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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Tanta riqueza...




Na medida do possível sempre retorno ao mar. Aliás, segundo algumas teorias, do mar todos viemos. Que bom, porque ADORO água!!! Hipóteses científicas a parte, ultimamente tenho ficado em alerta com tantas notícias, algumas nada boas. Pesquisadores do mundo todo estão preocupados com a pouca preservação das águas marinhas. O oceano é como o ar, um bem comum, e para a espécie humana continuar existindo, é primordial que permaneça intacto (ou quase!). O que acontece hoje é uma exploração desordenada do fundo do mar, onde suas riquezas minerais e pesqueiras são cobiçadas cada vez mais pela indústria internacional. Poxa, os mares cobrem mais da metade da Terra, e suas águas estão cada vez mais esgotadas pela pesca excessiva e poluição. Quando as reservas de peixes da costa vão se esgotando, a indústria pesqueira  se volta para as águas profundas. Uma coisa é fato: há um aumento gigante da demanda por alimentos, energia e matérias-primas que vêm dos oceanos.Também, a população não para de crescer! É alarmante quando se percebe que em mais ou menos 80 anos o mundo passou de 2 bilhões para 7 bilhões de habitantes. E é claro que nenhum estudo evoluiu nessa mesma intensidade para proteger os oceanos e suprir as necessidades desses 5 bilhões a mais! Como se fosse pouco, os fundos dos oceanos estão ameaçados pela crescente exploração de minerais, como o níquel, cobalto e cobre. Sei que precisamos de recursos, mas sei também que eles são escassos. Então vamos devagar com o andor! E quem disse que eu sou contra a modernidade? O fato é que com a modernização da robótica, fazem-se perfurações mais e mais profundas. São verdadeiros monstros submarinos!  E pensar que há pouco tempo só víamos isso em filmes de ficção científica.....Bons tempos!


Não podemos esquecer que o fundo do mar abriga uma diversidade biológica próxima do infinito, e que serve de fonte para nossos materiais e muitos dos medicamentos que precisamos. Com tanta coisa acontecendo no mundo ultimamente, tá difícil pensar que o "Homo sapiens"  ainda consiga tomar alguma atitude do bem pelo bem,  principalmente para o bem do próprio ambiente em que vive, assim como de seu vizinho ao lado. Mas ainda teimo em acreditar que somos capazes de, no mínimo, reduzir as consequências da ação do homem sobre o nosso planeta, em especial os oceanos. Ah, como é bom, ouvir e sentir a brisa do mar.....Bons tempos!

 Alguns pensam (eles pensam?) que o fundo do mar é uma enorme lixeira, que está ali disponível para quem quiser despejar todo o lixo do mundo!  

Até quando teremos ainda esses jardins submersos assim, cheios de vida?


sábado, 22 de fevereiro de 2014

À toa

Um dia à toa é isso que dá, meus neurônios entram em guerra e eu peço uma trégua! Então, só me resta escrever o que me dá na cabeça. Interessante pensar em como as pessoas estão cada vez mais fugindo de si próprias. Eu mesma já me peguei em algumas escapadas dessas. Mas isso foi há muito tempo... Agora cresci! Tentar seguir dogmas, ou não ter dogma algum. Comer só frutas e vegetais para limpar a alma (?). Budismo? Bacana. Mas dá para você seguir à risca num mundo tão capitalista como o nosso? Pense bem. Viajar a lugares incríveis, do Oriente ao Ocidente é algo absolutamente  fantástico! Mas se for pensando que a sua vida irá mudar depois disso, é ilusão. Ler sobre tudo superficialmente só para ter uma noção vaga do mundo. Que ser estranho o ser humano. Quantos se enrolam num emaranhado de informações sem saber o que fazer com elas depois. Ou fingem seguir uma tradição espiritual, ou sinistra, ou de seus ancestrais do século XV! Ei, espere aí. E o dia a dia, as coisas simples, caminhar no parque, ter um dia entediante, ir a pé para o trabalho... Tão tradicional assim não vale?


Concordo com Felipe Pondé em algumas coisas, e eis aqui uma delas:

 " .... Nada tenho contra estudar culturas antigas, apenas julgo um equívoco confundir a ideia de tradição com modos de uma espiritualidade de consumo... A cabala não vai salvar meu casamento.... Imitar a alimentação de monges tibetanos não aliviará minha inveja. Frequentar cachoeiras indígenas não fará de mim uma pessoa menos consumista.... Visitar templos no Vietnã não fará de mim alguém menos dependente das redes sociais.... Pular sete ondas numa Copacabana lotada nada tem de tradicional, é apenas chato.... Tradição é pagar contas, enfrentar finais de semana vazios e não desistir. É sonhar com um futuro que nunca chega.... Tradição funciona como hábitos que se impõem com a força de um vulcão, de um terremoto, de um tsunami, de uma febre amarela. Nada tem a ver com se pintar como aborígenes pra defender reservas indígenas ou abraçar árvores.... É educar os mais jovens e não deixar que eles acreditem nas bobagens que inventam...."

domingo, 9 de fevereiro de 2014

A paz que mora nos Andes

Para os povos da América Andina, a água (Yacumama) e a terra (Pachamama) contém toda a vida e têm um significado incomensurável. A cultura do povo Inca remete à água, que surge das profundezas do lago Titicaca, e portanto não pode ser motivo de comércio. Eles sim, sabem dar valor ao que realmente importa na vida! Por isso as águas do grande lago são sagradas para esses povos. E quem por elas navegar tem que ser batizado, o que fiz prontamente. Pode não ser nada, mas depois me senti mais protegida para seguir viagem, ali na proa do barco, sentindo o vento gelado das montanhas batendo no rosto.

A caminho do lago, passando pela vegetação árida da Bolívia e o frio cortante da cordilheira ao fundo.

Fiquei só meio triste por não ter subido até o alto dos picos nevados dos Andes, a quase 6.000 metros de altitude. Afinal, ali mesmo já tínhamos atingido 4.000 metros na beira do lago. Acordar bem cedo pela manhã era um sacrifício. Sair do quarto do hotel, com aquecimento interno e cobertor elétrico, e enfrentar o frio lá fora só para tomar café da manhã? Hã, hã. Abri mão disso algumas vezes e deixava o café para depois, com o famoso pão seco andino! Mesmo porque, naquela hora eu não estava com fome mesmo.....minha fome era do tamanho do meu dedo polegar congelado de frio. 

 Ao sair do quarto, essa era a visão que tinha, uma vez que o corredor do hotel ficava ao ar livre, sem paredes, e o frio era o primeiro a me dar BOM DIA!

Sempre duvidei de muitas coisas, mas da natureza nunca tive dúvida.  Ela é clara e sincera, e eu posso me sentir nela. Certo dia de manhã passei direto pela sala do café e fui até a beira do lago fotografar as gaivotas e sentir os primeiros raios de sol. Fiquei ali sentada um bom tempo, observando aquela imensidão de água, tentando enxergar o outro lado da margem, a fronteira com o Peru. 


 Naquele momento talvez eu fosse a pessoa mais sozinha em todo o universo. E para mim estava tudo bem. Perdida em uma espiral de doces pensamentos, misturados à realidade......acordei enfim, dentro de mim mesma,e percebi que não tinha nada a fazer além de seguir em frente. Quem fica parado enferruja! Decidi que assim que retornasse ao Brasil iria tomar novamente as rédeas de minha vida e perseguir com firmeza meus objetivos. Ulalá! E assim eu sigo a vida, deixando ela me levar, mas me mantendo sempre atenta na direção.

Um barco de totora segue seu caminho, carregando suprimentos e outras mercadorias para a Ilha da Lua. 

Mais um dia, como outro qualquer, hora de alimentar as lhamas e deixá-las soltas pastando.

Aqui as lhamas, cheias de lã, aguardam a hora do tosqueamento. Depois que essa lã toda for para um novelo, vai ser transformada em belíssimos ponchos, gorros, cobertas e casacos artesanais super coloridos.

Os barcos que navegam pelo Titicaca vão da Bolívia ao Peru todo dia. 

Copacabana, o mais charmoso e importante vilarejo à margem do lago Titicaca. Em cada ruazinha é possível ver vestígios das culturas aymará e inca. A história diz que a cidade está ali desde o século 14 a.c. No porto, todos os barcos levam às ilhas do Sol e da Lua.

Na ilha do Sol, uma típica moradora descendente dos aymará explica para um grupo de turistas, em alemão e depois em inglês, a origem da ilha. Sagrada para os incas, a ilha foi dedicada ao Deus Sol, e hoje vive do turismo e artesanato de seu povo, principalmente os quechua e aymará. 

A paz...

Nem é preciso ir tão longe, até a ilha do Sol, para ver que a paz está em todo lugar.....assim como a guerra (até as antigas civilizações andinas tiveram que lutar por sua terra contra os bravos e dominadores espanhóis da época). Guerra e paz sempre andaram juntas, basta ter sabedoria para decidir de qual lado você quer ficar.