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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Mar Morto pede socorro

É realmente impressionante, um lugar quase surreal, que ainda quero conhecer antes que acabe! 
O Mar Morto, que na verdade é um lago, fica na extremidade do deserto da Judeia, num dos pontos mais baixos da Terra (a 417 metros abaixo do nível do mar). Lá o seu corpo não seria capaz de afundar (mesmo que uma pessoa pese 100 kg), já que a água tem altos índices de cloreto de magnésio, sódio e cálcio. Tamanha quantidade de sal é incapaz de se dissolver na água, por isso não há organismo vivo que aguente, a não ser a bactéria "Haloarcula marismartui", a única sobrevivente até hoje! Daí o nome sui generis de mar morto, mortinho! É como uma grande piscina de salmoura que exala um cheiro forte de enxofre, misturado a outros minerais poderosos. 

 Apesar de ser a grande atração turística dessa região desértica, é difícil permanecer ali por muito tempo. Sua água é quente e grossa. Seu ar é seco e pesado. Raramente venta por lá. A lama que se encontra nas profundezas do Mar Morto é a mesma que foi utilizada pelos egípcios para embalsamar suas múmias, e hoje em dia faz a festa da indústria cosmética! O problema é que o Mar Morto está de fato morrendo. A exploração humana vem diminuindo o grande lago há séculos. Três países sedentos de água - Israel, Síria e Jordânia - bebem toda a água que deveria repor a evaporação natural. O rio Jordão é desviado em vários pontos para irrigação, não deixando suas águas chegarem no destino final. Recentemente o governo da Jordânia lançou um projeto que promete ligar o Mar Vermelho ao Mar Morto para abastecer Jordânia, Israel e Palestina. Só que estudiosos alertam que isso pode ter consequências terríveis, alterando toda a química local. Eles querem tirar parte da água do Mar Vermelho e dessalinizá-la. A água tratada irá para abastecimento e a água salgada será bombeada até o Mar Morto. O projeto prevê que a maior parte da água dessalinizada vá para a Jordânia, e a menor quantidade ficaria entre Israel e a Autoridade Palestina. A previsão até agora é que, se continuar assim, ele desapareça até o ano 2050. Na verdade, ele começou a encolher já na década de 60, quando Israel, Jordânia e Síria (sempre os mesmos) começaram a desviar as águas do Jordão. Desde então o nível do da água do Mar Morto tem diminuído cerca de um metro por ano! 
Discussões e interesses políticos a parte, é preciso tomar uma decisão sensata para o meio ambiente. Mas, desde que eu me entendo por gente é assim, quando há vários países envolvidos, essa questão torna-se ainda mais difícil. Especialmente se tal operação ocorre justamente no Oriente Médio! Haja coração!

 Dizem que o Mar Morto quase desapareceu cerca de 120 mil anos atrás, e isso está prestes a acontecer de novo!


Formações de sal vistas na superfície de suas águas, perto de Israel (foto g1.com)


Lugar surpreendente que concentra nada menos que 21 minerais, alguns com alto poder terapêutico (Cleópatra que o diga!)

Os "bolaines" são crateras (de até 20 metros) formadas às margens do Mar Morto devido ao seu esvaziamento ao longo de séculos!









O Mar Morto fica bem aqui, dê uma olhadinha no que está em volta. Região um tanto quanto complicada, diga-se de passagem...

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Haiti é aqui e agora

Certas coisas ainda me deixam perplexa, como a pouca ajuda ao Haiti nos dias de hoje. Ele não é apenas nosso vizinho nas Américas, mas faz parte do planeta onde vivemos! Países ricos preferem gastar milhões em conflitos no Afeganistão, Síria, Ucrânia, Iraque.... Se usassem todo esse dinheiro e um pouco de boa vontade para ajudar um país devastado, ficariam melhor perante o mundo. Só porque o Haiti é um país pobre, não tem petróleo ou qualquer outro tipo de riqueza??? Talvez isso explique tudo. Mas toda essa carga negativa não o empobrece, pois a beleza e a riqueza de seu povo e suas vastas montanhas continuam lá, só que ninguém vê! Em pouco menos de 300 anos o país foi explorado constantemente como colônia europeia, e além de ter sofrido nas mãos de ditadores sanguinários, também foi ocupado por tropas americanas e sofreu com grandes terremotos. Uau, vai uma reza brava aí?! Claro que a maior parte dos problemas sociais do Haiti vêm da destruição ambiental. O país mais pobre das Américas é também um dos que mais destruíram suas florestas. Não cabe a mim discutir aqui o papel de ditadores terríveis, como Papa Doc, que num "surto paranoico" mandou cortar todas as florestas de seu país, querendo impedir que os rebeldes da oposição se escondessem nas matas. Foi assim que ele conseguiu esgotar os solos, sufocar os rios e prejudicar a agricultura dos haitianos, deixando-os ainda mais pobres, sem água e sem comida.

Campo, montanha e mar do Haiti (foto: vivario)

Cá entre nós, ditaduras são sempre nefastas, horrorosas, e não deixam nenhum legado bom. Se não fosse a pouca ajuda humanitária de ONGs, instituições e a força da população em se reerguer do caos, talvez o país nem existisse mais! Não condeno quando haitianos em profusão fogem de seu país em busca de melhores condições de vida nos países vizinhos, como o Brasil. Muitos deles sentem saudades de casa e gostariam de permanecer em seu país se tivessem o mínimo de condições sanitárias, de saúde e de trabalho. 

 Criança haitiana (foto: iea)

Há alguns anos li um livro bem interessante - "Muito além das Montanhas", de Tracy Kidder - que fala sobre um médico americano (Paul Farmer) que dedicou sua vida a ajudar os haitianos que não tinham condições de ir até Porto Príncipe para cuidar da saúde. Ele então se mudou para as montanhas, onde construiu um hospital para atender o povo do Haiti de graça (e funciona até hoje). Conseguiu salvar a vida de muitas crianças, que morreriam à míngua se não fossem seus cuidados médicos. Tudo bem que isso é uma gota no oceano, mas já fez uma grande diferença para quem vive lá - e longe dos olhos do mundo!

 As montanhas devastadas do Haiti (foto: pixabay)


O Haiti era a mais próspera colônia francesa no Novo Mundo, com solo bastante fértil e com diversas colheitas. Mas o solo empobreceu, mantendo o açúcar como principal produto e algumas poucas plantações, como a de repolhos (foto).

A outra face do Haiti, na ilha de Labadee. A comunidade foi destruída há alguns anos e depois reconstruída para gerar empregos à população local. O país agora tenta se reerguer como destino turístico, com suas águas características da região caribenha (foto: panrotas)


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Está tudo derretendo!


                                                                                                                                                        
Ah, esse clima....e suas mudanças que vão e vêm, como as ondas do mar.... Com tanta coisa acontecendo no Brasil e no mundo, até nos esquecemos que nossa vida é pautada por elas. Não há Copa do Mundo, manifestações, guerras e ataques terroristas que façam frear a velocidade das mudanças climáticas! Por isso todo cuidado é pouco para que num futuro (que chega cada vez mais rápido) possamos viver em "clima" de harmonia, e não só em "clima de festa". Bem que nosso país podia seguir o exemplo do Canadá, que está aumentando os impostos sobre a exploração de recursos minerais e hidrocarbonetos (nosso querido petróleo). Mexendo no 'bolso' dos poderosos é possível reduzir os impactos negativos ao meio ambiente. Enquanto isso, no extremo sul do planeta, a água morna dos oceanos está corroendo a base da camada de gelo.  E este processo é irreversível, como relataram cientistas da NASA esta semana. Poxa, então quer dizer que a elevação do nível do mar está de fato acontecendo mais rápido que o previsto? Infelizmente sim.



Sem esquecer as causas naturais, talvez o aquecimento global provocado pelo homem tenha contribuído mudando os ventos da Antártida e aquecendo a água que corrói as bases do gelo. Mas, se esse aquecimento todo é o carrasco para muitos, pode ser muito querido por outros. O povo da Groenlândia só tem a agradecer, pois o aquecimento global facilita o acesso às riquezas do país e ajuda no seu movimento de independência da Dinamarca. 


A Groenlândia é a maior ilha do mundo, mas tem 80% de seu território coberto por gelo a uma profundidade imensa! Imagina se toda essa camada de gelo derretesse de uma só vez, seria um desastre também global, com um aumento de 7 metros no nível dos mares! Com tanta riqueza escondida debaixo do gelo, o que eles querem é que o país seja de fato uma "Green land", como sugere seu nome. Com o pouco de gelo que vem derretendo nos últimos tempos, foram descobertas grandes quantidades de zinco, ouro, chumbo, diamante e petróleo.

Nos poucos meses de sol, o país volta a ser uma Green land!

Ilulissat (significa montanha de gelo) é uma cidade que fica acima do Círculo Polar Ártico, e seus moradores vivem sem qualquer luz solar por um longo período de inverno. Com 4.533 habitantes, é a 3º maior povoação do país!

 Torço para que os groenlandenses  consigam viver de suas riquezas, mas que o gelo não derreta tanto ao ponto de aumentar o número das grandes enchentes em alguns lugares do mundo, nevascas violentas em outros, estiagens rigorosas.... enfim, desabrigados do clima. É estranho pensar assim, às vezes é como se nosso mundinho fosse uma bolha intocável, mas, com tamanha diversidade, parece que vivemos em vários planetas diferentes!




segunda-feira, 9 de junho de 2014


      

 
 Um muro bem original, feito com conchinhas e azulejos em uma ruazinha de Salvador. Entrei nessa rua só para ver onde ia dar, e a surpresa foi uma linda praia!


Quando olhamos o dia a dia em detalhes, pode parecer ridículo. Certa vez Shopenhauer disse que é como uma gota d´água vista no microscópio, cheia de protozoários se agitando e lutando entre si ( e é exatamente assim!). Mas acredito que aqui, na nossa correria, muitas vezes sobre humana, alguns detalhes podem passar despercebidos. Acho até que a vida deve ser bem entediante para quem não lê, não ouve música, não viaja (nem que seja até o parque da sua cidade) e se liga nos pequenos detalhes. Um dia para fugir da mesmice, entrar num museu, fazer uma caminhada pelas ruas num dia frio, pedir informação a alguém e ir para um lugar diferente, sentar e pedir um café na calçada e reparar nas pessoas que passam, admirar as estrelas da janela e ver que até um dia nublado tem lá sua beleza!
Viu só o que dá mais um dia chato de estudo? ... Daqui a pouco estou pelas ruas ... e logo volto, com energia em dobro!!!!

 Andando pelas ruas de Ouro Preto, depois de tanto sobe e desce ladeira, uma feirinha de artesanato em pedra-sabão, sui generis!

Foi só um dia em Recife, nada mais! E quem não se encanta ao andar pela parte antiga da cidade e ver tanta cor e tanta alegria espalhadas no ar?!

Andar pelo "Museu do Ouro" por si só já é uma grande viagem no tempo e no espaço, tentando descobrir nas peças antigas a história dos povos pré colombianos!

Um labirinto de livros à venda dentro de um Shopping numa tarde de chuva...

Na Pinacoteca de São Paulo a arte se faz presente nos detalhes grandes e pequenos no meio do caminho!

Que lindo dia nublado na praia, por que não!?