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domingo, 24 de maio de 2015

Fugindo do mundo

Crianças afegãs observando uma equipe da ONU retirando material usado nas eleições de Cabul (foto: Emilio Morenatti)

A pureza da infância muitas vezes pode ser devastada pela guerra. Viver, ou melhor, sobreviver em certos países no mundo de hoje não é tarefa fácil. Milhares de crianças ficam abandonadas à própria sorte ou vão parar em campos de refugiados para o resto da vida. Conflitos por terra, por religião, por poder são comuns desde que o mundo é mundo. O que me entristece ainda mais é saber que esses estão se multiplicando a uma velocidade estratosférica e, como se não bastasse, os antigos conflitos parecem que nunca vão terminar! Vários países se negam a recebê-los, dizem que os crimes e roubos aumentaram depois da chegada desses imigrantes, aumentando também a violência. Aqui no Brasil a história é diferente, assim como a violência, temos abandonados soltos nas ruas e entregues à marginalidade, ou por total abandono do Estado e da própria família, ou por má índole.  Poxa, onde foi que nós erramos lá atrás? A humanidade parece ter perdido o controle da própria vida... Infelizmente não podemos nascer de novo e começar do zero. Mas dá, sim, para começarmos de um ponto qualquer e tentar mudar alguma coisa.  Pessoalmente é difícil fazer algo, e nem temos competência para tanto, mas podemos fazer pressão aos órgãos internacionais para que façam o seu papel! As notícias nos mostram todos os dias, milhares de pessoas estão fugindo de seus países, abandonando suas casas para levar uma vida melhor em outro lugar. Muitos ficam pelo caminho, outros não se adaptam, crianças ficam órfãs. Mas ali, nesses refúgios, todos se alimentam de um mínimo de esperança que seja! 

Outro dia vi que na fronteira entre Mianmar e Tailândia vivem centenas em campos de refugiados há mais de 20 anos! Países que muitos procuram por suas infindáveis atrações turísticas e paisagens deslumbrantes.... escondem uma dura realidade que poucos sabem ou nem procuram saber. Alguns desses campos acabam ficando permanentes, com escolas, hospitais e comércio. Crianças crescem ali com uma revolta maior que o mundo, se sentindo abandonadas por tudo e por todos. Na Síria então,  já são mais de 6 milhões de pessoas deslocadas, um caos! Um dos maiores campos de refugiados do mundo fica no Paquistão e recolhe pessoas fugidas da violência do Afeganistão. Há muitos anos milhares de famílias afegãs fogem da violência e da pobreza rumo ao país vizinho. Um fotógrafo - Muhammed Muheisen - passou os últimos anos no Paquistão e captou expressões de crianças refugiadas afegãs nos arredores de Islamabad. Um pequeno olhar é capaz de dizer muito da vida desses pequenos sem que seja preciso esboçar uma única palavra. É claro que seria muito melhor que essas imagens fossem de crianças brincando, aproveitando a inocência que a idade exige. Mas a realidade é que muitas delas nem sabem o que é isso, já que aos 5 anos tiveram que amadurecer aos trancos, e com tamanho sofrimento que nós, em uma vida inteira, não chegaríamos nem perto. 

É... viver não é para principiante. O que aumenta ainda mais minha frustração é o enorme sofrimento dessas crianças e suas famílias que não escolheram estar ali, é ver milhares de inocentes morrendo, fugindo ou sendo expulsos de suas casas, tendo que assistir suas vidas serem destruídas como pó. Será que o mundo um dia vai ser capaz de por um fim nisso tudo? Quero enxergar um pontinho de alegria no olhar dessas crianças, sabendo que lá bem no fundo ainda resiste a esperança de um  mundo melhor!

Basmina, 3 anos

Robina-Hasseb, 5 anos

Awal-Gul, 12anos

Gul Bibi Shamra, 3 anos

Iaiba-Hazrat, 6 anos

Ibraheem Rahlees, 8 anos

Khalzarin-Zirgul, 6 anos, segurando seu primo Zaman, de 3 meses


sábado, 16 de maio de 2015

cartas para o mundo

Certas coisas me tocam o coração, ainda mais vindas de uma criança.... A história do garotinho inglês percorreu o mundo e já saiu em vários jornais.Quando tinha apenas 5 anos Toby leu um livrou que o impressionou muito: "Uma carta para a Nova Zelândia". Foi então que pediu ajuda a sua mãe dizendo que queria escrever ao menos uma carta a uma pessoa de cada país participante das Nações Unidas (são 193 países). Ele começou a escrever em 2013 e hoje, aos 7 anos de idade, ele já escreveu 400 cartas, todas à mão! Recebeu inúmeras respostas e cartões postais. Ele diz que as cartas respostas são as que mais gosta, pois aprende muito sobre as diferentes comidas e os animais que vivem em cada lugar. Toby é apenas um garotinho, mas quer aprender "o mundo"! Ele achou o máximo quando um pesquisador da Antártica lhe respondeu que as vezes 'o dia' dura 24 horas na região. Para o Brasil ele mandou cartas querendo saber mais sobre o surf, mas a resposta de um garoto de São Paulo - Felipe - não o ajudou muito, já que na cidade não tem praia! De todas as cartas que recebeu, os lugares que mais tem vontade de ir são as Ilhas Galápagos, Nepal e Egito. Mas a história de Toby não ficou só nisso  não. Sensibilizado com algumas cartas que recebeu contando as dificuldades que muitos passam em várias partes do planeta, Toby resolveu começar um projeto. Com a ajuda da mãe (através de seu blog www.writingtotheworld.com ) decidiu fazer um financiamento coletivo para ajudar lugares que passaram por desastres naturais. Com o dinheiro arrecadado ele já começou a comprar caixas para colocar objetos como ferramentas, produtos que limpam águas contaminadas, dentre outros, e até brinquedos para crianças. Ele espera que todas as caixas cheguem aos lugares que mias precisam. Toby só queria conhecer um pouco do mundo, mas aprendeu muito mais - solidariedade!

Uma de suas cartas enviada para a Ilha de Páscoa, no Chile

Toby enfim conheceu o Egito recentemente!

Quem sabe seu próximo destino não será as Ilhas galápagos? Os Alcatrazes-de-patas-azuis já estão ansiosos esperando pelo garotinho que quer aprender mais do mundo!

sábado, 9 de maio de 2015

Árvores interessantes


Em todos os cantos do planeta somos surpreendidos pelas formas mais incríveis da natureza. E é claro que as árvores dão um toque especial nisso, afinal elas são a própria mãe da natureza, que oferece abrigo, sombra e frutos! Quando criança li um livro que nunca esqueci: "Rosinha minha canoa", de José Mauro Vasconcelos. Conta a história de amizade de um homem simples - Zé Orocó - e sua canoa - Rosinha. Os dois navegam pelo imenso rio Araguaia, que eu conheci tão bem anos atrás... Rosinha conta a história de sua vida, desde quando era uma árvore frondosa na floresta, até que um dia a cortaram para virar uma canoa.  Enquanto leva o amigo a navegar pelas águas do Araguaia, vai transportando-o por um mundo onde quem manda é a mãe natureza. Chorei e ri, me emocionei com esta história de amor às coisas simples da vida, como um sopro, o vento nas folhas que traz a chuva, as árvores entoando o hino da floresta, bebendo água da chuva que cai na terra e faz o rio crescer....

A Árvore da Vida vive solitária  no meio do deserto do Bahrein há 400 anos. Ela consegue sobreviver num ambiente árido e, mesmo sem qualquer outra vegetação por perto, continua crescendo. Os habitantes locais acreditam que o verdadeiro jardim do Éden é ali, e por ter sobrevivido até hoje, os beduínos creem que ela foi abençoada pelo deus mítico da água - Enki. Aliás, sua fonte de água é um mistério, já que não chove na região! Pesquisadores dizem que suas raízes são tão profundas que conseguem captar água de fontes a vários quilômetros de distância.

As sequoias são árvores gigantes (as maiores do planeta) típicas da Califórnia. A maior delas chama-se General Sherman (foto acima), tem 82,6 metros de altura - quase um prédio de 30 andares - e aproximadamente 2.100 anos de vida, ou seja, nasceu durante o império Romano!!!

Na Nova Zelândia este conjunto de árvores ganhou um formato bem interessante graças aos fortes ventos antárticos na região! Ficam em Slope Point, o ponto mais meridional do país. Lá os ventos são tão intensos que as árvores são distorcidas e inclinada na direção que eles sopram. A ilha é inabitada e só é utilizada para a criação de ovelhas.

A árvore arco-íris é na verdade um eucalipto (Raimbow Eucalyptus).  A casca da árvore cai anualmente em diferentes épocas, deixando aparecer o verde claro interno, que vai escurecendo aos poucos, passando por tons de roxo, laranja, azul e marron, até amadurecer completamente. Parece mais uma obra prima de aquarela em forma de árvore!

Aqui os baobás crescem exuberantes na ilha de Madagascar, no continente africano. É a árvore com tronco mais grosso do mundo, chega a medir mais de 20 metros de diâmetro e consegue armazenar até 120 mil litros de água. São oito espécies desta árvore, sendo seis delas nativas de Madagascar, uma no Oriente Médio e outra que surgiu na Austrália. Mas há um pouco dessas espécies espalhadas por outros países também. No Brasil elas aparecem em Recife e são fonte de estudos da UFPE. 

O isolamento geológico do arquipélago de Socrota, perto da costa do Iêmen, possibilitou a formação de uma flora no mínimo exótica. A árvore Sangue de Dragão é endêmica de Socrota e sua seiva vermelha tem uso medicinal, assim como na tintura. Dizem que o sangue de dragão tem ação antibacteriana,sendo muito utilizada como tratamento de primeira ajuda a picadas de insetos, lacerações, queimaduras e feridas. Além de linda é um verdadeiro bálsamo!

 Mais uma vez a grandiosidade das Sequoias em um parque americano!

 Uma pausa para descanso na base de um tronco que virou banco lá em Inhotim, o mesmo da 2° foto. Au Revoir!


sexta-feira, 1 de maio de 2015

Quanta cor!


Uau, quanta cor nesses bichinhos alados!!!



Será que as cores nos influenciam tanto assim? Há controvérsias. Certos pesquisadores acreditam que sim, outros não. Bom, isso é um problema deles. O fato é que algumas cores nos alegram mais que outras nessa vida. Se não, por que ficamos o maior tempão decidindo que cor de roupa vestir, qual a cor ideal para o sofá ou a parede do quarto? Segundo um artigo da BBC, em alguns países as celas da prisão são pintadas de rosa para que a agressividade dos detentos diminua. E é claro que as paredes dos consultórios médicos são pintadas de branco para nos darem a impressão de limpeza e paz. A ideia de que o azul acalma e o vermelho nos deixa em alerta está impregnado em nossa cultura. Concordo que o azul é pura tranquilidade, lembra o horizonte marinho ou o céu num dia de sol. Já o vermelho está sempre ligado ao perigo ou medo. Mas será que isso influencia no comportamento das pessoas? Hummm......

Recentemente pesquisadores canadenses resolveram decifrar de uma vez essa história. A pesquisa foi feita com vários voluntários que se sentaram em frente a computadores, onde as telas variavam entre azul, vermelho e uma cor neutra, enquanto executavam diferentes tarefas. Diante da cor vermelha, as pessoas se saíram melhor em testes de memória, que exigem atenção aos detalhes. Já diante da cor azul, elas tiveram maior pontuação em testes de criatividade. Especula-se então que o vermelho sinaliza "cuidado" e "atenção". O azul inspira "aproximação", encorajando a liberdade para pensar. Mais tarde, o mesmo teste foi feito com outro grupo de pessoas e não deu o mesmo resultado. Do outro lado do Atlântico, uma universidade suíça na Basileia fez outro teste que associava comida às cores. Mais uma vez a cor vermelha serviu como um alerta, pois as pessoas que receberam salgadinhos no prato vermelho se serviam com mais moderação. Vai entender...

Cores mais que perfeitas, não!

Enfim, pesquisas a parte, aqui em casa vamos continuar a trocar as cores dos móveis e objetos de acordo com a cabeça no momento, e seguindo meu instinto absolutamente pessoal. Mas uma coisa é certa: faça chuva ou faça sol, as cores da natureza sempre irão me alegrar com um dia perfeito!