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domingo, 30 de outubro de 2016

As crianças perdidas...

Criança refugiada do Afeganistão

Muitas coisas no mundo me chocam, mas a questão das crianças refugiadas me entristece ainda mais. Nunca fui mãe, mas não é preciso sê-lo (como dizia o poeta) para saber da dor que essas famílias sentem e como isso nos toca profundamente.  Outro dia vi na TV uma menina de mãos dadas com os pais correndo pelo deserto e gritando assustada com tanto bombardeio e as atrocidades dos terroristas. Muitas crianças se perdem de suas famílias durante a fuga para um outro país. Muitas são escravizadas e vão trabalhar para grandes grifes internacionais. Muitas são vendidas no perigoso tráfico de pessoas. Hoje em dia há mais de dez mil crianças refugiadas desaparecidas na Europa. O que é mais difícil de engolir é que muitas delas nunca serão encontradas!

Essas crianças não sabem o que é infância, ou pelo menos a infância que deveriam ter, aprendem a brincar com os restos de uma guerra que não é delas, já se acostumaram ao som de bombardeios e morteiros. Elas cruzam desertos, mares e cercas de arame para fugir da guerra. Cada uma delas é uma criança-adulto, porque foi assim que a vida lhes ensinou. Essa situação toda é vergonhosa para nós seres humanos e para todos os países poderosos que não tomam uma atitude definitiva. É preciso se chocar sim, pois não é algo normal que temos que nos acostumar. Mas ficar chocado não é suficiente. Depois do choque tem ter a ação. Logo fui pesquisar instituições pelo mundo que ajudam as crianças refugiadas. Há duas fontes sérias que aceitam doação em qualquer quantia para essas crianças:

Sem dúvida que esta não é uma crise de refugiados, mas uma crise política de todo o mundo, sobretudo a Europa. Muitos pequenos desaparecem nas duas primeiras semanas em solo europeu. Depois ninguém lembra mais deles. Essas crianças precisam de uma perspectiva de futuro que lhes tragam o equilíbrio emocional que ainda não têm! Elas só querem aprender a brincar como qualquer criança, não com artefatos de guerra, mas de esconde esconde, bola, boneca, amarelinha... 

Crianças brincando num campo de refugiados (foto: Muhammed Muheisen). O fotógrafo passou os últimos anos no Paquistão captando expressões das crianças de uma das maiores comunidades de refugiados do  mundo, fugindo da violência do Afeganistão. 

Crianças africanas, esperando por abrigo em algum país europeu,  ainda conseguem sorrir para foto

Menina esperando para atravessar a fronteira entre Croácia e Eslovênia (foto: Jure Makovec)

Milhões de crianças refugiadas não têm acesso à escola ou ao mínimo necessário

Crianças são as principais vítimas de drones que atacam o Paquistão. 

Todas as fotos foram feitas por fotógrafos que conviveram por algum tempo em campos de refugiados ou vivenciaram as constantes migrações para o continente europeu. Mas estas não são apenas fotos de crianças, e sim uma mensagem e um apelo delas para o resto do mundo. As crianças são as verdadeiras vítimas de qualquer conflito!


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Depressa demais

Adoro essa música da Arisa!!!

O universo é infinito? Sei lá. O que sei é que o tempo passa depressa demais... e quantas coisas eu tenho que fazer! O mundo não pára, e eu não tenho mais 20 anos, quando tudo era fácil, e a vontade de deixar o futuro para depois era tamanha que até nos esquecíamos dele. Então não há mais tempo a perder, o futuro é agora e sempre, e eu já estou nele. A vida para alguns pode ser apenas uma utopia. Para mim, é um universo inteiro a ser explorado. Mil coisas para fazer num só dia é normal. Estranho mesmo é um dia vazio. E isso existe???
Gosto muito deste provérbio Idiche:
"Se eu não for por mim mesmo, quem será por mim? Se eu for apenas por mim, o que serei eu? Se não agora - quando?"




domingo, 9 de outubro de 2016

Doce Colômbia

A montanha de Montserrat, em Bogotá, dá uma visão interessante da cidade lá embaixo...


A primeira sensação que tive quando desci em Bogotá há quase 4 anos, é que estava em um lugar seguro. Aquele friozinho na barriga quando o piloto do avião anuncia que dentro de alguns minutos estaríamos na capital da Colômbia, logo se dissipou no ar como fumaça. Encontrei uma cidade moderna, limpa, super arborizada e com seus arranha-céus que mais parecem espelhos. Os inúmeros parques verdes espalhados pela cidade e ciclovias por todo lado (mais de 300 km) são pequenas amostras  da qualidade de vida que se tem ali. O famoso café colombiano e o chocolate 70% cacau são produzidos no interior do país e fazem jus a sua fama. É claro que em Bogotá o trânsito é caótico, como em qualquer grande capital do mundo, e uma simples corrida de táxi pode virar uma aventura em poucos segundos. Os motoristas, em seus minúsculos táxis amarelos, acham que você tem vocação para milk shake e chacoalham tanto de um lado para outro que você pensa: para onde eu estou indo mesmo?! Em compensação, ruas e calçadas são largas, o que me estimulou a andar mais a pé que qualquer outra coisa!  Sempre levo meu par de tênis, é a primeira coisa que ponho na mala, pois sei que vai ser muito útil, especialmente quando decido me embrenhar por lugares que não conheceria de outra forma.

Andei um dia inteiro por ruas e bairros residenciais, na parte central e grandes centros comerciais de escritórios. Não me senti em nenhum momento acuada ou com medo, embora visse de vez em quando alguns policiais fortemente armados em locais específicos e seus cães usando coletes a prova de balas. Sempre atentos a um possível ataque terrorista das FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Felizmente nada aconteceu enquanto lá estive. Mas duas semanas depois que retornei ao Brasil, vi no noticiário da TV um ataque à bomba numa das ruas de grandes escritórios por onde andei, perto da embaixada americana. Mas soube também que isso é cada vez mais raro por lá. Sei que o que é viver num país livre e torço para que o povo colombiano que votou no Plebiscito contra o acordo de paz com as FARC pense mais uma vez no que isso significa. Afinal, quem pode ser contra à PAZ? Só assim a população pode sentir o que é ser livre de uma vez desta terrível sensação de medo que os persegue há mais de meio século!

Grandes prédios de escritórios podem ser vistos em um dos bairros modernos de Bogotá

Homens e seus cães com coletes a prova de balas, vigiando um dos prédios visados por terroristas

Um dos pratos servidos no "Andrès", queijo assado com várias canequinhas acima cheias de temperos

Mini táxis amarelos me deixaram enjoada numa corrida de poucos metros. Prefiro andar a pé!

Praça Bolívar em dia frio e chuvoso. A montanha de Monteserrat ao fundo toda encoberta...

Do alto do terraço do Museu da Esmeralda (produto exportado para o mundo todo  e orgulho da Colômbia) podemos ver as montanhas ao redor de Bogotá

Calçadas largas e muito verde na parte mais comercial da cidade. Realmente um estímulo a 'bater perna' por aí!

O Museu do Ouro é deslumbrante! É como se você estivesse num quarto escuro e de repente tudo se ilumina e brilha ao seu redor. São mais de 34.000 peças de ouro, além de esculturas de cerâmica de povos que já habitavam essas terras antes dos espanhóis chegarem!