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sábado, 26 de abril de 2014

São Paulo sim, por que não!?

Se você fica de vez em quando com o maior tédio e já está cansada da sua cidade......fuja! Para onde? São Paulo, oras! Isso se você não for paulista........Também serve qualquer outro lugar, que não o seu, só para fugir da mesmice, de fazer as mesmas coisas todos os dias, aff! A cidade que nunca dorme e não para nem nos feriados é uma boa opção. Fui num final de semana prolongado e, confesso, voltei renovada. Claro que fiz uma pequena grande lista de coisas para fazer e não deu nem para a metade! Ótimo, assim fico devendo para uma próxima vez. Andando pela av. Paulista, sem compromisso, nos deparamos na esquina com um artista de rua todo colorido interpretando uma música de Bob Dylan (que toca em seu cassete player anos 60) e diz antes de começar sua performance que é a música mais difícil de dançar em todo o mundo. E que só alguém como ele, que tem a arte  nas veias, consegue fazer.....Uau!!!! Andar pelo Parque Ibirapuera num final de tarde é tudo de bom, ainda mais quando se tem uma exposição chinesa na grande Oca (projetada por Oscar Niemeyer). São obras de 62 artistas da China realizadas nos últimos 30 anos que refletem sobre problemas sociais. A China é o berço de uma das civilizações mais antigas da humanidade. Além disso, tem uma existência ancestral de dinastias, impérios, glórias e destruições. Bate tudo isso no liquidificador e surge a louca arte contemporânea chinesa! Sou uma apaixonada por cores e formas e por isso fui atraída por tal exposição. Tem obras lindas, outras bizarras, umas até estranhas, enquanto outras você olha e pensa: "Nossa, isso é muito chinês!"

A Oca

Angels é um quadro da fotógrafa chinesa Cui Xiuwen, que faz montagens e colagens com fotos que ela tira. Este quadro faz uma crítica da sociedade patriarcal chinesa, que trata as mulheres como mercadorias.

Para mim parece com corais coloridos no fundo do mar, mas não sei o que o artista pensou quando fez a obra.....

Homens de papel

Cena do filme de Yang Fudong

Pintura de Wang Chigyu 

Esta escultura "Very Yao" é uma torre feita de 46 bicicletas pelo artista chinês Ai Weiwei. É como uma espécie de lamento pela decadência deste meio de transporte (antes tão popular na China) que vem dando lugar aos carros no país. Ai Weiwei está proibido de deixar a China por conta de desentendimentos com o governo, que ele bate de frente. Mas mesmo a distância, em sua prisão domiciliar, o artista foi dando coordenadas de como montar sua obra. É impossível passar ao largo de Weiwei quando se mostra a arte mais moderna no mundo. Ele é uma franco crítico do governo chinês e se expressa através da arte e mídia social. Por isso as autoridades chinesas fecharam seu blog, o espancaram e destruíram seu mais recente estúdio. Aqui podemos ver uma China cínica e ácida, louca para se libertar das amarras impostas.




Saindo um pouco da China, no espaço Itaú Cultural, a exposição de Zuzu Algel salta aos olhos. Tecidos ultra coloridos que a estilista brasileira usava em suas coleções estão dispostos em dois andares. Toda a mostra traz a tona a multiplicidade de sua obra e sua árdua luta contra a ditadura militar no Brasil, que em 1971 matou barbaramente seu filho de 26 anos Stuart Angel.

Bilhetes deixados por quem passa por ali, todos dedicados a Zuzu Angel com carinho e contra opressão na época da ditadura.

Depois de um dia cheio, nada melhor que comer uma boa massa no Bixiga (bairro de italianos). A "Cantina Roperto" existe há mais de meio século, fica na rua 13 de Maio e eu 'super' recomendo!!!!O Gnocchi di "mandioquinha" Al Pesto é de fazer qualquer um levitar! Pena que não deu para experimentar também o Rigatone com molho napolitano....pois ainda tinha muito o que fazer em Sampa naquele dia, senão....

Ver o sol se por no lago do Ibirapuera com seus raios dourados pincelando as águas e os cisnes negros é um lance de sorte! Pena que todas as fotos tive que tirar com meu celular, pois deixei a câmera em casa e esqueci de pegá-la na última hora, acredita? Mas as melhores fotografias estão bem guardadas aqui, no meu chip interior, e nem mil anos poderão apagá-las!


Abaixo uma animação de Miao Xiao Chum, um dos artistas chineses que projetou vídeos animados nas paredes do teto da grande Oca no Ibirapuera. Ali você fica deitado no chão sobre várias almofadas, olhando para o teto, onde as imagens aparecem gigantescas: 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O belo em si

 Adorei este homem-tartaruga ou tartaruga-homem de madeira, bem no meio do jardim!

A beleza aqui pode ser vista em todo seu esplendor. Depois de 7 anos, voltei a Inhotim - este museu ao ar livre e também jardim botânico. Assim como da primeira vez, fiquei encantada com a natureza, tão bela e impactante. Mas um pouco cética quanto a arte contemporânea. Tirando algumas poucas obras fantásticas, que enchem os olhos, outras não despertaram em mim nenhuma fascinação. Neste ponto concordo com Ferreira Gullar: "A arte tem que emocionar, senão não é arte!" Uma obra artística que precisa de um manual para ser entendida........poxa, isso é arte? Acho que a beleza está na essência, não se corrompe, nem precisa explicação. Por isso, gosto da natureza, que é bela por si só, independente de ser admirada ou não. Ela não precisa disso. Ainda bem!

Bolas prateadas flutuando na água.....parece que vão criar asas e voar....

Dentro do pavilhão de vidro e aço pude ouvir, em tempo real, o som que vem do núcleo da Terra!

No meio da caminho tinha um lago, o que ajudou a aliviar o calor intenso...

 Espaço destinado às obras de Adriana Varejão, algumas interessantes, outras não.

Obra interativa: o artista deixou disponível uma quantidade de formas de cerâmica para o visitante encher de terra e escrever o que quiser para depois "plantar" no enorme jardim.

O sossego da paisagem faz relaxar....

Ao longe a serra no entorno do Parque.

Mais um lago em meu caminho, que maravilha!!!

A escultura do chinês Zhang Huan faz parte do homem-tartaruga e ele a carrega nas costas sem reclamar.


Essas plantas tortuosas parecem polvos ou aranhas gigantes andando pela grama. Me lembra o tortuoso caminho até chegar ao grande caleidoscópio. Dali é possível observar todo o parque multifacetado pelas lentes distorcidas.


Não dá para passar sem registrar...

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O mundo em pedaços

Tem certos dias que acordo e logo depois de ver as notícias penso: esse mundo não tem jeito mesmo! É muita bagunça, muita destruição, muita violência, muita corrupção, não tem fim. Em nosso país então........ parece que tudo isso vem multiplicado por 100! Mas tudo bem, otimismo é o que eu tenho de sobra e, afinal, estamos nesse mundo para quê??? 
O texto abaixo é interessante e já é bastante conhecido, embora seu autor não:

Um cientista muito preocupado com os problemas do mundo passava os dias em seu laboratório tentando encontrar meios de minorá-los. Certo dia, seu filho de 7 anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou fazer o filho brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível removê-lo, procurou algo que pudesse distrair a criança. De repente, deparou-se com o mapa do mundo. Estava ali o que procurava. Recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo: - "Você gosta de quebra-cabeça? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está ele todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Mas faça tudo sozinho". Pelos seus cálculos, a criança levaria dias para recompor o mapa. Passadas algumas horas, ouviu o filho chamando-o calmamente. A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade conseguir recompor um mapa quem jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz? -"Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?" -"Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo!!!"