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domingo, 22 de janeiro de 2012

Volta dos 80

A Usina dos Bragas é uma antiga usina em estilo suíço, feita pelos alemães que vieram para o Brasil após a 1º guerra, atraídos pelo clima favorável. Desativada em 1961, hoje é um ótimo lugar para canoagem, natação e pesca. Fica a 7 km do centro da cidade de Itamonte e sua casa de máquinas ainda guarda parte do maquinário da década de 30.
Tirei esta foto da represa da Usina dos Bragas. Ao fundo ela termina em forma de cachoeira e é o cartão postal de Itamonte.
No entorno do Parque Itatiaia há vários trechos com nascentes de água. Não se atreva a entrar ali no inverno, a água é muito fria e nunca se sabe a real profundidade.
Em Campo Redondo é assim, todo mundo ajuda a colher sementes de pinhão para trocar com a comunidade que vive do outro lado da montanha. Desta forma, as espécies diferentes de pinheiros podem conviver em harmonia e não há o isolamento geográfico.
Do alto da serra, em meio a um bosque de pinheiros araucárias, podemos ver ao longe o caminho que nos resta percorrer....
A Cachoeira da Fragária pode ser vista do alto de uma estrada de terra a caminho de Campo Redondo. Cercada de resquícios de mata atlântica e araucárias, é um convite descer andando até sua base.
A Casa de Pedra foi construída a mando de Getúlio Vargas em 1932, durante a Revolução Constitucionalista. Serviria como um Bunker, caso houvesse um ataque ao Palácio do governo (????). Fica na Rodovia das Flores (BR-485, a mais alta do Brasil). Nos anos 50, Itatiaia abrigou vários fugitivos nazistas, que depois foram se refugiar no Paraguai e na Argentina.
Um jardim de flores capuchinhas no alto da serra, que são colhidas na primavera para fazer deliciosas saladas!
Depois de colhidas, as flores vão ao prato. Uma opção é se hospedar, ou pelo menos almoçar, no Hotel São Gotardo, em frente ao portão de entrada do Parque Nacional Itatiaia. Na primavera o hotel costuma promover o festival das flores, com um cardápio inusitado: Salada de frutas e flores capuchinha, salada de manga e coco com flores de violeta, filé de truta com pinhão e amor-perfeito, e ainda sorvete de rosas.
A Pousada Vila Minas fica às margens de um rio cheio de pedras e bem no começo da Volta dos 80. Ali há todo artesanato e decoração feitos de bambú, desde o preparo da matéria prima até o produto final. Também são produzidos tapetes coloridos tipo Kilim em tear manual. Vale a pena conferir!
Mapa da região cedido gentilmente pela pousada Ribeirão do Ouro (www.ribeiraodoouro.com.br)



Já faz algum tempo que fiz a "Volta dos 80", um percurso circular de 80 km passando pela linda Serra da Mantiqueira! Partimos de Itamonte (cidade no alto da Serra). Indo em direção a Itanhandu, procurar a "Pousada Vila Minas" (http://www.vilaminas.com.br), ótimo local para se hospedar às margens de um rio cheio de pedras e onde se faz arte com bambú e tapetes de tear. Seguir por uma das rodovias mais altas do país, a BR 354, em direção a Garganta do Registro (divisa dos Estados do Rio e Minas Gerais). Dali pode-se seguir em diração ao Parque Itatiaia, parar no hotel São Gotardo (www.hotelsaogotardo.com.br) para experimentar uma salada feita de flores ou conhecer a casa de Pedra, refúgio de Getúlio Vargas na década de 30. Depois é só voltar e seguir por uma estrada rural até Vargem Grande. Um veículo com tração nas 4 rodas é o ideal, já que os longos trechos de terra e pedra exigem alguma habilidade. Lá no alto, como o clima é tropical de altitude ainda se encontram florestas de araucárias, como a Serra Negra. A próxima parada é a belíssima Cachoeira da Fragária, que pode ser vista do alto da estrada de terra. Pergunte a algum andarilho qual o caminho para Campo Redondo (km 27), vilarejo escondido no alto das montanhas (difícil encontrá-lo nos mapas oficiais!). Depois de conhecer a 'gente simples' do local e experimentar os queijos maravilhosos, é só continuar no sentido da Cachoeirinha e seguir para a "Pousada dos Lobos" (http://www.pousadadoslobos.com.br). Ali a comida é simples, servida no fogão a lenha e há ótimos chalés para pernoitar. Agora só há um caminho, a Usina dos Bragas, já quase chegando a Itamonte novamente. Assim fechamos a nossa Volta dos 80 com chave de ouro! A bela Serra da Mantiqueira (a 'serra que chora', segundo uma lenda indígena) é farta de belezas naturais e precisamos mantê-la assim, sempre viva, e sem deixar nossos rastros pelo caminho.

sábado, 14 de janeiro de 2012

As montanhas altas

Nem sempre se consegue chegar ao topo......mas quando conseguimos, é muuuuuuito bom! A sensação é maravilhosa, o mundo inteiro vai até onde a vista alcança e ainda cabe na palma da tua mão. Depois é só começar a pensar na volta, que o resto é lucro!
No caminho da Pedra da Mina o ar fica mais pesado e a caminhada já não parece tão fácil.....É bom parar de vez em quando para tomar uma água e comer alguma coisa antes de seguir.
Esta foto foi tirada no Vale dos Dinossauros, próximo ao Morro do Couto. Como já tinha chovido no dia anterior, a relva floresceu rápido. Foi ali perto que eu atolei meu pé numa poça de lama e perdi para sempre minha bota de trekking do pé direito. Com a chuva, a trilha antes demarcada no chão ficou toda coberta de relva. São percalços da aventura.....
Ah, finalmente avistamos o Pico das Agulhas Negras! A vegetação rasteira é comum em regiões altas e as inúmeras pedras são um perigo para os desavisados. Todo cuidado é pouco para não cair rolando morro abaixo!
Aqui estávamos subindo a Serra Fina, rumo ao Pico dos Três Estados. Muita água nessa hora e protetor solar. O tempo estava muito seco e a vegetação amarela e sem viço, mas o céu.......sempre azul. É o céu de inverno, que nesta época quase não chove.
O PICO DOS TRÊS ESTADOS (2.665 m) fica na região chamada Serra Fina e faz limite entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. De todos os lugares da Serra, como esta vista a partir da Pedra da Mina, onde podemos ver ao longe um mar de morros sem fim, típicos daquela região (foto: skyscrapercity)
Aqui está a PEDRA DA MINA (2.798,39 m). Seu cume fica na divisa entre os municípios de Queluz (São Paulo) e Passa Quatro (Minas Gerais), fica numa parte da serra da Mantiqueira conhecido como "Serra Fina". Lá no topo é possível ter uma visão em 360 graus, com muitas montanhas, vales e cachoeiras (foto: Adilson Moralez)
O MORRO DO COUTO (2.680 m) também fica logo na entrada do Parque Itatiaia, com acesso bem mais fácil, com trilhas demarcadas e bem conservadas. A visão lá de cima é algo exuberante! Mas cuidado para não se confundir nas trilhas. Pois como estive lá da primeira vez no período da seca e voltei depois da época das chuvas, as trilhas simplesmente sumiram no meio de tanto verde renascendo na terra úmida, uma loucura! Nos perdemos por quase 4 horas e só conseguimos chegar a Mauá a noite! (foto: clubedosaventureiros)
O PICO DAS AGULHAS NEGRAS (2.792,66 m) fica na parte alta do Parque Nacional do Itatiaia, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Com 5 horas de caminhada chega-se ao cume. O caminho é cheio de pedras, bromélias e plantas rasteiras. Haja preparo físico! O nome "Pico das Agulhas Negras" é poruqe as rochas do pico fazem com a sombra um desenho de agulhas apontando para o céu. Peculiar......(foto: alexhubner)
No alto do Parque Nacional de itatiaia, no Pico das Agulhas Negras, o cenário é sempre deslumbrante, como uma cortina que se abre diante dos seus olhos (foto: pisteiros.com)



Certa vez resolvi subir alguns dos picos mais altos do Brasil para ver como é a vida lá de cima.... Não sou nenhuma escaladora, claro, portanto fiz somente alguns trekkings pelas regiões montanhosas do sul de Minas, na divisa com Rio e São Paulo. Partindo da Serra da Mantiqueira, no extremo sul de Minas Gerais, nas cidades de Itamonte ou Passa Quatro, pode-se chegar nos limites dos três estados. E foi assim que eu conheci quatro dos 10 picos mais altos do Brasil: Pico das Agulhas Negras, Pedra da Mina, Morro do Couto e Pico dos Três Estados. É claro que eu deixei para trás as montanhas mais altas, como o Pico da Neblina (Amazonas), o Pico 31 de Março (Amazonas) e o Pico da Bandeira (Espírito Santo e Minas Gerais). Como eu não sou montanhista, não tenho nenhuma meta a cumprir, e depois porque é muito longe e dispendioso. Então fui ficando por aqui mesmo. O ideal é iniciar o trekking bem cedo, depois de um café da manhã reforçado. Assim, caso você se perca nas trilhas ou aconteça algum imprevisto, ainda tem o dia claro para tentar consertar. Porque nessas horas o tempo vale ouro e pode valer uma vida!!!!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Vai acabar....

Por enquanto eles ainda estão a salvo, o coral "cérebro" e o "coral fogo". Mas com este aquecimento das águas oceânicas.......até quando?
Um dia calmo nas águas de Cabo Frio.....
E então mais um dia se foi no arquipélago de Abrolhos. Em meio ao oceano Atlântico os pássaros dormem, os peixes saem de suas tocas e a vida continua.....
Atrás do jardim do MAM (Museu de Arte Moderna) somente a imensidão azul....
Depois de uma caminhada subindo as pedras, uma visão do mar aberto na praia das conchas, litoral do Rio. Com sorte, é possível ver alguns peixes saltando lá embaixo....
Do alto do "Pão de Açucar" se avista uma pequena ilha perdida no meio de tanto azul!
Corumbá, no litoral da Bahia, encanta com suas águas translúcidas e cheias de vida. Um dia ainda volto lá!!!!
O pequeno Atobá descansa vendo o pôr do sol do alto da ilha de Santa Bárbara, sabendo que amanhã é mais um dia longo de pesca em alto mar para todas as aves da ilha!
Mais uma praia convidando a nadar com minúsculos peixes a te beliscar os dedos....
O sol se escondendo na praia de "Boa Viagem" é uma boa despedida de um dia lindo!



Imagine passar por todos esses mares novamente e saber que um dia não haverá mais peixes! Seria o fim!!! Por mais distante que possa parecer do nosso cotidiano, o alimento das populações futuras está mesmo ameaçado. A causa disso tudo? O aquecimento da superfície dos oceanos. Eu sou uma leitora assídua e acompanho as ações da ONU pelo mundo. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento relatou esta semana que o aquecimento das águas superficiais dos oceanos bloqueia o movimento dos nutrientes e diminui a produção de peixes, o que afeta a vida de milhares de pessoas. A limitação do fenômeno da ressurgência, quando os nutrientes se movimentam das águas mais profundas para as mais superficiais, afeta os ecossistemas marinhos nas áreas mais quentes (Ásia, África e América Latina). O pior é que são regiões com grandes áreas litorâneas e que dependem dos recursos pesqueiros para sua segurança alimentar. Além disso, essas áreas têm elevado sua temperatura até quatro vezes mais rápido do que as previsões do último Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática). E então muitos se perguntam - O que eu tenho com isso? Olha só, em 24 anos a temperatura na superfície na superfície do oceano subiu 1,35ºC, o que é MUITO! Já o degelo nas regiões próximas ao Ártico (incluindo o mar da Noruega) pode amornar a água e aumentar a pesca na região. Só que o tamanho dos peixes vai diminuir consideravelmente. Isto pode provocar um grande colapso em vários outros peixes! Poxa, todos vivemos no mesmo planeta, rodeado pelos oceanos. Devemos então proteger os habitats marinhos, evitar o descongelamento do Ártico e da Antártida (mesmo de longe), ter cuidado com os sumidouros de carbono, promover a pesca sustentável e reduzir a poluição nos oceanos. E tudo isso ainda é muito pouco!!!!!!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Tom






Só para começar bem o ano, um pouco de Tom Jobim cantando esta linda música de Chico Buarque......Com tanta chuva caindo lá fora, o piano suave faz uma nova canção com as gotas molhadas e a voz de Tom. Este ano será dele, afinal um dos criadores da bossa nova terá dois documentários lançados sobre sua vida: "A música segundo Tom Jobim" e a "A luz de Tom". E assim eu vou ficando por aqui, neste dia que chora, o primeiro dia do ano, ouvindo nada menos que 'Eu te amo'!