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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Nada como sair do seu lugar

Adoro  os cumes das montanhas, as falésias, mas o mar é o mar! Sempre que surge a oportunidade de viajar nas férias, escolho algum lugar onde eu possa 'navegar' de todas as formas, seja nadando ou em pensamento. Não existe coisa melhor quando se está tomada pelo tédio da vida cotidiana e a léguas de qualquer novidade 'no mínimo' espetacular. Nada como sair do 'seu' lugar! O mar é poderoso, autossuficiente; isso te dá energia, e energia gera energia. Escolhi este ingrediente como o principal na minha vida. A última viagem foi para Vitória, que no verão não é tão procurada assim, pois fica entre a "hour concours" Rio de Janeiro e o litoral de águas mornas do nordeste brasileiro. Aqui as praias nunca, nunca estão cheias, e as águas são mais limpas. A formação geológica é a mesma do Rio, onde suas montanhas se curvam e beijam o mar numa deliciosa manhã azul... Ainda podemos ver pescadores nas praias mais distantes com seus barquinhos coloridos trazendo os peixes do dia. A parte antiga da cidade guarda memórias ancestrais, desde a sua fundação em 1551. O nome Vitória surgiu depois de uma grande batalha contra os 'goitacás'. Conversando aqui e ali vamos descobrindo pequenos detalhes. E como é bom caminhar por ruas antigas e cheias de história pra contar. Por aqui o sol não dá trégua nesta época do ano. O jeito é andar buscando as sombras dos velhos prédios, entrar numa padaria centenária e sentar na frente de um ventilador que ainda funciona, se deliciar com um sorvete de amora na esquina, e no final da tarde ir à praia e pedir uma água de coco......Por que as férias têm que acabar????? 

Fiquei encantada com esta cúpula do Palácio da Cultura que está sendo reformado para manter suas características originais

Num dia ensolarado, quase 40ºC, até ele quis se refrescar na água!

O suntuoso Palácio Anchieta fica em frente ao porto de Vitória

O calçadão da praia de Camburi é perfeito para patinar ou fazer aquela caminhada no final do dia. E de presente os últimos raios de sol, que dão um tom dourado na areia e um brilho extra nos coqueiros

Em Vila Velha o mar te convida a navegar, ou simplesmente ficar olhando o horizonte até encontrar a África do outro lado!

O Projeto Tartaruga Marinha (TAMAR) fica na Enseada do Suá. Ao lado tem a lojinha do projeto, cujo lucro com a venda de camisetas, bolsas, agendas, canetas, bonés e tudo mais da vida marinha é revertido aos estudos do projeto

O portal na Praia da Costa faz o pequeno garoto brincar de toureiro com sua toalha...

Uma pequena ilha perto da praia que dá para ir nadando na maré baixa

Ah, os barquinhos coloridos....eles estão sempre lá, em todo lugar que vou; parecem querer me levar com eles para o mar....Olha que um dia eu vou sem avisar!!!



Atenção: Plágio é crime , previsto na lei 9.610/98
               Obrigada por sua compreensão e respeito

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Não é nada simples



Olha só este sol nascendo em alto mar! Até pouco tempo estava tudo escuro, mas a luz que irradia já promete um dia lindo. No entanto há aqueles que só enxergam a escuridão.... Este mundo em que vivemos está cada vez mais cheio de modernidades (e atrocidades), e pouca profundidade. Extremistas de "sei lá o quê" andam matando por aí com um sorriso sádico, em nome de "sei lá quem". Acho que de pouco adianta vestir camisetas chamando para si o nome de quem já se foi. Os "Estados" do mundo, que se dizem democráticos e a favor da liberdade, esses sim devem fazer alguma coisa. Já os fundamentalistas acham que você (eu, qualquer um) não merece viver. Eles acham o ocidente um lixo, nossas músicas podres. E agora estão aí, cheios de moral com a fama mundialmente conquistada. Já deu. Não pretendo mais gastar nenhuma linha com isso!

Se por um lado a vida é tão cheia de impropérios e desilusões, também o é de coisas boas e simples! Tão simples, que nem as vemos, perdidos que estamos em nossos pensamentos - por vezes narcisistas ou coletivos até demais. Mas não é nada simples achá-la, a simplicidade. Ela, assim como a felicidade, não está no ar, não basta esticar a mão e pegar. É preciso buscá-la. E isso não é tão simples assim. Quando era mais nova pensava que tinha um milhão de causas pra mudar o mundo. Mas a vida vai passando e nos ensina que as coisas mudam de tempos em tempos, mas nem tanto assim. Muitas vezes só os atores mudam. Ainda há, segundo Pondé, "muitos jovens que elegem causas como 'libertar os animais do jugo dos carnívoros', se dizem muito democráticos e gostariam de colocar fora da lei o menu dos outros". É uma busca incessante da pureza que parece não ter fim. Por que não buscamos a simplicidade das coisas, simples assim?! Sem 'ter' que levantar nenhuma bandeira, por favor! 

Parece que simplicidade definitivamente não anda de mãos dadas com multidões. Tenho verdadeiro horror de praia lotada, aeroporto lotado, elevador lotado, de gente tirando 'selfie' pra todo lado e quase pisando no seu pé (e ainda foram inventar esse bastão de selfie, argh!). Não gosto de nada lotado em geral. Acho difícil alguém ter paz disputando no tapa com um milhão de pessoas qualquer centímetro quadrado, seja lá onde for! E olha que não sou nada ' anti-social ', muito pelo contrário! É que às vezes dá uma vontade de só ouvir o barulho do vento, a onda quebrando nas pedras, a chuva caindo, nenhum carro buzinando ou sirene tocando... Ah, que saudade daquela praia deserta no sul da Bahia, em pleno inverno tropical, onde só é possível chegar à pé!!!

Praia do Arnaldo, no sul da Bahia. Seguindo a pé, a poucos quilômetros dali, se chega ao 'Marco do Descobrimento' do Brasil, na barra do rio Cahy.  

Sentar no final da tarde nas rochas de origem vulcânica desta ilha, a léguas do continente, é tudo de bom. É a simplicidade de estar numa ilha, onde a água que consumimos vem da captação da chuva, o telefone simplesmente não existe, e o rádio (quando funciona) nos liga à terra firme. Simples assim. 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Assim a vida passa devagar...



Começar o ano fazendo uma (longa!) viagem de trem é no mínimo inusitado quando se fala em Brasil. O trem que liga Belo Horizonte à Vitória (estação Cariacica) é o único trem de passageiros com viagens todos os dias no país. São 664 km percorridos em 13 horas por um trem, que anda em média apenas 60 km/h, e para em 30 cidades. Loucura? Talvez. Ainda mais se compararmos aos trens de alta velocidade em toda a Europa (o trem que vai de Madrid à Barcelona percorre a mesma distância em pouco mais de 2 horas)!  Mas o que eu queria mesmo era relaxar, ler um livro que estava esperando faz tempo, pensar na vida, talvez estudar um pouco, e fotografar as belas paisagens do caminho. Bom, disso tudo só fiz duas coisas: pensar na vida (inevitável nessas horas, meu caro) e me deliciar com as paisagens que apareciam a cada curva do trem! Quando o tédio teimava em se apoderar de mim, começava a caminhar de um vagão a outro até o vagão restaurante, e então fazia tudo de novo. Vez por outra olhava sorrateiramente o marcador eletrônico de horário..... ah, só faltam oito horas e meia, ufa!!! Tomei até um Dramin para ver se conseguia cochilar um pouco, mas que nada. Sou muito ligada e não perdi um detalhe sequer! Já tinha feito esta viagem 5 anos atrás, mas é que agora o trem foi trocado por um bem mais moderno e confortável, achei que já era hora de testar com uma nova viagem. Chegamos na estação meia hora antes e às 7:30 da manhã o trem partiu pontualmente. Fomos no vagão executivo, com ar condicionado e serviço de bordo, como almoço e lanche (pagos na hora do pedido).  São 4 opções de almoço, mas recomendo evitar algo mais pesado, como strogonof, já que a viagem é um tanto longa e é sempre bom evitar um imprevisto gastrointestinal. Já a paisagem vale qualquer sacrifício. O céu, de um azul estonteante, contrastava ao mesmo tempo com o branco das nuvens desenhando pássaros ao vento e o verde das matas, denunciando a chuva que caiu. Ótima chance para sentar entre dois vagões, em frente ao janelão de vidro, e ficar só observando a vida passar devagar lá fora.... Gente, praticamente um dia inteiro nos trilhos não é fácil pra ninguém, dá até pra pintar um quadro!

Uma das inúmeras pontes pelo caminho entre Minas Gerais e litoral do Espírito Santo.

Grandes escarpas rochosas mostram o relevo acidentado da região

Muita água e muito verde denunciavam que ali caiu muita chuva há pouco tempo

Aqui a mesma imagem da foto acima, que tirei quando o trem passou mais perto

Um grande rio, um grande espelho...

Como o trem é mantido pela "Vale do Rio Doce", sempre passa por extrações de minério, que vão nas entranhas da terra retirar sua riqueza.... Esta é a parte triste no meio do caminho

O trem parte de Cariacica, no litoral capixaba, todos os dias às 7h da manhã rumo a Belo Horizonte, em Minas Gerais. E no sentido inverso às 7:30h rumo a Cariacica. Os 56 vagões, vindos da Romênia, são divididos em duas classes - econômica e executiva - além do vagão para pessoas com dificuldades de locomoção. As passagens custam 91 reais (executiva) e 58 reais (econômica). A estrada de ferro Vitória Minas transporta cerca de 1 milhão de passageiros por ano, que podem desembarcar nas 30 estações ao longo do caminho. Todos os vagões possuem banheiro, lugar para bagagens, televisão, serviço de bordo, ar condicionado e wireless.

No final, a recompensa: dias lindos de verão numa cidade tranquila do litoral brasileiro, com montanhas e mar azul a disposição, muita natureza, gente amigável,  e longe, muito longe do tumulto das praias cariocas (apesar de tão perto!). E aí, vamos?


domingo, 4 de janeiro de 2015

Pequenas descobertas

Não sei se é assim com todo mundo, mas o que acho mais legal quando chego a alguma cidade é me adaptar rapidamente ao "jeito" do lugar. Pergunto tudo o que não sei (e isso é praticamente TUDO!) Mesmo que tenha uma mera noção de alguma coisa, pergunto só para me certificar. Se falam outra língua, então tudo fica mais interessante. Na dúvida, ter um mapinha na mão sempre ajuda, mas só use se não conseguir se comunicar com ninguém! Descubro coisas incríveis assim. Pequenas ruas escondidas cheias de atrações, uma feirinha descolada numa praça, um parque lindo bem no meio da cidade, uma paisagem deslumbrante onde só se chega a pé.... Fora o prazer de interagir com outras pessoas que você nunca viu antes, umas simpáticas, outras nem tanto. Me divirto! Afinal, ninguém nasce sabendo, e viva a diversidade!