O pequeno Kiwi da Nova Zelândia é uma ave que desaprendeu a voar, segundo a teoria de Darwin, e hoje está ameaçada de extinção. Mas se depender de pessoas assim, isso ainda vai demorar a acontecer! (foto Departament HO NZ Conservation)
No Projeto Baleia Jubarte, acordávamos todos os dias às 5:00 da manhã, e depois de tirar centenas de fotos do nascer do sol em alto mar, era hora de pegar o bote inflável, fazer a vistoria nas outras ilhas e educação ambiental com os turistas que chegavam de veleiro, muitas vezes no meio de uma volta ao mundo!
Um filhote de leopardo das neves do Quirguistão, embora sem a mãe, agora está sob proteção (foto Reuters/Fabrizio Bensch)
Os lobos cinzentos na Rússia estão perdendo seu habitat natural e começam a invadir as áreas habitadas. O projeto prevê recolocá-los em áreas selvagens protegidas e longe da vida humana.
A primeira cova com ovos de tartaruga da Amazônia que encontrei na praia das Gaivotas, no rio Araguaia. Depois transferimos os ovos para uma praia mais protegida e cercada, afim de evitar os predadores. Após dois meses de encubação na areia, é só soltá-las nas águas do rio e torcer para que cheguem à vida adulta!
Um elefante na Tailândia teve que usar uma prótese para voltar a andar, resultado de uma mina perdida.
Resolvi falar novamente sobre os ecovoluntários, afinal há tantos projetos ambientais no mundo que precisam de ajuda! O Programa de Ecovoluntários funciona como uma agência de viagens. Mas essas não são viagens comuns, não! Os lugares para onde vamos são inacessíveis a turistas. Nestes lugares nós temos a chance de proteger a natureza e os seres que vivem ali através de projetos de conservação. Para quem gosta de ambientes naturais, é uma experiência e tanto! Eu já participei como voluntária em dois deles no Brasil: Projeto "Tartaruga da Amazônia" e "Projeto Baleia Jubarte". Confesso que o que aprendi ali, na experiência e convivência com pescadores, ribeirinhos e a vida selvagem, não esquecerei jamais! Quem se interessar também pode se aventurar pelo mundo, é só escolher qual espécie você quer ajudar a preservar: tem a ave Kiwi na Nova Zelândia, os lobos na Rússia, rinocerontes na Suazilândia, tartarugas na Nova Guiné, morcegos na India, lobos ibéricos em Portugal, elefantes na Tailândia e leopardo das neves no Quirguistão.... É um pacote de turismo científico diferente de todos os outros. Os valores são de acordo com as agências de cada país. No Brasil, acho eu, ainda é feito pelo Instituto Ecológico Aqualung (que fica na rua do Russel, no Rio).
As tarefas do dia a dia sempre vão variar de acordo com o projeto, mas em geral incluem tratar dos animais, ajudar os pesquisadores nos registros de comportamento animal, fazer educação ambiental com a população local e turistas, etc. Os ecovoluntários devem ter em mente que estes animais não são animais de estimação e devem ser tratados adequadamente. O contato mínimo é essencial para ajudar a garantir que eles permaneçam selvagens. Quanto à comida, alguns projetos incluem alimentação, outros não. Em projetos baseados em barcos ou em áreas isoladas, como os que participei, a alimentação faz parte. Agora, quem vai para outros países,o importante é se adequar à comida local. Por exemplo, na Mongólia é difícil ter uma refeição vegetariana, já na Índia, a maior parte dos pratos é vegetariana. O ecovoluntário ideal é aquele que tem bom condicionamento físico (nunca se sabe se vai ter que mergulhar, correr longas distâncias ou saltar!), que sabe falar inglês, que tem disponibilidade e é flexível com outros estilos de vida.
Bom, fica aí a dica de uma apaixonada pela vida e que já foi um dia uma ecovoluntária.....Bon voyage!!!!