O Sudão do Sul tem a segunda maior migração da vida selvagem do mundo, de cerca de 1,3 milhões de animais, como búfalos, cobos, girafas, elefantes, damaliscos e leões.
Sempre tive um pezinho na África, daí meu fascínio e preocupação por este imenso continente. Procuro ficar atenta a qualquer notícia que venha do lado de lá, algumas alegres, outras nem tanto....
Desde que se separou do Sudão oficialmente em 2011, nasceu então um novo país - o Sudão do Sul. Mal nasceu e já é um dos países mais pobres do mundo, depois de anos de uma guerra cruel onde quase todos dizimaram uns aos outros. Há quem diga que foram mais de duas décadas de conflitos sangrentos e aterrorizantes! Segundo o New York Times, foi uma boa dose de loucura essa guerra civil hiper cruel, dessas que duram tanto que acabam sendo ignoradas pelo noticiário depois de algum tempo. Eles se emanciparam com a maior reserva de petróleo, com a maior área de pasto com água, com muitas cabeças de gado, e também com a maior porcentagem de pobreza do país. E quem disse que a guerra acabou? Os conflitos com seus vizinhos de cima voltaram porque ainda não chegaram a um acordo para estabelecer as fronteiras entre eles, disputando áreas ricas em petróleo. Juba, a capital, não consegue se organizar e se impor. A meu ver, um país em guerra é um país que sangra. O povo sofre, mas o mundo parece não querer olhar para aquele pedaço pobre da África. É por isso que vibro quando vejo um grupo de refugiados do Sudão do Sul tendo a chance de competir aqui na Olimpíada:
"Pensávamos que 'Rio' fosse uma pessoa", disse Anjaline Nadai Lohatith, que vai participar da prova de corrida (vídeo abaixo). Outro disse: " Os líderes têm que fazer algo pelo nosso país, não queremos ser refugiados para sempre".
Aqui um pedaço de uma carta aberta da Dra. Joanne Liu, presidente internacional de Médicos Sem Fronteiras: " A organização humanitária internacional Médicos sem Fronteiras expressa sua frustração ao constatar que, em um contexto já dramático de violência e deslocamentos prolongados, o alerta que fizemos há um ano para a comunidade e doadores não levou a nenhuma ação estrutural ou decisiva para evitar uma escassez em nível nacional de medicamentos essenciais no Sudão do Sul... Portanto, estamos novamente fazendo um apelo a todos os doadores, atores e autoridades... a vida de milhares de pessoas estará em perigo e a parcela mais vulnerável desse país será novamente impactada desproporcionalmente, particularmente mulheres e crianças...
Torço para que esses caras se entendam de uma vez por todas, seja de que parte for, norte ou sul. Guerras não fazem o menor sentido, e ninguém sai ganhando nunca! Poxa, os africanos têm uma cultura ancestral linda e cheia de tradições conectadas com a natureza. Muitos países tem problemas estruturais terríveis, o nosso também. Mas temos que parar de ver esses países como algo muito distante, quase que inalcançáveis. O Sudão está bem perto, a um oceano daqui. As autoridades do mundo todo, as que realmente podem fazer alguma coisa, precisam abrir os olhos. Afinal, viver é fácil com os olhos fechados!
Garotos do Sudão do Sul jogam bola em um campo de refugiados na Etiópia
Belo design nativo da Tribo Surma (foto pinterest)
Pessoas dançando em comemoração ao dia da Independência do Sudão do Sul (foto de Tyler Hicks, New York Times)
Pequeno menino sorridente, à você meu abraço fraterno!