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domingo, 30 de maio de 2010

Caminhando nas nuvens...num vôo de balão


( O sol tinha acabado de nascer e todos já estavam no aeroporto preparando suas máquinas de voar. No fundo, no fundo, todo homem sempre quis ser um pássaro. Ícaro até que tentou, mas não foi tão inteligente. Pelo menos, hoje em dia nós temos maneiras mais seguras de voar, sem precisar ter asas. Deixe nossos amiguinhos com elas, em liberdade!)
(Este foi um campeonato de balonismo que assisti. Geralmente, nesses campeonatos alguns balonistas fazem vôos turísticos. Dizem que a maioria das competições são no interior do estado de São Paulo. Mas também podem ocorrer no sul, em Minas e outros.
Separei aqui alguns vôos confiáveis com bons profissionais recomendados:
Em Belo Horizonte: http://www.voedebalao.com.br/
Em Pindamonhangaba: http://www.voardebalao.com.br/
(E aí vamos nós! Daqui a pouco seremos apenas um pontinho colorido no céu azul. E lá de cima vocês serão apenas umas formiguinhas, entrando e saindo de suas casinhas, andando em seus carrinhos e nadando em suas piscininhas. Que gracinha...)
(O balão já está quase cheio. Depois é só arrumar o cesto, verificar os contrapesos, soltar as amarras e pronto, o céu nos espera!)
(Antes de tudo precisamos participar de cada etapa. Segurar as cordas laterais para que o ar quente vá direto para dentro do balão é importante para não perder tempo.)
(O "meu" balão tinha capacidade para 8 pessoas dentro do cesto, mas foram só 6. É que para voar de balão, normalmente os vôos são marcados bem no início da manhã. E isso no inverno, em alguns lugares, costuma ser bem frio.)
(Me senti com alma de Da Vinci, testando seus inventos de voar como os pássaros. Aliás, nunca tinha visto os pássaros de tão perto voando. Eles passavam do nosso lado como se pássaros fôssemos também. É, fazemos parte da paisagem.)
(Desta vez fomos parar numa fazenda de gado no sul de minas, bem no meio do pasto. Os bois assustados com a sombra daquela "coisa" descendo do céu, corriam desesperados de um lado para o outro, sem saber por que. Parecíamos alienígenas.)
(A equipe de resgate acompanha por terra o tempo todo para ver onde o balão vai cair. Cair? Bricadeirinha, claro. O balão vai ter que declinar em algum lugar. Nessa hora, o piloto ajuda muito, mas quem decide mesmo é o vento. Bom, eu confio na natureza...)


É isso mesmo. Voar de balão é como deslizar no ar e alcançar o céu. É uma sensação incrível que mal dá para explicar. Tem que voar para entender! A trajetória do vôo depende das correntes de vento. E não precisa ter medo, o balão é super seguro. Ele é movido a ar quente, propano - C3H8 (que é um dos componentes do gás de cozinha). As estatísticas mostram que voar de balão é mais seguro que andar de carro, e jamais foi registrado um acidente fatal no Brasil! Meu segundo vôo foi bem melhor, as correntes estavam boas, e o céu azul e sem nuvens, era inverno e a viagem durou uma hora! Uma dica é usar protetor solar, pois você vai estar frente a frente com o sol o tempo todo. Até a preparação inicial de encher o balão é uma delícia! E depois que o cesto levanta do chão e o friozinho na barriga passa, é só alegria! E que calmaria lá em cima....as pessoas lá no chão parecem mesmo formiguinhas. Os pássaros passam do teu lado e parecem nem ligar para aquela bola enorme e colorida ali no céu. Deixa o vento levar e só ele vai dizer onde é que vamos parar. O piloto tem papel fundamental nessa hora para saber direcionar um lugar seguro para pousar. Foi engraçado a gente descer no meio de uma fazenda cheia de gado! Agora sim, é hora de puxar as cordas, desligar o ar e enrolar os quase 30 metros de balão. E aí, vai encarar? Eu já estou pronta para outra....só que dessa vez vai ser de asa delta. Me aguardem!

sábado, 22 de maio de 2010

Os lindos Campos do Jordão!

(A "pequena Suíça" fica a uma distância irrisória de três grandes capitais - São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Tornou-se estância hidromineral pela excelência do clima no alto da serra. O 'milagre' que o clima proporcionava para a recuperação da saúde se espalhou rapidamente nos anos 20. A procura do lugar por personalidades do mundo social e empresarial, principalmente de São Paulo, trouxe um 'boom' de construções de lindas casas de veraneio, dignas de revistas especializadas. Hoje a cidade é um dos destinos turísticos mais procurados do país. Também, com esse visú!!!)
(Baden Baden, referência à Alemanha, é um dos bares muito disputados no final do dia. Ali tem a famosa cerveja artesanal de mesmo nome. Vale experimentar!)
(Capivari é onde tudo acontece. É ali que a cidade ferve a qualquer hora do dia. Com uma enorme variedade de restaurantes, lojas, lanchonetes, malharias... O estilo alemão predomina e num piscar de olhos você se imagina no interior do continente europeu. Este restaurante aí é tipicamente italiano e fica ao lado do shopping e bem perto da praça principal de Capivari. Há restaurantes de todas as bandeiras, como os portugueses, alemães, italianos, suíços, além de inúmeras casas de chá e café super charmosas. Se você gosta de um bom prato, delicie-se e esqueça o resto!)
(Guarde o final da tarde para fazer compras ou, pelo menos, passear pelas lojas. Realmente, você tem que separar uma grana a mais para ir a Campos do Jordão. O comércio no centro turístico de Capivari é um assalto! Os shoppings, as galerias, as lojinhas, cada uma mais linda que a outra....funcionam como um ímã e você acaba entrando, mesmo sem querer! Mas vá vacinado, pois é impossível sair de lá sem uma única sacola na mão. E as lembrancinhas para os amigos? O que os olhos não vêem o coração não sente, nem o bolso, certo? Errado. A não ser que você se passe por cego ou finja de morto... não tem jeito, vai morrer numa graninha sim!)
(Tirei esta foto num dia com pouco sol, mas as vitórias-régias ainda mostram toda a sua exuberância. O Horto Florestal é o mais antigo Parque Estadual do Brasil. Fica a 13 km de Capivari. É um dos parques mais sinalizados que já vi, com várias placas com mapas e informações sobre vegetação, animais, tipos de trilhas e etc. Nos riachos de água cristalina e bem gelada dá para ver as trutas nadando, peixe típico de regiões frias. Eu queria morar ali dentro!)
(Em Capivari tem milhares de lojinhas de chocolates artesanais fabricados ali mesmo em Campos do Jordão. O quê, fábricas de chocolate?! Essas delícias estão espalhadas para todo o lado. É uma perdição que vale à pena qualquer "sacrifício"!)



Passar um final de semana em Campos do Jordão é tudo de bom. Fomos em pleno verão, mesmo assim as temperaturas oscilavam entre 21º de dia e 11º à noite, uma loucura! Tem que levar roupa de frio na bagagem em qualquer época. Opções de hospedagem não faltam, desde luxuosos hotéis 5 estrelas, com pensão completa, até charmosas pousadas e casas de hóspedes. Mas se deixar para a última hora, certamente vai encontrar dificuldades. Pela proximidade de São Paulo, os finais de semana são destino certo dos paulistanos e estão quase sempre lotados. No verão, época das chuvas, os preços costumam cair em até 40% em alguns hotéis e pousadas. Tivemos a maior sorte, nada de chuva, só aquele friozinho cortante no fim do dia. Mas nada que um bom chocolate quente ou fondue não resolva. Se a fome apertar no meio da tarde, e seu estômago aguentar, uma boa pedida é o famoso "pastel do Maluf" no centro de Capivari, principal bairro turístico e point de visitação. Aliás, é um pastelão que mal cabe no prato. É só escolher um recheio entre mil e mandar brasa! Para quem tem os dias contados e gosta de sair de casa com tudo programado para não passar aperto, recomendo planejar dia a dia. Passeios como o do bondinho, perto do morro do elefente, e o parque do Horto Florestal são imperdíveis.O morro do Elefante tem 1800 m e fica dentro da cidade. Para conhecê-lo vá de teleférico, que funciona até as 5 horas da tade todos os dias. Mas prepare-se para o vento frio! A natureza exuberante da mata Atlântica e o clima agradável da serra são um convite à paz. O parque, um dos mais bem organizados que já fui, tem inúmeras trilhas, cachoeiras, lagos e a famosa árvore de plátano, cuja folha é o simbolo da cidade. Tem até restaurante lá dentro para quem preferir passar o dia. Já a Vila de Capivari tem os melhores restaurantes da região. Você não vai querer sair de lá sem experimentar a culinária francesa, indiana, suíça, alemã....... São tantas opções! A noite reserve para as opções gastronômicas especiais, como as mais condimentadas ou os fondues para esquentar aquele frio de bater queixo. Também é nessa hora que acontecem os diversos eventos culturais na principal praça de Capivari. Ah, e ainda tem o "Festival de Inverno de Campos do Jordão" todo ano. Famosérrimo! Atrai turistas, artistas, empresários, shows internacionais e nacionais, concertos. Música é sempre boa para os ouvidos, e num lugar lindo como este....difícil é distinguir o sonho da realidade...

domingo, 16 de maio de 2010

Viajando com o sol

(Esse jogo de luzes parece mesmo surreal quando se está bem ali em frente tendo uma visão de 360º. Ah se eu tivesse umas tintas e uma tela, tentaria encarnar um Renoir e fazer disso tudo uma aquarela!)
(Os primeiros raios de sol, às 5 horas da manhã, já deixam sua marca na pequena ilha Guarita, bem perto de um dos pontos de desembarque da Santa Bárbara, bem ao lado. Só os poucos residentes da ilha e pesquisadores podem desembarcar ali. Os turistas não têm permissão para descer em nenhuma hipótese, apenas admirar! )
(Agora sim, o sol mergulha em seu sono profundo e vai iluminar a outra metade do mundo. Japoneses e chineses já estão lá esperando... Infelizmente tive que scanear as fotos de papel e acabei perdendo o brilho e também a beleza original. Mas ainda assim dá para ver uma fragata voando ao longe de volta ao seu ninho na ilha Redonda.) (O Atobá, assim como eu, observa extasiado no ponto mais alto da Ilha de Santa Bárbara o sol se despedindo no horizonte. Mais um adeus. No dia seguinte tem mais! Os turistas que vão partindo nos barcos se encantam com tanta luz. Para ver essas imagens ao vivo e à cores é só pegar um dos barcos que saem diariamente de Caravelas, no sul da Bahia, em direção a Abrolhos, a 36 milhas náuticas da costa. É um pulo!)
(O pôr do sol atrás da ilha Redonda é simplesmente LINDO! Esta ilha encontra-se fechada para visitação a algum tempo para recuperação de seu ecossistema. Esta foto tirei da ilha Santa Bárbara, onde eu dormia e acordava todos os dias. Fica a lembrança de dias cheios de luz...)



Uma das coisas que mais gosto de fazer quando viajo é observar o pôr-do-sol e, quando dá, vê-lo nascer também. Quer coisa mais sublime que o sol naufragando no infinito horizonte marinho? Ou então quando ele desperta das profundezas para iluminar o mundo.....às cinco da manhã!? Exausto, depois de um dia inteiro, ele cede lugar à lua, que o substitui com maestria. Quando passei alguns meses do verão em Abrolhos, entre idas e vindas à terra firme, meu passatempo preferido era capturar imagens do sol se pondo ou nascendo (sunset e sunrise). 'Viajava' de um lado ao outro da ilha com o sol sempre me acompanhando. Como dormia cedo, depois de um dia "árduo" mergulhando e monitorando as ilhas, costumava acordar por volta de cinco horas da manhã. Ou seja, conseguia pegar o sol despontando lá do outro lado. Este é o privilégio de se viver em alto mar. É inegável a beleza desses momentos que marcam o limite entre o dia e a noite. Pena que as fotos não mostram nem um décimo da imagem ao vivo e a cores. Quantas vezes me vi diante de uma paisagem deslumbrante e, de tão atrapalhada, nem conseguia pegar a câmera, tirar a capa, colocar a bateria e apertar o botão. Parece fácil, não! Mas cadê o sol? O coitado não teve paciência de me esperar. E lá se foram os últimos raios de dourado, laranja e vermelho....Neste quesito ainda estou engatinhando, mas sou dura na queda, não duvide. É incrível, mas esses tons de vermelho e amarelo do nascer e pôr-do-sol têm uma explicação científica: a posição horizontal do planeta nessas horas faz com que a maior parte da radiação solar sofra dispersão ao atravessar uma camada mais espessa da atmosfera. Assim a luz azul se dissipa e só os comprimentos de onda maiores (vermelho, laranja e amarelo) parmanecem, pois não se misturam muito na atmosfera. Está aí a explicação para tanta beleza!

domingo, 9 de maio de 2010

A Mãe Natureza

(A mãe natureza é uma heroína! Tem sobrevivido à tempestades, furacões, vulcões, queimadas, desmatamentos, assoreamentos, terremotos, ciclones e muita falta de educação. Nessa escola da vida, pouco evoluímos. Será que algum dia aprenderemos?)
(Esta é uma foto da BN design ambiental e mostra como animais silvestres são tratados na India. A mãe hindu não mede esforços para amamentar seu bebê e um filhote símio. É a verdadeira imagem da mãe natureza! Na India, os mais pobres (80% ou 800 milhões) ainda preservam o respeito ao planeta e aos seres mais indefesos que vivem nele. Mesmo sem ter nada, o pouco que tem é repartido para dar continuidade a outra vida. O governo indiano é o 2º maior exportador de créditos de carbono do mundo! O Brasil tem muito o que aprender, pois com tanta riqueza natural, ainda valoriza o desperdídio e o desrespeito à natureza)



Nada mais justo que homenagear a nossa mãe natureza neste dia das mães. Quantos lugares lindos ela tem nos proporcionado a vida toda! Quantas experiências inesquecíveis, sublimes, enigmáticas até... Nós, seres humanos, somos mesmo esquisitos, estamos sempre reclamando, enquanto só temos que agradecer. Transcrevo aqui trechos da "carta a mãe natureza", de Max More, traduzido por Ataliba : "Mãe Natureza ... agradecemos pelas qualidades que você tem conferido a nós, com sua lenta e maciça inteligência distribuída. Você nos evoluiu de simples processos químicos replicantes a mamíferos de alguns trilhões de células. Você nos conferiu uma liberdade enorme para viver neste planeta.Você tem nos dado uma longa vida, que transpõe a maioria das existências dos outros animais da Terra. Você nos potencializou com um cérebro capaz de formatar línguas, capaz da razão, previsão, curiosidade ... Capacitou-nos a entender a nós mesmos e causar uma empatia nos outros ... Somos verdadeiramente gratos ... entretanto ... Você, em muitos pontos, tem executado um trabalho muito pobre com a constituição do ser humano. Você nos fez vulneráveis à doenças ... Você nos leva à morte através do envelhecimento, na idade onde estamos mais sábios. Você foi miserável na extensão em que conhecemos nossos processos cognitivos, somáticos e emocionais. Você nos deu uma memória limitada e um péssimo controle sobre nossos impulsos e os tribalísticos desejos xenofóbicos. E, além de tudo, esqueceu de nos fornecer o manual de operação de nós mesmos ... Parece que você perdeu o interesse em nós ..."

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Um dia em Recife e OLINDA

(Com um pouco de imaginação dá para ter a visão do paraíso, antes mesmo de Cabral chegar. Entendo perfeitamente o que nossos "primos" sentiram ao desembarcarem na costa brasileira, e logo quiseram trazer a trupe inteira de lá. Com este céu, com este mar, com esta gente feliz de cá....não há dúvida: é aqui que eu quero morar!)
( O Museu do Mamulengo fica na descida da ladeira do Varadouro, a caminho do convento de São Francisco. É um lugar lúdico que instiga o visitante a entrar num mundo livre e provocador, já que os bonecos falam com o público, mesmo quando não são manipulados. São mais de 1.200 bonecos no acervo! Foi o primeiro museu de fantoches do Brasil. O mamulengueiro é um artista que usa sua imaginação para contar as estórias de sua gente. Bem interessante. Funciona de terça a domingo das 10:00 às 17:00 horas.)
(O Convento de São Francisco foi construído no século XVI. O conjunto ainda compreende a igreja de Nossa Senhora das Neves e as capelas de Sant' Ana e de São Roque. Chamam a atenção as pinturas da Sagrada Família e a decoração feita de azulejos portugueses amarelos, azuis e vermelhos. O "quintal" do convento é o imenso mar azul de Olinda! Vale uma visita e belas fotos.)
(Esta é a visão que se tem lá do alto da Igreja da Sé. De um lado os coqueiros e cúpulas de igrejas antigas. Do outro o mar sem fim. Ficaria ali a tarde toda observando as infinitas nuances do azul do mar de Olinda... Ah, se eu fosse uma artista, faria mil aquarelas desta paisagem... Se eu pudesse ser a própria paisagem... E se...)
(Não tem como negar, a arquitetura típica e os azulejos de além mar entregam a herança portuguesa. Há várias construções desse tipo espalhadas por Olinda. É...esta é uma casa portuguesa com certeza!)
(Quase não consigo tirar esta foto da Casa dos Bonecos Gigantes. O galpão estava fechado e só tinha uma fenda na janela, onde consegui encaixar a pequena câmera e tremer um pouco. Tudo bem. O primeiro boneco da direita é o "Homem da Meia Noite". As peças têm cerca de três metros de altura e retratam pessoas com feições exageradas, animais e diabos. Bom descanso meus amigos.)
(Este boneco gigante nada mais é do que a famosa "Mulher do Meio Dia", que sai pelas ruas de Olinda no carnaval acompanhada de seu fiel companheiro, o "Homem da Meia Noite". E é claro que vai todo mundo atrás dançando frevo até o sol raiar. Cansaço? Não, esta palavra não existe no dicionário pernambucano!)
(Lá do alto do Largo do Varadouro tem-se esta visão de Recife ao longe com seus prédios imensos. Do lado de cá, a simpática e charmosa Olinda. Pelo menos as duas cidades dividem o mesmo mar azul estonteante. Minha memória fotográfica é ótima, mas uma câmera na mão faz milagres e vai me ajudar a relembrar essas imagens daqui a uns cem anos....!?)
(O pôr-do-sol na praia de Boa Viagem fecha o dia com chave de ouro. Não, você não está entendendo, meu caro. Só estando lá para sentir essa energia toda, aquela água bem morna e a vontade de ficar ali para sempre....quem sabe...até virar um peixe!)




De Recife pega-se um ônibus e 7 km depois você está em Olinda. Como pode, duas cidades gêmeas e tão diferentes! Em Olinda praticamente não se vê prédios, só construções bem antigas, muitas igrejas e ladeiras. Quanta ladeira! São ruazinhas estreitas de pedra por toda a cidade. Nascida no período colonial, ainda guarda com orgulho a herança deixada pelos portugueses, que disputaram a ferro e fogo esses pedaços de terra ao mar com os holandeses (esses ficaram com Recife). Me desculpem, mas Olinda é realmente linda! Não é à toa que foi tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. A melhor época para conhecer todo o bucolismo da cidade é agora, bem longe do carnaval (este merece uma visita à parte). Então, por onde começar? Pernas para que te quero no sobe e desce das ladeiras. É o único jeito de observar o casario colorido e suas histórias. Começando pela Praça do Carmo, pegamos a primeira ladeira rumo à rua do Amparo, cheia de museus, ateliês de arte, restaurantes e... a casa dos famosos bonecos gigantes. Ali eles ficam guardados até o próximo carnaval. Agora vamos até o Largo do Varadouro lá em cima. Prepare-se: é uma 'subidinha' e tanto que pernas e glúteos ainda vão te agradecer! Lá no alto há uma feira de artesanato na rua, rodeada de alguns bons restaurantes, lojinhas incríveis e a Igreja da Sé. É ali do pátio da igreja que se tem a melhor vista da cidade. Se for domingo, não perca o desfile de Maracatu no final da tarde, quando todos aqueles bonecos gigantes saem às ruas. Bateu aquela fome? Na rua do Amparo tem um restaurante incrível: "Oficina do Sabor". Da varanda se vê Recife lá longe e as praias de Olinda. Cá entre nós... o camarão ao creme de manga com arroz de polvo é simplesmente divino!!! Hora de conhecer o Museu do Mamulengo e depois descer a ladeira do Varadouro até o Convento de São Francisco. Lindo! A essas horas o sol já está querendo partir. Então corra até o alto da Sé para ver o pôr-do-sol. É o lugar perfeito. Acabou? Claro que não! De volta à Recife, ainda dá tempo de pegar um final de tarde na praia da Boa Viagem e depois curtir a noite ali mesmo na orla. Muita água de coco, quiosques restaurantes e uma turma sempre sorridente caminhando no calçadão. Pronto, lá se foram as 24 horas intensamente vividas. Ufa, que dia......inesquecível!!!

sábado, 1 de maio de 2010

Um dia em RECIFE e Olinda

(O rio Capibaribe "rasgando" a cidade de Recife, que é frequentemente "emendada" por diversas pontes. Pode até parecer exagero, mas Recife é conhecida como a Veneza brasileira. Por que será?)
Alinhar ao centro
(Torre Malakoff, em frente à Praça da Marinha. Não me pergunte por que, mas foi batizada com o nome de uma das torres da fortaleza de Sebastopol, durante a guerra da Criméia! Talvez a população da época, que acompanhava pelo rádio aquela guerra longínqua, achou bonito o nome e pronto, batizou.)
( Na Praça da República está o Teatro Santa Isabel. Fica ao lado do prédio da prefeitura e perto do Palácio da Justiça. Em homenagem à princesa Isabel, claro, foi inaugurado na década de 50 e quase que totalmente destruído na década seguinte por um incêndio. Mas foi todo refeito, segundo seu projeto original, enviado diretamente de Paris. De perto o teatro é lindíssimo.Com suas imensas colunas em arco, num tom de rosa antigo, faz a gente se sentir um ser pequenino e insignificante.)
(A primeira Sinagoga das Américas fica ali na rua do Bom Jesus. É a Sinagoga Kahal Zur Israel. Foi construída pelos imigrantes judeus e portugueses de Amsterdã. Mas se não passar devagar, quase não se vê, de tão pequena por fora e bem no meio de todo aquele casario antigo.)
(O teatro Mamulengo fica do outro lado da Praça do Arsenal da Marinha. O teatro em si é bem pequenininho, mas a cultura dos fantoches remonta a antiguidade, muito, mas muito antes de Cristo. Eram comuns em feiras na Grécia Antiga e Roma. Passaram incólumes pela Idade Média até os dias de hoje, divertindo adultos e crianças. Não foi possível assistir a nenhuma peça, não era O DIA certo! )
(A rua do Bom Jesus, a mais antiga de Recife, é uma referência para quem quer comprar artesanato bonito e barato. É claro que eu não podia deixar para trás a famosa sombrinha colorida tão típica dos dançarinos de frevo de Pernambuco! O casario peculiar é em estilo holandês e as ruas feitas de paralelepípedos e pedras portuguesas. Ora pois, és da vossa terrinha! )
(Este é o Marco Zero de Recife. Atrás, o rio Capibaribe quase chegando ao mar. No chão há uma bela pintura da rosa dos ventos feita por um artista plástico pernambucano. Imagina...medir todas as distâncias e quilometragens do estado a partir dali. A cultura é uma loucura, não!)
(Ah, a praia da Boa Viagem...Que mar azul celeste, que céu azul piscina...Ops. As cores são tão intensas que me deixam confusa. Que coisa maluca!)
(Incrível a quantidade de placas em Boa Viagem avisando para ter cuidado com os tubarões. Pobrezinhos desses seres tão inocentes, que não fazem nada a não ser seguir seus instintos naturais e provar qualquer coisa que se mecha à sua frente... Pôxa, é sério. Infelizmente é um desequilíbrio ecológico causado pelo próprio homem. Enfim...)




Um dia é pouco? Sim. Mas era o que eu tinha. Uma promoção relâmpago. De brinde, uma passagem de ida e volta e um dia em.....qualquer lugar do Brasil. Uau! Tem que pensar rápido. Onde é possível curtir céu azul, lindas praias, muita história, patrimônio cultural? Nas duas cidades irmãs, uma ao lado da outra, tão antagônicas entre si que se completam. Quase a idade do Brasil, Olinda tem 475 anos e Recife 473 anos. Chegamos ao aeroporto de Recife de madrugada. Dali direto para o hotel na praia de Boa Viagem. Depois de algumas poucas horas dormidas e um farto café da manhã: RUA. Aliás, praia. A praia de Boa Viagem logo cedo é um encanto. Com uma larga faixa de areia e a maré bem baixa, alguns recifes de corais se aproveitam da subida preguiçosa das águas para dar uma boa espiada lá fora. Enquanto isso, o azul do céu reflete no mar um tom de verde água impressionante! Uma boa hora para fotos bem coloridas. Mas o tempo urge e o dia só tem 24 horas!? Um bom tênis, uma roupa confortável e uma câmera fotográfica numa bolsa a tiracolo são essenciais, já que desbravar essas duas cidades à pé é uma aventura. Começamos por Recife. Primeira parada: Marco Zero. Afinal, foi aqui que tudo começou e é onde se marcam todas as distâncias no estado de Pernambuco. Estamos no bairro do "Recife Antigo", com seus prédios bem antigos em estilo eclético. Bem em frente se vê o porto e o rio Capibaribe, que vai desaguar no mar. Do outro lado do rio uma muralha natural de arrecifes, que deu o nome à cidade. Dali até a rua do Bom Jesus é um pulo. Uma das mais antigas ruas da cidade, cheia de casarões antigos e uma típica feirinha de artesanato. Ali também fica a primeira sinagoga das Américas, feita pelos judeus que vieram da Holanda. Seguindo até o final da rua há a Praça do Arsenal da Marinha. E bem em frente fica a Torre Malakoff, mas estava fechada nesse dia ... que pena. O Teatro Apolo é bem próximo e de uma construção magnífica. Ficou fechado por mais de um século, e hoje funciona ali um dos cinemas mais concorridos de Recife. A cidade toda é recortada pelos rios Beberibe e Capibaribe e suas inúmeras pontes: a ponte Maurício de Nassau, Ponte da Boa Vista e Ponte do Limoeiro, são as que me lembro. A famosa Veneza brasileira foi conhecida num sopro. Sei que ainda há muito o que aprender desta cidade. Mas, como eu já disse antes, o tempo é curto. A "Recife Moderna" fica para a próxima. Agora, pé na rua novamente e...Olinda aí vamos nós!