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domingo, 31 de outubro de 2010

Imensidão Azul

O cangulo é um peixe típico das águas do sul da Bahia. Super colorido, adora fazer pose para fotos! Pena que a minha câmera era daquelas sub descartáveis e a qualidade deixou muito a desejar...
Uma tartaruga verde a nadar perto do banco de corais. É uma das cinco espécies que ocorrem no litoral do Brasil, e uma das mais frequentes nas praias na época de desova.
Um cardume de peixe cirurgião azul. Tão azuis que se confundem com o mar...







O mar sempre foi uma agradável surpresa para mim. A última vez que mergulhei com cilindro foi na Bahia, onde pude fazer as fotos acima. Sempre envolvida em ações de meio ambiente, na época fui voluntária do Projeto Tamar (Tartaruga Marinha) e do Projeto Baleia Jubarte, o que me mantinha obrigatoriamente em contato com o mar todos os dias. Que sacrifício! Nunca fui muito fundo, pois já ficava encantada com tanta beleza a 15 metros de profundidade, no máximo...É ali que peixes multicoloridos, estrelas-do-mar, tartarugas, lagostas e tantos outros fazem a festa! Agora, o mar profundo sempre foi um mistério para mim. É claro que a 200 metros abaixo da linha do mar a pressão é imensa, as fontes hidrotermais e os montes submarinos contribuem para uma condição, no mínimo, inóspida. Até o século XIX acreditava-se que, simplesmente, não havia vida ali. Mas hoje, várias expedições submarinas depois, têm provado o contrário. Por incrível que pareça, sabemos mais sobre a face oculta da Lua que o fundo do mar, a verdadeira imensidão azul! Por isso, deixo aqui o trailler com a música tema de um filme encantador que assisti há muitos anos (e mais 5 vezes depois!) "Imensidão Azul" conta a saga de um homem que tinha uma afinidade tão grande com o mar e os golfinhos que sua vida era mergulhar, principalmente a grandes profundidades sem o auxílio do cilindro com ar. Era como se ele fosse também peixe. Interagir com os peixes e toda a vida marinha é algo sublime! Quando se está debaixo d'água, tudo lá fora parece pequeno e você tem um mundo inteiro à sua frente. Mas tem que ter calma com o mar. Assim como ele é imenso em tamanho, também é imensa a sua fragilidade. Como este é o ano internacional da biodiversidade, fica aqui minha homenagem a tão bela diversidade marinha >(((º>

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Angra dos Reis

Rio Mambucaba e o catamarã que leva até a praia em 3 minutos!
De qualquer lugar, o visual é incrível! Ao longe se vê a área das usinas de Angra...perdidas em meio ao paraíso...
Vista parcial das usinas de Angra. Impressionante, enquanto um dos países mais avançados no mundo na questão ambiental - Alemanha- já aboliu a energia vinda das usinas nucleares, dando preferência às energias renováveis, o Brasil ainda quer construir mais e mais! Tudo bem que é uma energia limpa, até não acontecer nenhum desastre....É sempre melhor prevenir que remediar!!!
Algumas aves exóticas como pavão e faisão andam à solta pelos jardins
Chegando no hotel, tudo que se quer é relaxar e curtir tanto o verde quanto as praias paradisíacas o mais rápido possível! O hotel fica entre Angra e Paraty, indo pela antiga rodovia Rio-Santos. Importante: sem pressa pra voltar! Para maiores informações: www.hoteldobosque.com.br
Uma boa piscina é tudo de bom quando bate aquela preguiça de ir até a praia...
Um dos inúmeros jardins bem cuidados do hotel
No caminho de barco entre o hotel e a praia tem um mangue bem preservado
Rio Mambucaba, por onde o barco passa a caminho das praias
Uma das praias de Angra, esta ao lado do hotel. Pena que o dia estava nublado. Mas a beleza das montanhas ao fundo não me deixa mentir, a mata atlântica está ali por toda a parte!


Angra dos Reis continua sendo um cenário paradisíaco nas encostas da mata atlântica. Famosa por suas 365 ilhas, uma para cada dia do ano, e cerca de 2000 praias, Angra é assim...praticamente um paraíso a poucos quilômetros do Rio de Janeiro (157 km). Olha só o que um dos integrantes da esquadra de Américo Vespúcio escreveu a Portugal assim que aportou ali no ano de 1502:

"Algumas vezes me extasiei com os odores das árvores e das flores e com os sabores dessas frutas e raízes, tanto que pensava comigo estar perto do Paraíso Terrestre. E o que direi da quantidade de pássaros, das cores das suas plumagens e cantos, quantos são e de quanta beleza? Não quero me estender nisso, pois duvido que me dêem crédito."

É, acho que ele tinha razão. Por uma semana minha mãe esteve ali para descansar. E para quem quer sossego, nada melhor que curtir a natureza em um lugar tranquilo. O lugar se chama Hotel do Bosque, que a propósito fica em meio a uma área verde de 300.000 m² coberta por plantas tropicais e árvores centenárias. Também, numa área rodeada de mata atlântica, rio, mangue e praias, não é difícil encontrar um hotel ou pousada ao gosto de cada um. A maior parte da cidade de Angra é cercada por morros, em encostas com formação rochosa, o que facilitou vários deslizamentos de terra no início de 2010, levando junto algumas residências. Esperamos que o governo tenha tomado providências para as próximas chuvas! Mas para quem quer se deliciar em Angra, opções não faltam. Restaurantes de todos os tipos, gostos e bolsos, inclusive alguns flutuantes, onde você saboreia um delicioso peixe deslizando sobre as águas! É claro que eu não poderia deixar de lado a parte de ecoturismo. Com tantas cachoeiras, lugares para mergulho, mountain bike, camping, rafting, canoagem, rapel...Angra, aí vou eu!!!

domingo, 17 de outubro de 2010

Se...

Quando parei em frente a essa igrejinha em Prado (Bahia) e vi esta bicicleta, me deu vontade de sair pedalando pelo mundo...

Hoje estou aqui a vagar, sem muito tempo para viajar...nem em pensamento! Mas isso é ótimo porque meu tempo está sendo bem produtivo. Vi outro dia uma reportagem enfatizando como as pessoas se lamentam, mas pouco fazem para mudar. Por coincidência, caíu em minhas mãos um artigo da escritora Martha Medeiros, o qual achei bem pertinente e vou transcrever aqui alguns trechos, afinal na terra do "se" é assim: "Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar antes a si próprio...Se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opiniões contrárias às suas sem precisar agredir e despejar sua raiva...Se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tanta besteira para evitá-la...Se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos faz mal...Se todos lêssemos bons livros... Se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer..." Eu, pessoalmente acho que são tantos "se", que se colocássemos todos em linha, teceríamos a nossa própria estrada. Era só pegar uma bicicleta e sair por aí seguindo nosso rumo. Certamente, chegaríamos bem mais rápido que ficar aqui só lamentando...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A cidade do sol!

(Esta é uma foto de David C. para guiadolitoral.com) Os dromedários de Genipabu foram trazidos das Ilhas Canárias. Sim, os dromedários têm uma corcova, ao contrário dos camelos, que tem duas corcovas e vivem nos desertos. Cá entre nós, o nosso Saara é bem melhor!!!
Dunas de Genipabu. Lugar de beleza rara, de um lado lagoas azuis de água doce, do outro o mar mais salgado que já conheci. Não é a toa que ali perto ficam as salinas da maior produtora de sal marinho do país! Depois de andar pela areia finíssima, o melhor é descer rolando até a lagoa. Ao contrário da água salgada, a água ali é tão pesada que nadar de braçada cansa qualquer mortal!
Do alto do Morro do Careca se vê toda a praia de Ponta Negra. Atrás do morro, depois de passar alguns cactos e outros espinhos, há uma prainha pequena e escondida, absolutamente proibida. É a praia da tartaruga, já que elas costumam fazer ali sua desova.
Tirei esta foto num dia nublado e a câmera ainda tremeu um pouco. Ponta Negra do jeito que eu gosto, praticamente vazia. Ao fundo se vê o Morro do Careca, marca registrada do lugar!
Apesar de não ser tão famosa quanto Pipa, a praia de Tabatinga também tem sua baía dos golfinhos! Do alto das falésias se vê ao longe as fortes ondas quebrando na costa, ponto de encontro dos surfistas.
A caminho da praia de Genipabu, os recifes ficam descobertos na maré baixa. Muito cuidado nessa hora, pois os ouriços ficam ali escondidos esperando a maré subir novamente.
Apesar da grande produção de sal marinho em Areia Branca, a vida por aqui não é nada salgada. O povo natalense é de uma tranquilidade típica de quem mora no paraíso!





Adivinha qual a cidade brasileira que tem mais dias de sol? Não é a toa que Natal ganhou o título de Cidade do Sol, com 300 dias ensolarados por ano! E com todas aquelas praias maravilhosas, o que mais eu ía querer? Pois além disso, é considerada a capital menos violenta do país. Pronto. Morei lá por poucos meses para fazer uma especialização. Só para ter uma ideia, a minha faculdade ficava "literalmente" na praia de Mãe Luíza. Da janela da sala de aula se via o mar azul! É claro que a especialização não seu certo, apesar de minhas boas notas, mas aí já é uma outra estória... O Farol de Mãe Luiza fica ali na Via Costeira e data do século XVI. Infelizmente é proibido entrar no farol, por questões de segurança, mas a paisagem ao redor é lindíssima! Do outro lado, o Forte dos Três Reis Magos é encantador e dá para conhecer tudo com visita guiada! Foi o marco inicial da cidade, em 1599, e ganhou este nome porque sua construção é de 6 de janeiro, dia de Reis. A 25 km ao norte de Natal estão as mais famosas dunas do Brasil: Genipabu. Conhecidas pelos passeios de Buggy "com ou sem emoção", suas areias também são palco para os dromedários, que levam os turistas para cima e para baixo. Ponta Negra, ao sul de Natal, é a praia mais badalada, com ótimas opções de restaurantes e hotéis e vida agitada a noite. Mais ao sul, chegamos à praia de Pirangi, famosa por hospedar em suas areias o maior cajueiro do mundo (registrado no Guinnes Book)! Suas águas tranquilas são a escolha certa para esportes náuticos. Seguindo rumo ao sul, a praia de Pipa é imperdível! Sua Baía dos golfinhos é visitada o ano inteiro. Também não é por menos, com os saltitantes cetáceos fazendo as honras da casa! Com tantas belezas naturais, ventos fortes (é preciso se segurar bem!) e sol o ano inteiro, difícil lembrar de tudo e colocar aqui o que se tem na memória..... É uma boa desculpa para voltar lá e registrar tudo de novo...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A paz...

Num dia de paz como este, me sentei no alto das pedras no meio da ilha em alto mar para ficar olhando, sei lá, o infinito! As fragatas voando ao longe, tentando roubar o peixe pescado pelos atobás brancos. A natureza é assim, guerra e paz, tudo pela sobrevivência. A maré descendo deixava na prainha de areia e pedra rastros de pequenos caranguejos que haviam abandonado suas casas/conchas rumo ao mar. Tudo conspirava a favor de um final de dia calmo e tranquilo.... É como na música: De repente me encheu de paz, como se o vento de um tufão arrancasse meus pés do chão, onde eu já não me enterro mais...


Hoje, um dia atípico, chuvoso, véspera de feriado, a cidade vazia e calma (ufa!), um silêncio, uma paz....me fez viajar longe, lá para a ilha de Santa Bárbara, sem barulho, nem buzina, só o som do mar, da água batendo nas rochas e as fragatas brincando no ar de "pic-pega".....Me fez lembrar um trecho da música de Gilberto Gil: ......Eu vim, vim parar na beira do cais, onde a estrada chegou ao fim, onde o fim da tarde é lilás, onde o mar arrebenta em mim, o lamento de tantos "ais"...... Que maravilha, adoro esta calmaria!!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Navegar, navegar...

Aqui está o grandioso H 42, antigo navio da marinha que durante anos foi navio de pesquisas na Antártica. Hoje, substituído por embarcações mais modernas, virou navio faroleiro. Faz a manutenção dos faróis da costa brasileira. Tive a feliz oportunidade de conhecer este navio por dentro, durante minha estadia em Abrolhos, quando ele parou por ali para pintar o farol e consertar a máquina. É de cair o queixo!!!
Meus amigos pesquisadores utilizavam este barco feito de metal e madeira para subir o rio Cahy ainda com o dia claro. A poucos quilômetros dali o rio deságua no mar.
O tempo em que passei em Natal, no Rio Grande do Norte, tive que experimentar o que é sentir o vento do mar batendo em você em cima de uma jangada. É bem legal! Por várias vezes tive a impressão de que aquele frágil barquinho iria virar ali mesmo. Que nada, aqui estou!
Rio Araguaia às 5:30 da manhã. O sol começando a despontar no horizonte e nós já estávamos de pé. Porque ali é assim, é preciso acordar antes dos mosquitos, e ainda tem que se proteger com roupas apropriadas, senão você vira um prato cheio!
Tive que pegar esta escuna para atravessar de Arraial D'Ajuda para Porto Seguro, depois de uma caminhada de uma semana pelas praias do sul da Bahia. Enfim uma pousada com um bom café da manhã para repor as energias!!!
Estávamos nesta escuna a caminho de Abrolhos, arquipélago a 38 milhas náuticas da costa da Bahia, para fazer a pesquisa rotineira com as baleias que frequentam aquela região no meio do ano. Ficamos em alto mar coletando material para pesquisa, como amostras de DNA, fazendo fotoidentificação, e tudo isso regado a muita emoção!

30 de setembro foi o dia mundial da navegação.
Desde que o homem saíu da Pré-História, começou a procurar locais próximos aos grandes rios para morar e produzir seu sustento. Com isso, teve que aprender maneiras de navegar por esses rios até o mares. Tantas histórias surgiram depois....Como não me lembrar das várias embarcações, rios e mares por onde andei (naveguei)? Singrando pela vida, mergulhando com as ondas, aprendendo com o tempo....a vida vai seguindo seu curso. E aqui um pouco de Fernando Pessoa, que ainda me faz navegar:
"Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa 'Navegar é preciso; viver não é preciso'. Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para casar como eu sou: viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça." E viva Pessoa!