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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A evolução continua....


Só para relaxar neste carnaval, fui ler uma crônica de Veríssimo falando da teoria da evolução. Afinal, qualquer coisa sobre Darwin sempre me chama atenção. Concordo com o escritor, que vivemos em dois mundos ao mesmo tempo, um em que o dinheiro decide, e outro em que acreditamos ser seres racionais e nunca um macaco egoísta! Então, resolvi colocar aqui alguns pedacinhos:

Darwinistas bem pensantes se vêem frequentemente obrigados a explicar que aceitar tudo que Darwin disse a respeito de seleção natural, sobrevivência dos mais fortes etc. não significa acreditar que o que se aplica aos animais também se aplica aos homens. Richard Dawkins, o darwinista mais conhecido hoje, já disse que é possível viver num universo amoral, onde a regra é a vitória do "gene egoísta"... Darwinistas mal pensantes, claro, não precisam explicar nada. Para eles o darwinismo social justifica mercados desregulados, empreendedores aéticos e todas as manifestações do gene egoísta que tornam o capitalismo selvagem parecido com o mundo natural. Darwin só não ganhou seu lugar na galeria dos heróis da livre empresa porque são raros os poderosos e endinheirados que não atribuem sua boa fortuna a Deus, em vez da evolução. Mesmo antes de Darwin nos dar a incômoda notícia de que todos descendíamos de macacos (menos os meus antepassados, que foram adotados) e que pertencíamos a uma espécie tão sem caráter quanto qualquer outra, essa divisão entre o que éramos e o que pretendíamos ser já existia ... Como nenhum outro bicho, somos conscientes de nós mesmos, do nosso passado e dos nossos possíveis futuros. Consciência não muda o poder do dinheiro nem assegura um comportamento moral da nossa espécie _ ainda. Mas nos próximos milhões de anos, quem sabe?
A evolução ainda não terminou.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Petróleo aqui NÃO!

O pessoal do Greenpeace não descansa nunca! Precisamos ajudar na proteção deste pequeno paraíso em alto mar
O por do sol em Abrolhos é indescritível, todo dia é diferente, todo dia é lindo! Um dia, tentando achar um ângulo melhor, minha câmera quase caíu no mar!
Se eu pudesse, ficava ali dia e noite de vigília e não deixava nada e nem niguém maltratar este paraíso..... mas não é assim que funciona, temos que ir direto em quem tem o poder!As ilhas também servem como ninho para as fragatas, que sobrevoam o mar em busca de peixes. Já vi várias fragatas roubando peixe do bico dos atobás, pois elas detestam entrar no mar! Os atobás sim, estes são ótimos mergulhadores e pescadores
Tirei esta foto durante a maré baixa na ilha Redonda, onde aparecem as típicas pedras negras de origem vulcânica.
Um Atobá cuidando de seu único filhote. A ilha serve como "ninhal" dessas aves marinhas (horizonte geográfico)
Abrolhos visto de cima parece uma aquarela em tons de azul....Quantas vezes já nadei de uma ilha à outra só de snorkel, observando a vida lá embaixo.....(foto: horizonte geográfico)




Apesar de tanto tempo longe de Abrolhos, me lembro de cada pedacinho daquelas ilhas, e ainda sinto o cheiro bom do mar.....Mas agora, o cheiro é de confusão por lá. Afinal, já faz algum tempo que querem transformar Abrolhos em uma zona de exploração de petróleo. Para quem não conhece este arquipélago no sul da Bahia, ali existe um grande banco de corais e é a mais importante zona de biodiversidade do Atlântico Sul. Ali nasceu o primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil. É claro que sempre tem uma pesca predatória para atrapalhar. Mas nada tão ameaçador como a exploração de petróleo! Imagine aquele óleo bruto se espalhando pelas águas cristalinas em alto mar.....Isso pode ser fatal para a natureza exuberante que vive ali. Há corais que chegam a mais de 7 mil anos de idade! Além disso, são 1.300 espécies, entre tartarugas, peixes, aves e baleias. A visita mais frequente do lugar é a baleia jubarte, que vem da Antártida procriar em suas águas límpidas e mornas. Pois é, o governo brasileiro já fez licitação para 10 empresas e 13 blocos de exploração na região. Se acontecer um acidente como o do Golfo do México, além de ser fatal para a natureza, pode colocar fim ao turismo e a pesca da região, que garante a sobrevivência de mais de 80 mil pessoas. Como um bem natural de inquestionável importância, Abrolhos deve ficar fora dos planos de exploração do governo!
Quem for contra esta exploração, assine aqui (se não conseguir é só entrar no site do greenpeace)
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Participe/Ciberativista/Deixe-as-baleias-namorarem/

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Voluntariado verde

O pequeno Kiwi da Nova Zelândia é uma ave que desaprendeu a voar, segundo a teoria de Darwin, e hoje está ameaçada de extinção. Mas se depender de pessoas assim, isso ainda vai demorar a acontecer! (foto Departament HO NZ Conservation)
No Projeto Baleia Jubarte, acordávamos todos os dias às 5:00 da manhã, e depois de tirar centenas de fotos do nascer do sol em alto mar, era hora de pegar o bote inflável, fazer a vistoria nas outras ilhas e educação ambiental com os turistas que chegavam de veleiro, muitas vezes no meio de uma volta ao mundo!
Um filhote de leopardo das neves do Quirguistão, embora sem a mãe, agora está sob proteção (foto Reuters/Fabrizio Bensch)
Os lobos cinzentos na Rússia estão perdendo seu habitat natural e começam a invadir as áreas habitadas. O projeto prevê recolocá-los em áreas selvagens protegidas e longe da vida humana.
A primeira cova com ovos de tartaruga da Amazônia que encontrei na praia das Gaivotas, no rio Araguaia. Depois transferimos os ovos para uma praia mais protegida e cercada, afim de evitar os predadores. Após dois meses de encubação na areia, é só soltá-las nas águas do rio e torcer para que cheguem à vida adulta!
Um elefante na Tailândia teve que usar uma prótese para voltar a andar, resultado de uma mina perdida.


Resolvi falar novamente sobre os ecovoluntários, afinal há tantos projetos ambientais no mundo que precisam de ajuda! O Programa de Ecovoluntários funciona como uma agência de viagens. Mas essas não são viagens comuns, não! Os lugares para onde vamos são inacessíveis a turistas. Nestes lugares nós temos a chance de proteger a natureza e os seres que vivem ali através de projetos de conservação. Para quem gosta de ambientes naturais, é uma experiência e tanto! Eu já participei como voluntária em dois deles no Brasil: Projeto "Tartaruga da Amazônia" e "Projeto Baleia Jubarte". Confesso que o que aprendi ali, na experiência e convivência com pescadores, ribeirinhos e a vida selvagem, não esquecerei jamais! Quem se interessar também pode se aventurar pelo mundo, é só escolher qual espécie você quer ajudar a preservar: tem a ave Kiwi na Nova Zelândia, os lobos na Rússia, rinocerontes na Suazilândia, tartarugas na Nova Guiné, morcegos na India, lobos ibéricos em Portugal, elefantes na Tailândia e leopardo das neves no Quirguistão.... É um pacote de turismo científico diferente de todos os outros. Os valores são de acordo com as agências de cada país. No Brasil, acho eu, ainda é feito pelo Instituto Ecológico Aqualung (que fica na rua do Russel, no Rio).

As tarefas do dia a dia sempre vão variar de acordo com o projeto, mas em geral incluem tratar dos animais, ajudar os pesquisadores nos registros de comportamento animal, fazer educação ambiental com a população local e turistas, etc. Os ecovoluntários devem ter em mente que estes animais não são animais de estimação e devem ser tratados adequadamente. O contato mínimo é essencial para ajudar a garantir que eles permaneçam selvagens. Quanto à comida, alguns projetos incluem alimentação, outros não. Em projetos baseados em barcos ou em áreas isoladas, como os que participei, a alimentação faz parte. Agora, quem vai para outros países,o importante é se adequar à comida local. Por exemplo, na Mongólia é difícil ter uma refeição vegetariana, já na Índia, a maior parte dos pratos é vegetariana. O ecovoluntário ideal é aquele que tem bom condicionamento físico (nunca se sabe se vai ter que mergulhar, correr longas distâncias ou saltar!), que sabe falar inglês, que tem disponibilidade e é flexível com outros estilos de vida.
Bom, fica aí a dica de uma apaixonada pela vida e que já foi um dia uma ecovoluntária.....Bon voyage!!!!