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domingo, 26 de março de 2017

Este, o lado argentino

Me senti dentro do cenário do filme "A missão", de Roland Joffé, cuja história se passou exatamente ali nas cataratas do Iguaçu!

 

Fazia muito, muito tempo que eu não ia lá no sul. Uma das 7 maravilhas do mundo continua a me maravilhar de tal forma que tento me segurar para não dar um mergulho nas "Cataratas do Iguaçu", com todos aqueles arco-íris e vapor d'água te dando um banho, literalmente. Quente, úmido e molhado, tudo ao mesmo tempo em um só lugar, uma loucura! A passagem pela imigração na estrada, antes de entrar na Argentina demorou cerca de uma hora! Burocracias a parte e já estávamos lá dentro, ufa! Viajei no início deste mês, e pude provar que as famosas 'águas de março', tão esperadas no resto do país, chegam ali mostrando toda a força da natureza. Pegamos uma daquelas tempestades no meio da trilha na mata, andando por pontes suspensas ao longo rio até chegar à 'Garganta del Diablo', a parte mais selvagem das cataratas no lado argentino. O tempo virou geral, tudo nublado, e parece que chovia toda a água do planeta só naquele pedaço! Mas em questão de meia hora a chuva passou e o céu ficou completamente azul. Só lamento pelos que foram embora, achando que o tempo ia fechar o resto do dia. Quando se está em um parque no meio da floresta atlântica, com cachoeiras gigantes, quatis o tempo todo querendo roubar alguma comida da sua bolsa, aves de todas as cores e um show de arco-íris.... não se pode ter pressa.
O dia passa devagar e é assim que tem que ser. Afinal, como diz o ditado: quem tem pressa come cru. Sempre procuro ficar até o fim, quando dá. Sabe-se lá se não acontece alguma aventura de última hora, hein?!

 Entrada do parque nacional das cataratas na Argentina, fronteira com o Brasil

Para ter acesso a algumas trilhas, temos que pegar um pequeno trem que passa dentro da floresta

Esta trilha foi fechada porque uma onça parda (Puma) resolveu passear por ali um dia antes de chegarmos ao parque, o que assustou alguns andarilhos...

O caminho ao longo do rio até a Garganta do Diabo

Este lindo pássaro é comum na região e estava por todo lado, com o olho pintado de azul, só para chamar nossa atenção!

Um bote no meio do rio selvagem esperando para ser usado em uma emergência....."Just in case"!

Ah, esses quatis...

As belezas que encontrei no meio do caminho


E como chovia! A capa de chuva mal aguentou, coitadinha...


segunda-feira, 20 de março de 2017

Os arquitetos da floresta



Sei que muita gente "normal" não tem esse tipo de sonho... Quem nunca pensou um dia em ter uma casa numa árvore no meio da floresta? EU! É claro que meu sonho de criança incluía a África e todos os animais que vivem lá. Bom, nem todos eles se tornam realidade, o que por um lado é até bom. Mas quem hoje em dia constrói suas casas nas alturas? E para lá levam toda a família, amigos, cachorro e etc? A tribo Korowai, na Papua Nova Guiné, vive numa região pouco acessível. Isolados na imensidão do mundo eles vivem em cabanas que ficam até 35 metros de altura. Isso tem que ter uma explicação: nas alturas eles ficam protegidos de inundações, de exércitos de mosquitos, de vizinhos indesejáveis e, claro,  do ataque de espíritos malignos. É o instinto da sobrevivência! Os Korowai vivem basicamente da caça e do cultivo de hortaliças, e o canibalismo é praticado quando querem fazer valer a justiça para a prática de crimes na comunidade. É justo (mas, pensando bem, ainda bem que eu nunca quis morar numa árvore por aqueles lados de lá...). Este é o mundo real deles. Na verdade, vivemos todos em milhões de realidades paralelas a cada instante de nossas vidas.

Para começar eles escolhem uma árvore bem forte, depois retiram a copa toda. Os galhos formam a base do piso da cabana, que é todo coberto com folhas de palmeira, assim como as paredes e o teto. Uma casa dessas aguenta as intempéries do tempo, como as chuvas fortes das floresta sub tropicais, e tem que durar cerca de 5 anos! 
E assim esses nômades e arquitetos da natureza sem diploma vão vivendo por longos e longos anos...

sábado, 4 de março de 2017

Por aí, pelos trilhos

Paisagem da janela do trem rápido da "Renfe" de Madri à Barcelona. Muita aridez ao passar por Zaragoza, trajeto imperdível!!!


Dizem que a vida é como uma viagem de trem. Pode ser. Mas não acho que ela passa lá fora e você fica olhando da janela. É sim cheia de embarques e desembarques, de pessoas que entram e saem de sua vida, tristezas e alegrias vão e vêm ao longo do caminho. Tropeços, descarrilamentos, pedras de diversos tamanhos são comuns no percurso - mas também tem cada paisagem! Como esta aí ao lado, na Serra do Mar, de tirar o fôlego! Ah, se eu pudesse, desceria em todas as estações. Curiosidade é uma coisa que mexe com meus neurônios, e ficar só na janela não faz meu gênero. Já fiz algumas (poucas) viagens de trem, e confesso que essas são as minhas favoritas! O mais legal de tudo é não saber ao certo em qual estação vamos descer. Aquela no meio do nada? A mais bonita? A que ficou parada no tempo? Aquela cheia de vida e gente falante? Ou a solitária e bucólica nas montanhas? Qualquer lugar!!! O que importa é descer do vagão, caminhar muito, falar pouco e se divertir pra valer. Depois é só pegar o próximo trem!


Da janela do trem se vê o rio Doce, poucos meses antes do desastre da mineradora Samarco, em Mariana. Passávamos pela divisa de Minas e Espírito Santo nessa hora...


A estação de trem "Atocha" em Madri é imensa e bela!!!


Não fui eu!!!