar na praça para ouvir os pássaros e até capturar algumas imagens pitorescas. Incrível também é a mostra de cinema de Ouro Preto, que já aconteceu 4 vezes. São várias oficinas e exibições de filmes gratuitos por vários dias. Artistas e cineastas costumam passar por ali. Desde a famosa visita de Orson Welles à Vila Rica (seu antigo nome), a cidade tem mesmo vocação para a cultura cinematográfica. Sem dúvida nenhuma, é um lugar que merece uma segunda visita!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A bela Serra do Cipó

(Vista geral do Parque Nacional da Serra do Cipó, em pleno período de seca na região, que ocorre no meio do ano. O céu incrivelmente azul e a vastidão do cerrado. Um perigo constante nesta época é o fogo. Todo cuidado é pouco com fósforo, cigarros e fogueiras em campings)
(Do alto da serra a vista vai longe, assim como o pensamento... É um bom lugar para descarregar as energias ruins e repor as boas. Aliás, um abraço forte em uma árvore é capaz de fazer tudo isso, e de graça!)
(Uma das inúmeras cachoeiras da Serra do Cipó. Pena que a foto não deixa ver, mas a água é incrivelmente transparente! Lá no alto há um antigo caminho feito por escravos, que carregavam o ouro das Minas Gerais seguindo as ordens de seus algozes na época dos bandeirantes. Mas é bom evitar os finais de semana com feriado, pois fica completamente lotado e tem fila até para subir nas pedras......é mole!?)

É incrível, mas a menos de 100 km da capital mineira existe um lugar lindo ao sul da Serra do Espinhaço que parece perdido no meio do nada: a Serra do Cipó. Por que este nome? Ora, o rio Cipó desce sinuoso a serra despencando em inúmeras cachoeiras ao longo do caminho. Visto de cima, parece um enorme cipó tortuoso abrindo caminho em meio ao cerrado. Nada mais justo. A região foi um dos primeiros caminhos por onde os bandeirantes passaram em busca do ouro em Minas Gerais. Histórias não faltam, bem como sua fauna mais característica, como o lobo guará e muitos outros. Passei por lá no meio do ano num fim de semana. Época boa para esportistas. Com temperaturas um pouco mais amenas e sem chuva, rapel e caminhada pelas trilhas são ótimas pedidas. Mas se não conhece o caminho, não se arrisque a ir sozinho, o parque é grande e a sinalização é muito falha, por pouco não me perdi! Além do mais, resgates são sempre dispendiosos e levam muito tempo. Importantíssimo levar água, frutas e muito protetor solar, pois o sol é de rachar, a poeira te acompanha o tempo todo e não é nada aconselhável comer frutas silvestres que nunca viu antes. No mais, desfrutar da natureza na sua mais bela forma é tudo de bom!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Com esse calor só posso pensar na imensidão azul do mar

(Num dia lindo, com o sol da manhã já esquentando, é possível ver os corais submersos, que agora estão sob proteção. Atrás estão os barcos de pescadores e os navios que terão que seguir as novas regras da APA Marinha.)
(Esta foto tirei em 2000 quando mergulhava em Abrolhos, numa hora de folga do trabalho voluntário, fazendo um reconhecimento da área. Usei uma câmera bem barata à prova d'água descartável, e depois de muito tempo resolvi digitalizar a foto já toda arranhada...)

Não sou só eu, mas a própria Agenda 21 fala que o ambiente marinho é parte essencial do sistema que possibilita a existência de vida sobre a Terra. Também não quero ficar aqui chovendo no molhado, mas essa imensidão azul que nos cerca precisa e merece mesmo a nossa proteção. Como pude observar, algumas áreas do litoral do Rio de Janeiro estão mais protegidas agora. Com a criação da APA Marinha e do Parque Natural dos Corais em Armação dos Búzios, os corais que afloram próximos à linha d'água podem respirar tranquilos. É uma forma de melhorar a fiscalização da pesca, delimitar áreas de cerco, definir áreas de ancoragens e manobras de navios e, acima de tudo, ajudar na preservação de espécies endêmicas (que só existem ali). Outro lugar para sempre cativo em meu coração, Abrolhos (arquipélago no sul da Bahia) já é, em tese, protegido como Parque Nacional. Mas agora acaba de receber o título internacional de "Sítio Ramsar". Ou seja, é um reconhecimento da relevância mundial de sua biodiversidade marinha. É bom ressaltar a importância da manutenção das áreas úmidas, como Abrolhos, para conter os impactos das mudanças climáticas. A intenção é que a sociedade conheça e entenda que essas zonas úmidas têm um valor enorme, tanto para a biodiversidade aquática quanto para o clima do planeta. Como não podemos simplesmente bloquear a entrada dessas áreas de grande valor ecológico à exploração, pelo menos temos o dever de tentar protegê-las. Mas uma coisa é certa: tudo o que fazemos ainda é MUITO pouco!!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Salve-se quem puder


Acredito no ser humano, ainda que por vezes me envergonhe de pertencer à raça. Como qualquer mortal, me preocupo com o futuro do planeta. O que vamos deixar para as gerações futuras? Muitas pessoas procuram as praias no verão em busca de areias branquinhas e mar azul. Mas a balneabilidade de algumas delas deixa a desejar. Eu mesma me aventurei agora pelo litoral fluminense, na única época em que me foi possível viajar. Caminhar no final da tarde pela areia e ver o sol se despedir é praticamente impossível sem se desviar de tanto lixo. É um exercício de equilíbrio, e 'salve-se quem puder' ! É fato, as pessoas produzem cada vez mais lixo e se descartam dele com uma velocidade maior ainda. O que falta, acima de tudo, é educação, além de políticas públicas eficazes. São milhares de carcaças de coco vazias, copos descartéveis (assim?), restos de comida, garrafas e sacos plásticos "esquecidos" na areia. Isso sem contar os sacos plásticos que vão parar no mar, levados pelo vento. Tartarugas marinhas, como a Chelonia mydas, e baleias acabam engolindo e morrem por asfixia, pois acreditam ser medusas, sua alimentação natural. Certamente, muitas das causas da poluição nos mares e morte de animais marinhos vêm da ação antrópica (do homem). Estará a humanidade perdida????