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domingo, 25 de julho de 2010

Um dia em Niterói!

(Vista da minúscula janela e a mira de um canhão em direção aos "inimigos" do mar! São inúmeras aberturas como essa nas galerias, e cada uma com um canhão apontando para o infinito...só pode!)
(A Fortaleza foi utilizada como presídio em diversas ocasiões da história. Ali estiveram detidos Luís Carlos Prestes, Juscelino Kubitschek, Miguel Arraes e Darcy Ribeiro, dentre outros. O presídio foi totalmente desativado em 1976. Ainda bem...)
(Saindo de uma das diversas galerias com os calabouços, a liberdade brilhante lá de fora! Em 1555 foi erguida a Fortaleza como uma fortificação para defesa da França Antártica. Com o tempo tornou-se o principal ponto de defesa da Baía de Guanabara no período da Colônia e do Império. As pedras já vieram cortadas de Portugal. Em 1939 foi tombada como Patrimônio Histórico Nacional e hoje faz parte do roteiro turístico de Niterói, recebendo turistas do mundo inteiro)
(Uma pausa para descanso na muralha que protege o forte. Não fossem as lembranças sinistras do lugar.....com essa visão magnífica, queria ali morar!!!)
(Um quero-quero na mira do canhão apreciando a bela paisagem no alto da muralha. Com essa arquitetura branca imponente e o mar azul, ele pensa estar em algum lugar ermo do mediterrâneo...será Grécia?!)
(Paiol do Imperador ou Salão de Pedra. O paiol do século XIX servia para guardar munição de artilharia. É um salão enorme com paredes grossas, todo em granito rústico e com janelões em arco. Hoje pode-se agendar, através da Fundação Cultural do Exército, festas e casamentos ali dentro. E aí, vai encarar?)
(Pão de Açúcar visto da Fortaleza com o Corcovado ao fundo. É a melhor visão panorâmica da cidade!)
(Capela de Santa Bárbara. Uma das mais antigas do Rio de Janeiro, de 1612. Tem uma imagem original da santa em tamanho natural. Padroeira dos artilheiros e protetora contra raios e tempestades. Reza a lenda que a estátua gostou tanto dali que todas as vezes que tentaram transferi-la para outro lugar, aconteciam inexplicáveis reviravoltas nas condições do mar que impediam qualquer manobra. O jeito foi desistir!)
(Praia de Eva)
(Praia de Adão)
(Este é o caminho que percorremos à pé até a Fortaleza de Santa Cruz. Logo ali abaixo está a Praia da Maçã, a primeira das prainhas idílicas do lugar )
(Praia de Jurujuba, uma vila de pescadores que virou bairro e é o ponto de partida para o caminho que leva à Fortaleza de Santa Cruz) (Difícil é parar de fotografar num lugar desses!)
(Janela do primeiro andar do Museu. Não parece a moldura de um quadro? Impossível saber qual é o mais perfeito!)
(MAC - Museu de Arte Contemporânea - construído no topo do mirante da Boa Viagem, de frente para o Rio e a Baía da Guanabara. Niemeyer foi categórico: só faço se for ali. E ele estava certo!!!)
(É mesmo um disco voador que ali aterrisou e ficou olhando para a estonteante paisagem do lado de lá!)


O dia estava lindo e já acordei ouvindo um chamado lá do outro lado da Baía de Guanabara. Pronto, pegamos a barca na praça XV e num instante estávamos em Niterói. Enfim, a caminho da famosa Fortaleza de Santa Cruz. Sem carro, o jeito foi pegar um ônibus até Jurujuba. Passando pelas praias de Icaraí, São Francisco e Charitas, chegamos a Jurujuba, uma vila de pescadores. Ali fica o início da trilha asfaltada que leva até a Fortaleza. Isso porque perdemos o outro ônibus que nos deixaria lá dentro, e este só passa em horários restritos. Ótimo! Pois assim pude caminhar com calma e admirar recantos únicos, paisagens de cartão postal e prainhas praticamente desertas. Depois de dois dias inteiros de chuva no Rio, este era um presente dos deuses. O céu estava incrivelmente azul, o mar ídem e o sol...ah, um sol de fritar ovo no asfalto! Dica: leve uma garrafa de água com você ou, num delírio tropical, vai querer desesperadamente beber água do mar! Passamos por prainhas lindas e praticamente desertas: Praia da Maçã, Praia de Adão e Praia de Eva. Sugestivo, não! Pouco depois chegamos à Fortaleza de Santa Cruz. Lembre-se, esta é uma área militar e é preciso se identificar antes. A construção é imponente e aquelas paredes têm muita história pra contar. Algumas tristes, é verdade, da época da ditadura militar. Por isso mesmo não devem ser esquecidas para que não se repitam. Depois voltamos à Icaraí para um almoço no meio da tarde. Bendito "La Mole", restaurante que fica logo no comecinho de Icaraí, para quem vem das praias oceânicas! E, já que estamos em Icaraí...que tal ir caminhando pelo calçadão até o MAC - Museu de Arte Contemporânea? Uma obra prima do gênio Oscar Niemeyer. No alto do mirante da Boa Viagem, e com formas arredondadas, parece um disco voador que pousou ali e, encantado com aquela visão panorâmica, resolveu fincar raízes para sempre. Pegando a barca novamente na volta, hora de descansar os olhos com o belíssimo pôr do sol atrás das montanhas e o mar e as lembranças daquele "disco voador", redondo como as curvas deste lugar! E assim terminamos um dia em Niterói...um dia de história e arte!
Como diz o próprio Niemeyer:
" Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein".

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Caraíva é assim...

(Isso sim é que é sombra e água fresca! Esta foto da Brusassaki mostra exatamente o imaginário de cada um de nós. Quem nunca se imaginou em uma praia deserta, mar azul, céu mais azul ainda, um banquinho (?) e o seu amor do lado??? Foto fonte: brusassaki)
(Tirei esta foto depois de caminhar pela areia no final da tarde. O céu logo se encheu de nuvens e choveu. Foi como um refresco depois de um dia cheio de sol! A praia de Caraíva é a principal do vilarejo e ideal para você esquecer do mundo!)
(Mais uma bela imagem de Caraíva lá longe, escondida em meio aos coqueiros. Aqui a praia que leva o seu nome. Paradisíaco, não!)
(Esta casa fiz questão de sentar na porta de entrada. Além da pintura em Terra Cota, as telhas são todas de madeira e colocadas de um jeito que impede totalmente a entrada de água da chuva. Dizem que dura uma vida inteira...será?!)
(As casinhas multicoloridas de Caraíva são uma atração à parte. Pintadas com tintas naturais e folhas de palmeira, também pintadas e coladas nas paredes. A criatividade ali rola solta!)
(A lanchonete "Canto da Duca" é bem natureba. Sanduíches naturais, sucos com frutas típicas do nordeste, e feijoada vegetariana!!! Isso sem falar no cheirinho delicioso do pão integral de mel pairando no ar o tempo todo!!!)
(Aí está o rio Caraíva correndo para o mar. O lugar é lindíssimo e as águas revoltas na maré cheia deixam um ar bem selvagem no lugar!)
(Esta indiazinha Pataxó estava bem na entrada da aldeia Barra Velha na praia. Depois nos acompanhou até lá em cima. Nas mãos, vários colares de sementes de Pau Brasil e outras espécies da mata. )
(Fui até a aldeia com um grupo de 5 pessoas e, depois das trocas costumeiras, sentamos numa roda para ouvir o pajé. Ah, ganhei um prato, garfo e faca de Pau Brasil em troca de um chapéu branco de pano. É, fiquei sem minha proteção contra o sol na cabeça, mas AMEI!)
(Deixamos para trás a aldeia Barra Velha e voltamos à Caraíva pela praia. São só 6 km de praia deserta e areia quente. Ainda bem que tem aquele mar azul do lado para um bom mergulho!!!)



Caraíva é um mundo à parte! Uma pequena vila entre o rio e o mar, onde não há ruas para carro e o acesso é feito por canoas. Ou seja, um refúgio! Pertence a Porto Seguro, de onde dista pouco mais de 30 Km, seguindo por estrada asfaltada até Trancoso e depois uma pequena estrada de terra. Descendo em Caraíva a visão é, no mínimo, inusitada. Dentro de uma reserva de mata atlântica e com praias praticamente intocadas, a primeira coisa a fazer é colocar a bagagem numa das muitas canoas que fazem a travessia no rio até o vilarejo (ida e volta 5 reais!). A vila é um charme com suas casinhas coloridas e ruas estreitas de areia onde carros são proibidos. Enfim, longe das buzinas!!! Dica para curtir Caraíva: DESACELERE. É isso mesmo, não adianta ter pressa ali. Andando pelas ruas da vila, logo você se depara com uma placa: "Calma, o sábio não se aborrece". É claro que na alta temporada de verão o tráfego de turistas é intenso, com barzinhos badalados e bons restaurantes (todos abertos!). Até pouco tempo, celular comum não pegava, apenas celulares rurais. Mas, se precisar se comunicar com o 'mundo exterior' há dois telefones públicos e um pequeno Cyber com banda larga no Bar Ouriço. O melhor mesmo é esquecer de tudo e curtir muitos quilômetros de praia de areia fina e águas transparentes. O respeito com o meio ambiente é evidente. Várias casas e comércios utilizam energia solar e eólica. O lugar se mantém preservado até hoje graças à boa educação ambiental dos moradores que cuidam das praias, restingas e mangues como ninguém! Todo lixo não orgânico é levado à cidade mais próxima para ser reciclado. Uma boa dica é sair caminhando pela praia logo de manhã e conhecer os simpáticos índios Pataxó (os primeiros a avistar a esquadra de Cabral em 1500). Da foz do rio Caraíva até a aldeia indígena Barra Velha são 6 km de praia deserta e paradisíaca. É bom ir em grupos pequenos e ter sempre em mãos algo para trocar com os índios (use o bom senso, é claro). Tirei pouquíssimas fotos, pois eles ficam inibidos, e se começar a tirar muito, logo querem cobrar! Eles fazem também colares de sementes da floresta, pentes, cestos e pequenos animais em madeira. Tudo é levado para vender na praia em Caraíva. Se for de carro de Trancoso ou Monte Pascoal, evite pegar a estrada a noite. As pontes são um pouco precárias e não há boa iluminação. Ah, em noite de céu claro não há programa melhor que sentar na areia da praia e ficar vendo as estrelas cadentes. E são muitas, viu!!! Ou então curtir uma fogueira e boa música no Bar Lagoa ou Bar do Porto. É...Caraíva, a vila que tem nome de peixe...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Congonhas e os profetas

(Este é o registro por onde andei. Minha caminhada pelas ruas de pedra de Congonhas. Vai ficar na memória? Sim. Principalmente do meu tênis!)
(A principal ladeira que leva até a Basílica de Bom Jesus de Matozinhos lá no alto do morro. Mesmo com o friozinho do inverno, à essas horas eu já estava sonhando com uma piscina!)
(A igreja matriz é imponente e fica no morro oposto ao da Basílica e bem ao lado da "minha" pousada. A única aberta todos os dias para o público para as missas populares)
(Uma graça a pousada "Casarão de Pedra" que ficamos. Justamente por ser de pedra, sentimos muito frio à noite. É de uma família mineira bem simpática. Super prestativos, o pessoal da cozinha toda hora oferecia biscoitos caseiros feitos no forno à lenha. A Pousada fica no alto, ao lado da igreja matriz: (31)3731-4229 ou http://www.casaraodepedra.com.br/
(Um passarinho resolveu pousar na ponta do dedo do profeta bem na hora da foto e por ali ficou o tempo todo sem a menor cerimônia. Parecia olhar perdido o horizonte esperando o sol se esconder atrás da montanha...)
(Detalhes dos profetas Josué e Daniel. Repare que na mão direita de Josué faltam os dedos. Além disso as escritas marcadas em pedra sabão tem nomes e datas de sei lá quem. Ainda bem que hoje há vigília nas estátuas 24 horas! Um dia as estátuas irão para um museu coberto e ali ficarão as réplicas. Melhor assim, que também ficam protegidas das intempéries do tempo!)
(Profeta Daniel guardando a porta principal da Basílica.)
(Portão de entrada do santuário no alto do morro do Maranhão. Ao longe lá embaixo dá pra ver a cidade de Congonhas. Agora, imagina a subida!!!)
(Aqui está a famosa Basílica de Bom Jesus de Matozinhos com os 12 profetas de Aleijadinho. Finalmente conheci mais um Patrimônio Cultural da Humanidade, que antes só via em cartões postais! )
(No meio do caminho, sempre subindo a ladeira de pedra, fica o Museu da Imagem e Memória. Ali está toda a história de Congonhas e seu povo. É um museu simples, pequeno e muito interessante. Vale uma pausa nele para depois continuar subindo...)
(Lá em cima já se avista a Basílica. Ao lado ficam as seis capelas com os passos da Paixão de Cristo. Neste dia as capelas estavam fechadas para visita, mas o visual como um todo é cenário para muitas e muitas fotos!)
(No meio do caminho tinha uma igreja....um pouco descascada, é verdade, mas de estilo barroco inconfundível! Pausa para foto e um pouco de água, que ninguém é de ferro!)
(Já quase chegando no santuário, na última ladeira no meio do caminho tem várias lojinhas de artesanato típico do local. São estatuetas mirins dos profetas, santinhos e tudo mais. Bom para distrair o olhar e o cansaço.)

Há tempos estava planejando ir a Congonhas, uma das últimas da minha lista de cidades históricas de Minas. E aqui está. Um final de semana é o suficiente. Escolhida pelas Nações Unidas como Patrimônio da Humanidade, a cidade guarda um dos mais belos conjuntos religiosos do Brasil Colonial: o Santuário de Bom Jesus de Matozinhos. E olha que eu nem sou assim tão religiosa...mas as estátuas dos 12 profetas em tamanho natural são um colírio para os olhos! Belíssimas, esculpidas em pedra sabão por Aleijadinho, as 12 estátuas são as guardiãs da Basílica, que fica no alto do morro do Maranhão. Sim, meu caro, no alto do morro. E haja ladeira para subir até lá! A cidade é do século 18 e as ruas antigas são de pedra (muitos escravos calçaram aquelas ruas!) Por isso recomendo ir de tênis próprio para caminhada ou mesmo trekking. Chegando lá em cima, o resto é o resto. Fomos agora no inverno, num fim de semana comum. Com aquele céu azul, todos os profetas e sem turistas. Digamos que....o santuário era só nosso!!! Congonhas nasceu do sonho dos portugueses, que ali chegaram por volta de 1700 em busca do ouro. Dizem que tinha tanto do precioso metal, que bastava uma chuva mais forte e ele já aparecia na superfície da terra. Uau! Passada a corrida do ouro, a cidade pouco se desenvolveu e hoje vive do turismo. Ela faz parte do circuito turístico da Estrada Real, que liga várias cidades históricas de Minas à Paraty, no Rio de Janeiro. Para quem curte a natureza, tem opções como cavalgada, trekking e mountain bike. Vale à pena visitar pela grande obra do gênio mulato Aleijadinho. Mas confesso que achei as estátuas um pouco detonadas. Algumas faltam os dedos, muitas riscadas com nomes ou declarações de amor e algumas com fungos. Como são protegidas pela Unesco, a intenção é preservá-las em um museu coberto e deixar ao ar livre réplicas feitas de um material mais resistente. Afinal, a cultura de um país não pode se perder assim. Esta é minha impressão. Valeu Congonhas!!!
* Para caminhadas ecológicas:
Grupo "Pelas Trilhas": (31)9229-9242 ou http://www.pelastrilhas.com/
* Distâncias de Congonhas à:
Belo Horizonte: 78 km
Rio de Janeiro: 370 km
São Paulo: 580 km.