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terça-feira, 18 de junho de 2013

Mudanças



O que está acontecendo no país? Enfim, parece que a 'galera' acordou da paralisia geral em que o governo nos colocou! Tem muita coisa errada SIM. Só não concordo com a depredação geral do patrimônio público e violência gratuita. Os protestos, quando legítimos, já começam a dar resultados em várias partes do país. Mas as coisas não vão bem, tanto que refletem uma insatisfação generalisada.  Vamos apoiar as mudanças, sugerir outras mais, e descobrir o Mal querendo se disfarçar de Bem!
Deixo aqui um pedaço do artigo do ótimo Xico Sá:

"Errado?
Ou só vale, para efeitos morais de protesto, a gente boazinha e organizada? Só vale o protesto certinho? A anarquia não vale com 100 mil nas ruas? Se liga, humanidade. E se entrar um dia na bagunça a gente feia, suja e malvada, como no clássico do cinema italiano? E se minha faxineira resolver entrar no jogo, em vez de ficar apenas limpando minha casa para quando eu voltar do protesto e encontrar tudo bonitinho?
Aí o bicho pega e vai ser lindo. Afinal de contas, como diz o Leminski, na lucha de classes todas as armas son buenas…
Mais ou menos como já são os agitos dos sem-teto e dos sem-terra o ano inteiro. Esses são ameaçadores de verdade da ordem, são os homens de boa vontade, bíblicos. Pouca gente aparece aqui nas redes sociais para apoiá-los. Se muito meio segundo no “JN” quando ocupam as fazendas de laranjas dos laranjas e outras cítricas assombrações patronais.
Mas tá valendo. Não é isso que está em jogo agora, velho Glauber.
Falar nisso, corto, sabem a origem da palavra baderna? Era o sobrenome de uma bailarina bem louca, anarquista italiana, que arruaçou no Rio do século XIX e daí esta palavra que virou manchete hoje.
Por favor, não me entenda, mas se você leva mil, 5 mil, 10 mil, 100 mil pessoas às ruas, como foi o caso da Candelária corre esse risco.
Não adianta esse lenga-lenga, inclusive de alguns líderes da parte “mais sensata” do movimento, de rotular de vândalos o que, possivelmente, fuja do controle. É o risco da praça quando vira território livre. Risco que já deu em revoluções e também já deu em muita merda sem sentido.
Risco que deu, seja no subúrbio de Paris recentemente ou no centro do Rio e SP, em flamejantes episódios.
Ir para as ruas sempre implica no imponderável. O resto é mofo ou ranço da história. É a hora que a ordem estabelecida vira piada.
A bonança, não o risco, de ir para as ruas é isso, ninguém sabe aonde vai parar o bonde. E não vai ser a mídia a ditar o ritmo da carruagem, como acreditou nos últimos dias, quando chamou todo mundo de vândalo e mudou dois dias depois.
Sabe-se lá por quais vaias ou conspirações, meu repórter João Valadares, deve ter mudado milagrosamente a mídia. Talvez, voltemos às caronas da história, por acreditar em só enfraquecer a presidente Dilma como candidata. Vire-se a Dilma, estamos apenas analisando a história recente.
Como se na onda toda fosse possível passar essa leitura. É bem mais complexo, amigo(a), me ligo, se liga, a vida é um tê, um benjamin de três tomadas, no mínimo.
Só sei que nada sei, só sei que Kafka seria capaz de entender tal metamorfose.
Só sei que nem o mito do futebol como ópio do povo, como acreditava a velha esquerda, resiste a esta hora. A Copa das Confederações que o diga.  Nunca se protestou tanto exatamente contra os gastos dos eventos de hoje e do futuro."

Xico Sá

3 comentários:

  1. Oi Beatriz
    Texto muito bom, um dos melhores que já li desde que começaram as manifestações.
    Pra você ter uma ideia, até aqui na minha cidade, com 70 mil hab., Pedro Leopoldo- MG, houve protesto, passeata pelas ruas, tudo dentro da mais perfeita ordem e paz.
    E já está rendendo alguns frutinhos.
    Beijo

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  2. É isto aí ! Acorda, Brasil !
    Abraços
    MT

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  3. quando a saúde, a educação, os transportes dignos ficam sempre para trás

    há um momento em que a desigualdade é tão gritante, que não se pode calar mais nada


    solidária convosco

    um abraço

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