Criança refugiada do Afeganistão
Muitas coisas no mundo me chocam, mas a questão das crianças refugiadas me entristece ainda mais. Nunca fui mãe, mas não é preciso sê-lo (como dizia o poeta) para saber da dor que essas famílias sentem e como isso nos toca profundamente. Outro dia vi na TV uma menina de mãos dadas com os pais correndo pelo deserto e gritando assustada com tanto bombardeio e as atrocidades dos terroristas. Muitas crianças se perdem de suas famílias durante a fuga para um outro país. Muitas são escravizadas e vão trabalhar para grandes grifes internacionais. Muitas são vendidas no perigoso tráfico de pessoas. Hoje em dia há mais de dez mil crianças refugiadas desaparecidas na Europa. O que é mais difícil de engolir é que muitas delas nunca serão encontradas!
Essas crianças não sabem o que é infância, ou pelo menos a infância que deveriam ter, aprendem a brincar com os restos de uma guerra que não é delas, já se acostumaram ao som de bombardeios e morteiros. Elas cruzam desertos, mares e cercas de arame para fugir da guerra. Cada uma delas é uma criança-adulto, porque foi assim que a vida lhes ensinou. Essa situação toda é vergonhosa para nós seres humanos e para todos os países poderosos que não tomam uma atitude definitiva. É preciso se chocar sim, pois não é algo normal que temos que nos acostumar. Mas ficar chocado não é suficiente. Depois do choque tem ter a ação. Logo fui pesquisar instituições pelo mundo que ajudam as crianças refugiadas. Há duas fontes sérias que aceitam doação em qualquer quantia para essas crianças:
Sem dúvida que esta não é uma crise de refugiados, mas uma crise política de todo o mundo, sobretudo a Europa. Muitos pequenos desaparecem nas duas primeiras semanas em solo europeu. Depois ninguém lembra mais deles. Essas crianças precisam de uma perspectiva de futuro que lhes tragam o equilíbrio emocional que ainda não têm! Elas só querem aprender a brincar como qualquer criança, não com artefatos de guerra, mas de esconde esconde, bola, boneca, amarelinha...
Crianças brincando num campo de refugiados (foto: Muhammed Muheisen). O fotógrafo passou os últimos anos no Paquistão captando expressões das crianças de uma das maiores comunidades de refugiados do mundo, fugindo da violência do Afeganistão.
Crianças africanas, esperando por abrigo em algum país europeu, ainda conseguem sorrir para foto
Menina esperando para atravessar a fronteira entre Croácia e Eslovênia (foto: Jure Makovec)
Milhões de crianças refugiadas não têm acesso à escola ou ao mínimo necessário
Crianças são as principais vítimas de drones que atacam o Paquistão.
Todas as fotos foram feitas por fotógrafos que conviveram por algum tempo em campos de refugiados ou vivenciaram as constantes migrações para o continente europeu. Mas estas não são apenas fotos de crianças, e sim uma mensagem e um apelo delas para o resto do mundo. As crianças são as verdadeiras vítimas de qualquer conflito!