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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Ano Novo, Vida Nova? Nem sempre...


O ano está fechando as portas, então vamos dar mais um passo e seguir adiante, sem muitas delongas, e ponto. Final de ano é isso aí, correria, pessoas de um lado para o outro, sacolas nas mãos, ruas lotadas, lojas idem, mais sacolas, trânsito infernal.... Ei, e onde anda o tal espírito de natal e ano novo?  Certamente ficou perdido no meio desta confusão toda. Sinto falta de paz e um pouco de silêncio nessa época. Logo cedo percebi que papai Noel não existia. O velho e bom velhinho de bochechas rosadas, que sai pelo mundo distribuindo presentes e coisa e tal... Distribuir presentes não tem nada de mais, mas sem critério algum? Sempre me perguntei se ele realmente distribuía presentes para TODO MUNDO, inclusive os "maus", "egoístas", "ladrões"! Achava papai Noel alguém pouco confiável. Isso só deveria valer para as criancinhas pobres e abandonadas ao redor do mundo, isso sim. Por outro lado, como é que ele ia entrar na minha casa, que nem chaminé tinha, e as janelas a noite estavam sempre trancadas? Passei a desconfiar desse bom velhinho...

Ano novo, vida nova! Talvez... Se a minha (ou a sua) está bem resolvida, para quê querer outra? No dia 31 de dezembro todos ficam na expectativa de que, depois de 24 horas, tudo mudará para melhor. Em tese eu teria que sentir tudo isso em dobro, já que meu aniversário é um dia antes. Quanta pressão! Então que chegue logo o próximo ano, assim como um dia após o outro e vamos em frente! 
Para quem gosta de rezar, aí vai uma dica de R. Alves: "Deus, dá-me coragem para lutar para mudar coisas que podem ser mudadas. Dá-me tranquilidade para aceitar as coisas que não podem ser mudadas. E dá-me sabedoria para distinguir entre umas e outras. Amém." Está certo.
Sempre fiz uma lista de planos quentinhos para o novo ano, até perceber que o que eu mais planejava era o que menos acontecia, e o que eu menos esperava sempre me surpreendia! E geralmente com melhoras consideráveis em minha vida. Portanto, decidi que neste ano não farei nada disso. Seguirei firme em meus propósitos e espero ser surpreendida ainda mais pela frente. Ok, espero que algumas coisas mudem também, mas nem tanto assim. O que está bom, não se mexe. O resto vai depender pura e simplesmente da minha boa vontade. Não quero que o espírito do "TUDO NOVO" se apodere de mim ao ponto de mudar meu estado de espírito. Quero continuar sendo a pessoa que sou, bem humorada, otimista, e talvez um pouco menos ingênua ou ranzinza em algumas coisas. Não quero muito mais, só quero que as coisas continuem dando certo, sem mágicas. Este afinal é o mistério da vida e acho maravilhoso fazer parte disso tudo!

Para quem ainda não acertou o passo, sempre há tempo, é só pisar firme! Vamos todos adiante em mais essa jornada que se inicia, ou continua, depende..... FELIZ ANO NOVO e que a parte boa do natal dure o ano inteiro!!!!!!


Atenção: Plágio é crime, previsto na Lei 9.610/98
Obrigada pela sua compreensão e respeito

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A menina que aprendeu a viver na natureza

Quando li o artigo, que nem é tão recente, me lembrei na hora do livro "Mogli", e também dos meus sonhos de criança de viver na África! Tippi Degré ainda nem tinha nascido quando seus pais (Sylvie e Alain Degré, fotógrafos da National Geographic) decidiram se mudar para a Namíbia, na África, a trabalho na década de 90. Foram quase 13 anos vividos na selva africana, em contato com os animais que  muitas vezes conhecemos só em filmes. Desde pequena ela se sentia livre e fez logo grandes amizades com Abu (um elefante de 28 anos), J&B (um leopardo), um crocodilo, um avestruz,girafas, leões, zebras, sapos gigantes... Sua conexão com os animais era tão especial que ela ganhou mesmo o apelido de menina Mogli. Tippi desenvolveu relações de extrema confiança e em total sintonia com os animais selvagens, os quais chamava sempre pelo nome. Sua vida virou documentário e depois um livro. As únicas crianças por perto eram das tribos Basarawa e Himba, com quem aprendeu, entre outras coisas, a sobreviver comendo apenas frutos e raízes. Depois de morarem Madagascar, Tippi foi viver em Paris com seus pais, e aos 13 anos foi matriculada pela primeira vez em uma escola. Logo percebeu que não tinha nada em comum com as outras crianças. Pois a vida das crianças na cidade grande era bem diferente da sua na savana africana. Ela sabia tudo sobre diversos tipos de camaleões, mas não sabia nada sobre Harry Potter! Sabia muito bem se portar junto aos babuínos, mas se assustava com o metrô. Então ela voltou a ser educada em casa até se adaptar à nova vida. Quando completou 16 anos foi convidada pelo Discovery Channel a voltar à África para uma série de 6 documentários. Hoje, com 24 anos, Tippi estuda cinema na universidade Sorbonne. Quando criança ela costumava dizer: "Eu falo com os animais em minha cabeça, ou através dos meus olhos, do meu coração ou da minha alma, e eu sei que eles entendem e me respondem". 

Isso tudo me faz crer que levar uma vida em meio a natureza é um enorme aprendizado! 'Talvez', se eu tivesse seguido meu sonho de criança e fosse morar na África, 'talvez' eu tivesse tido filhos, e 'talvez' eles tivessem sido criados no meio da natureza (mas nem tão perto assim dos grandes animais). Talvez, talvez, talvez...... o mundo não é o que sonhamos ou imaginamos que ele seja. A vida neste mundo, sim, é uma experiência única para cada pessoa, assim como foi para Tippi!
Desde bebê, no mundo selvagem, Tippi considerava os elefantes como seus irmãos 'maiores'.

O leopardo era seu melhor amigo

Ela aprendeu a brincar com os membros das tribos Basarawa e Himba

Tirando um cochilo no colo de um lince...

Um sapo gigante típico do sul da África, um de seus 'amigos'

Todas as fotos foram tiradas por sua mãe, que relatou: "Tippi teve muita sorte. Ela sempre esteve muito a vontade com os animais... Apesar da vida maravilhosa que tínhamos, é claro que eu sentia receio e sempre coloquei a segurança dela em primeiro lugar. A foto em que ela está ao lado do filhote de leão Mufasa é maravilhosa! Voltamos depois de um ano da foto e ele estava enorme. Mufasa veio perto de Tippi e roçou sua longa cauda, como um gato faria, e ela quase caiu. Nesse dia tive medo, não me senti a vontade e levei-a embora... Usando sua inocência e imaginação, ela fez amizade com um dos gigantes do reino animal, o elefante africano Abu. Ela não percebia que era extremamente menor que ele, apenas queria conversar como fazia comigo! Não sentia nenhum medo. A tribo costumava dizer que Tippi era a 'menina que falava com os animais'.

 Esta foto já tem alguns anos, mas hoje, com 24 anos, Tippi estuda Cinema na Universidade Sorbonne. Apesar de viver na França, Tippi continua se sentindo uma mulher africana e já retornou várias vezes à África.


sábado, 29 de novembro de 2014

Era uma vez um paraíso .... Shangri-La

A Rota de Shangri-La liga dois países incríveis que sempre povoaram meus pensamentos: Tibet e Nepal. Nas montanhas do Himalaia e junto às terras de Caxemira, India e Paquistão, definitivamente eles estão no teto do mundo, quase encostando o céu! Este pequenino reino foi batizado ainda nos anos 20 de "Jardim do Éden" no planeta azul. Sempre procuro ler bastante sobre a região e suas diferenças. Meu interesse não é puramente ecológico ou turístico,  e sim cultural. Saber como aquele povo amigável e feliz lida com os extremos da natureza ao seu redor. Acredito que a simplicidade e a boa saúde estão acima de tudo. Este talvez seja o segredo da longevidade do povo do Vale do Hunza. Seria este o paraíso perdido do universo da imaginação? Que seja. Um lugar onde os moradores têm uma saúde notável, vivem muitos e muitos anos e têm sempre um sorriso no rosto jovial talvez seja utópico demais para quem vive as loucuras das cidades grandes.

Pois é, este pequeno paraíso existe e fica a 2.500 m de altitude no Vale do Hunza, na parte do Himalaia. Ali não é raro anciões chegarem a 130 anos de idade (comprovado pelo Dr. Christian Godefroy em seu livro "Os segredos da saúde dos Hunzas", quando conviveu com eles por 7 anos). Aos 100 anos, muitos deles ainda costumam correr a céu aberto como se 20 anos tivessem. É, parece que os anos não passam naquelas altitudes. São todos esbeltos e caminham com agilidade, mesmo com o ar rarefeito. Eu, como qualquer mortal, me sentiria quase um molusco num lugar assim! 
Dieta e obesidade são palavras que eles não conhecem. Lá, inclusive, é comum homens serem pais aos 90 anos de idade. Estamos mesmo falando deste planeta? O homem atual está preparado para viver num paraíso oculto assim? Está amadurecido espiritualmente para tal? Seria  capaz de exercitar a paz e abrir mão de suas ambições? São tantas perguntas que só mesmo os cientistas poderiam responder com clareza de detalhes. Até alguns anos atrás Shangri-La era chamada Zhongdian. Mas depois do sucesso de "Horizonte perdido" (livro do escritor inglês  James Hilton), cuja cidade mística era Shangri-La, eles resolveram adotar o nome numa jogada de marketing turístico. Mas ainda bem que, pelas dificuldades de acesso, até hoje a pequenina cidade está longe de atrair multidões de visitantes. 

Mas, ao que parece, nem todo paraíso é eterno. Os atuais moradores de Shangri-La dizem que não estão satisfeitos com a invasão da civilização moderna, que vem encurtando-lhes a vida - já desde os anos 30,  com a chegada dos ingleses. As crianças aos poucos vão deixando de aprender os costumes com os mais velhos e passam a comer hambúrguer e tomar coca-cola. Estão se tornando 'civilizadas' pelo sistema. Para a idosa Bibi Khumari - "As pessoas hoje são como lápis. Antes éramos como troncos de árvores. Os bebês eram tão saudáveis nos velhos tempos..." - Parece mesmo que a sabedoria da raça humana está contida neste lugar perdido lá no alto das montanhas....

A mágica funciona assim: igualdade entre as pessoas e coexistência pacífica. Isso já diz tudo!

Festa da Unidade Nacional: um festival de dança folclórica com representantes de 56 grupos étnicos

Uma vida simples com base em uma alimentação saudável à base de frutas, verduras quase cruas, queijo, iogurte natural e muitos cereais. Os Hunzas fazem sua primeira refeição ao meio dia. Se contarmos que eles se levantam para os trabalho às 5 da manhã na agricultura, subindo e descendo montanhas íngremes e de estômago vazio......claro que isso não é exemplo para o resto da humanidade, mas talvez seja o segredo da longa vida para este povo único e feliz no alto das montanhas!
A felicidade está no ar! A alegria de viver e a alimentação moderada, tendo como base o respeito ao próximo, o trabalho diário e o clima - tudo isso junto leva ao encantamento da eterna juventude.

Um lugar mágico, certamente. Perdido, talvez. Quando a China ocupou o Tibet na revolução cultural na década de 60, as coisas mudaram um pouco por lá, embora o lugar ainda tenha permanecido isolado pelas suas grandiosas montanhas....

As crianças ainda são a esperança de vida muito longa pela frente. Contanto que não se entreguem ao mundo moderno, com as latinhas de coca-cola, os insustentáveis hot-dogs e demais venenos industrializados, aos quais estamos tão acostumados.......

sábado, 22 de novembro de 2014

Ah esse tempo.....

A vida às vezes parece um turbilhão de acontecimentos, um quadro cheio de rabiscos, e cabe a nós colocarmos as cores do nosso jeito. Só não vale se distrair e deixar o bonde passar; ah isso não!

Nunca fui de pensar demais nas coisas que acontecem na vida da gente. Até onde eu pude perceber, as pessoas que filosofam a cada instante costumam ser as que mais sofrem. Pois na cabeça delas, já sabem como deveria ser, está tudo "filosoficamente" resolvido. Só que no final não é bem assim. As coisas não acontecem exatamente como planejado. Daí a frustração. O bom é ter objetivos na vida e tentar alcança-los. Erros e acertos no percurso já fazem parte do roteiro, e sem eles não tem graça. Acho que não devemos desperdiçar os momentos ruins, afinal sempre tem um jeito de tirar um aprendizado nessas horas. Ok, há caminhos que levam a lugar nenhum, mas muitas vezes é preciso passar por eles para descobrir. Já percorri tantos caminhos..... errei muito, andei devagar, deixei muita coisa passar. Mas já faz algum tempo que acertei a trilha, e sei que ela é longa e tortuosa. Ótimo, adoro uma aventura! A diferença é que agora sei onde quero chegar e calculo tudo perfeitamente no tempo e no espaço. Ah, se a vida nos desse sabedoria aos vinte e poucos anos e não vinte anos depois..... Tudo bem, tá certo que seria muito chato um monte de pós adolescentes sábios perambulando por aí. Uh! Melhor assim. A vida tem seu próprio tempo. E para os que ficaram na estação e deixaram o trem passar - pernas para que te quero - o jeito é correr atrás!




sábado, 15 de novembro de 2014

Remoto, misterioso e belo!



Ainda há lugares nesse mundo em que certos adjetivos caem muito bem, como 'remotos' e 'misteriosos'. A ilha de Nova Guiné, coberta por sua floresta tropical, parece ser de outro planeta!


Lá chove muito e não tem esse período de seca, como no Brasil. Sem dúvida é um lugar de natureza exuberante, com mangues, florestas de várzea e de altitude, savanas, rios imensos e a mais alta montanha do leste do Himalaia. Isso tudo tem resistido ao longo dos anos a terremotos, ciclones e deslizamentos de terra. O rio Sepik, que corta a Nova Guiné, está na lista dos mais longos do mundo, com pouco mais de 1.000 km. Um rio grande, tortuoso e rodeado de florestas e cachoeiras inspira a vida do povo da região. Nas tribos ao longo do rio os homens convivem tranquilamente com os crocodilos - que podem atingir 6 metros de comprimento! Este crocodilo gigante tem a má reputação de ser devorador de homens, mas ainda assim é um bicho venerado por lá. Tanto que em algumas tribos os homens costumam escamar a pele imitando as costas do animal, ficando assim marcados para o resto da vida. Mas o que realmente me impressionou quando li sobre os povos do noroeste do Pacífico é que para eles "grandes homens não gostam de ser vistos como egoístas". Nessas sociedades, qualquer diferença em aquisição de riqueza só é tolerada se toda a comunidade se beneficiar. Em uma tribo a oeste do rio Sepik, um deles diz com toda convicção: "Um homem não deve tolerar uma situação em que o vizinho tenha mais do que ele. Um homem não deve possuir nem bens nem poder em prejuízo de outros". O antropólogo Michell completa: "É a derrota da hierarquia, é uma maneira incomum de aplainar as diferenças finaranceiras". Pensando bem, acho que seria muito bom se pudéssemos enviar alguns corruptos e corruptores (palavras tão comuns aqui no país) para aprender com essas tribos que a riqueza não foi feita para ficar nas mãos de poucos (deles, é claro!). Depois dizem que são povos primitivos. Eu vejo sabedoria. Um pouco de delicadeza também não faz mal a ninguém!  

Cada tribo tem a sua história, passando a cultura para os mais novos. Um pequeno grande detalhe que eles aprendem desde cedo: na constituição do país está escrito "Unidade na diversidade", nada mais adequado!

Um filhote crocodilo da Nova Guiné, que ainda vai crescer bastante! Mas no rio Sepik eles são adorados pelos homens, que até imitam sua pele, literalmente!

Viver assim sobre palafitas, rodeados de floresta tropical, enfrentando ciclones e tufões num rio repleto de crocodilos.....parece mesmo um filme de aventura!

Um pedacinho do rio aqui:




sábado, 8 de novembro de 2014

Tudo é provisório

Um relógio antigo no centro de Curitiba. Se é uma réplica do original que ali existiu, pouco importa. Quantas histórias devem ter passado por aquela praça, quantos namoros escondidos vigiando a hora do relógio, demorando a passar....

Ninguém até hoje conseguiu explicar direito o que é felicidade. Tenho aqui minhas suposições, e acho que nada melhor do que cada um definir a "sua". Mas, certamente sei o que não é felicidade para mim. Ficar sentada, deixando a vida te levar......ah não! Isso só rima com música! Estagnação, acomodação - não! Achar que já aprendeu tudo na vida e não há nada de novo no ar que valha a pena conhecer, aprender ou se dedicar? Definitivamente não. O crescimento faz parte e, certamente, não vai só até os 18 anos de idade. Vai até os 100. Somos gigantes por dentro! Tudo bem que é chato as vezes, demora, machuca, lutamos contra tudo, e muitas vezes contra nós mesmas. Mas compensa. São muitas vitórias secretas, daquelas que nem queremos contar a ninguém, outras sim. Lembranças guardadas no peito e na alma. Quando combinamos uma pitada de sorte com as escolhas boas então ...... é praticamente a perfeição! Sou uma curiosa eterna. Aprendi com o tempo, pois quase tudo nessa vida me fascina. Dizem por aí que até numa simples ida à padaria eu já tenho história pra contar. É claro que procuro sempre o caminho mais longo, sigo olhando tudo ao meu redor, o que eu posso fazer?! Ando a pé por todo lado, e já aboli o carro do dia a dia faz tempo. Menos stress, menos poluição. Deixo tudo isso na garagem. Descobrir caminhos novos, passar por uma rua cheia de árvores, ver casas bonitas, prédios modernos, olhar os detalhes dentro das janelas (e fora também) - tudo me interessa! Certa vez ouvi uma frase "tudo aqui é provisório, inclusive nós". Que bom, era tudo o que precisava ouvir! Por isso aproveito cada instante. Se uma caminhada até a padaria já rende uma história, imagine então conhecer uma cidade diferente, pegar um trem ou um simples um passeio no parque renderia um livro! Mas eu fico mesmo  só com as lembranças.

O que diria então o poetinha Carlos Drummond de Andrade, que adorava caminhar por Copacabana....

Andar pela Estação da Luz em Sampa num fim de semana é uma delícia, e na hora do "rush" também, é adrenalina pura!

Felicidade é poder estar com essas lhamas fofas na cordilheira dos Andes! Depois sentar e ouvir as muitas  histórias do povo Inca, contadas por um de seus descendentes. Isso sim é que é história!

Uma chuva de lascar caiu na Praça Bolívar em Bogotá nesse dia. Tive que me esconder debaixo da marquise do Parlamento e esperar uma colombiana passar para me vender um "paráguas" azul. Assim pude continuar meu caminho protegida da chuva e feliz!

Depois de caminhar pelo parque e percorrer o interior de uma caverna, uma pausa, que ninguém é de ferro! Sentada ali vi um sabiá tentando espantar um outro intruso no seu ninho, os filhotinhos ficaram só assistindo, achando a maior graça quando de repente...............

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

É, nada é justo nessa vida...



Eleições a parte.......depois dessa, não tenho mais palavras, nem argumentos, cansei! Só nos resta torcer para que, pelo menos, não dê errado! E a vida segue seu caminho. Aliás, a vida não é assim tão justa, nem mesmo no mundo marinho. Cientistas já alertaram para as 'águas mortas' nos oceanos daqui a algumas décadas. Da mesma família dos ouriços e das bolachas-de-praia, as estrelas-do-mar são animais fortes. Sua beleza e diversidade de cores faz a alegria de fotógrafos marinhos. Mas isso não quer dizer que não precisam de proteção. Um poeta certa vez disse que a estrela-do-mar nasceu do amor entre um grão de areia e uma estrela do céu...... Bem que podia ser. Assim todas as estrelas marinhas estariam protegidas eternamente por Poseidon, o deus dos mares, e nada nesse mundo poderia destruí-las!
Se pensarmos lá atrás, há 65 milhões de anos, quando os dinossauros desapareceram, o mar já estava
saturado de dióxido de carbono. Pois na previsão dos cientistas, daqui há algumas décadas a água do mar estará mais ácida que naquela época. Os invertebrados são extremamente sensíveis a acidez das águas. Como se isso não bastasse, várias cidades litorâneas e alguns países à beira dos oceanos ainda lucram com o comércio de estrelas-do-mar. Elas vivem até 35 anos na natureza e têm uma capacidade regenerativa incrível. Se um de seus braços for cortado, elas conseguem recriá-lo do zero a partir de suas células-tronco. Por isso mesmo são seres infinitamente simples, sem sangue ou cérebro. Acho que a delicadeza está em todos os seres vivos. Os defensores dos Direitos dos Animais têm que olhar com mais atenção os equinodermos (estrelas marinhas) e os cnidários (águas vivas), que vivem nas profundezas dos mares, e não só aqueles mais fofos e que são mais facilmente amados no mundo. As águas vivas são muitas vezes esquecidas quando se trata de defender os animais. Talvez pelo fato de algumas serem extremamente venenosas. Sem dúvida são animais bem interessantes, pois ainda podem se clonar naturalmente, enquanto cientistas passam a vida toda estudando técnicas de clonagem humana!!!

As águas vivas, que quando adultas são chamadas medusas, são seres magníficos! Além disso ainda têm a capacidade de brilhar no escuro e podem medir mais de 2 metros na fase adulta.

Aqui montanhas de estrela-do-mar ficaram expostas ao sol na ilha de Olango, nas Filipinas. Depois elas passam por um processo de branqueamento para remover a cor natural e o cheiro. Esses pequenos animais pontudos são retirados das águas da Indonésia antes de serem exportados para países como EUA, Japão, Coréia e Austrália, onde serão comercializados como decoração em molduras ou em banheiros.

As bolachas-de-praia são achatadas e gostam de se enterrar na areia. Quando ameaçadas, soltam um líquido amarelo e se escondem. Parecem um verdadeiro fóssil vivo!

Um vez, mergulhando a apenas 12 metros de profundidade, me deparei com essa estrela-do-mar que, assustada, tentou se esconder no meio das algas. Alguns dizem que as estrelas-do-mar não sentem dor quando um de seus membros é arrancado. Bom, isso ainda não foi totalmente provado, e não cabe a nós tratá-las como seres insensíveis. Acredito que elas sofrem, e muito, ao serem retiradas da água para simplesmente servirem aos caprichos humanos.

domingo, 19 de outubro de 2014

Iansã Agandhi Ererê

Ouvindo as músicas de Dorival Caymmi é impossível não se lembrar da Bahia. Quem cantou em prosa e verso esta terra de alegrias, aprendeu que aqui não tem tempo ruim. Até o mais reticente dos seres humanos se sente mais leve por essas bandas. Sei lá ..... acho que o vento Nordeste se entende lá em cima com o vento Sul e os dois se unem para trazer bons fluidos. Só pode ser! O azul do mar, as nuvens de todas as cores e formas, casinhas coloridas, a vida sem pressa, e todas as frutas que puder imaginar. Ponha tudo isso junto e pinte uma aquarela. Talvez esteja aí a receita da felicidade ..... É claro que a vida não é um mar de rosas, nem na Bahia! Mas o que importa? O bom da vida é deixá-la leve, e lá isso parece bem mais fácil. Areia fina, areia grossa, o sol  se pondo com preguiça, pois o que ele queria mesmo é ficar ali para sempre. Andar descalça pela praia até a maré subir, dar a volta e ver lá de cima das falésias como o mar é infinito e a Terra é de fato redonda. Bem que dá vontade de voltar a viver lá um dia. Mas a vida segue, os caminhos hoje são outros. As falésias que tenho agora são o topo dos edifícios, e aquela vista do mar ao longe agora é um monte de ruas de asfalto sem fim. Mas afinal, o que é que a Bahia tem? Além de tudo isso, tem Dorival Caymmi, Jorge Amado, Caetano Veloso, Gilberto Gil....
E aqui na minha alma, quando sinto uma ventania, sei que é o vento sul balançando as folhas dos coqueiros. Quando vem a chuva forte, sei que o mar está revolto, e que lá no fundo as estrelas-do-mar, as moréias, o peixe budião e as baleias vivem na maior harmonia. Não tem jeito, a alma da gente não esquece!

 E a estrela-do-mar segue seu caminho lentamente de volta ao mar, depois da maré alta

A Fundação Casa Jorge Amado hoje funciona como museu do escritor e fica no Pelourinho

As praias de Salvador são um colírio para a cidade...

As cores das telas retratam a alegria baiana em todo o canto

Bom era sentar nesse banquinho no alto da falésia, no sul da Bahia, e ficar olhando ao longe o mar sem fim

Ah que saudade eu tenho da Bahia...


 


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

"Tan querida Buenos Aires"

Certamente 5 dias na capital argentina não é suficiente. Uma boa dose de tango, obras de arte,  cultura e natureza foi uma mistura que deu certo em Buenos Aires. Para quem gosta de gastronomia onde a carne é "hors concours", é o lugar ideal. Os dias em setembro são tão belos! Aquele céu azul cintilante te chama logo cedo para por os pés na rua, apesar do vento austral gelado (o inverno aqui vai de junho a setembro). Para começar, o Museu de Evita é imperdível, pois até hoje ela é um ícone venerado pelos portenhos. Aliás, o cemitério de Recoleta, onde seu túmulo está guardado, é um dos pontos turísticos mais procurados. Jamais pensei um dia visitar um cemitério assim......mas caímos de paraquedas em Recoleta, no meio de uma feirinha de artesanato incrível, que parecia não ter mais fim! De repente me dei conta que estávamos em frente ao suntuoso cemitério, com seus túmulos  esculpidos em mármore, como obras de arte. Para minha surpresa, o de Evita Perón era um dos mais simples, afinal ela foi o símbolo de uma época e líder política que se dedicou aos pobres. A cidade é muito fácil de se locomover, seja a pé, de metrô ou de ônibus. Os taxistas são super simpáticos e gostam de dizer que ADORAM o Brasil, onde costumam passar suas férias de verão, principalmente nas praias do sul!
Os passeios na cidade se dividem pelos bairros, cada um com suas características únicas: Palermo (onde estão os parques mais bonitos, com suas grandes avenidas, museus importantes, residências chiques e as embaixadas de alguns países), San Telmo (um dos menores bairros e o mais antigo, onde se encontra a boemia argentina), La Boca (o nome vem do time de futebol "Boca Júniors", e é onde fica o famoso El Caminito, antigo cortiço da cidade que virou atração turística), Puerto Madero (antigo Porto que foi todo revitalizado e suas antigas docas transformadas em lojas, apartamentos, restaurantes e hotéis de luxo), Centro Histórico (onde estão Obelisco, Teatro Cólon, Plaza de Mayo e Casa Rosada), Recoleta (com suas casas em estilo europeu, lojas, museus e o cemitério mais famoso da cidade). Fora isso, o legal é se aventurar sem planejar muito. Pegar o mapa da cidade e sair pelas ruas perguntando aos argentinos qualquer coisa, adoro! É a melhor maneira de interagir num país diferente, e ainda por cima dá para treinar seu espanhol já tão enferrujado!

Ver a troca de guarda saindo da Casa Rosada em direção a outro prédio do governo é uma questão de sorte, mas só vi o finalzinho.....

O suntuoso Banco de La Nación Argentina ainda segura um país em crise, da qual todos esperam sair o mais rápido possível!

Da esquina se vê o famoso Teatro Cólon, onde são feitas as grandes apresentações de ópera, balé e etc....

Puerto Madero restaurou suas docas e os prédios antigos foram todos transformados, assim como a Universidade Católica e também inúmeros restaurantes luxuosos e lojas.

Ao fundo a "Puente de La Mujer", do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, nos jardins de Puerto Madero.

Uma praça em homenagem a mais nova rainha da Holanda, Máxima Zorreguieta, que é argentina!

A entrada do Museu de Evita. Este museu fica em Palermo e nem é tão grande assim, mas ali está toda a história de luta desta mulher, que é até hoje um símbolo na Argentina!

Os deliciosos Cafés espalhados pela cidade são uma verdadeira tentação! Além das empanadas argentinas (com recheios de queijo, carne, cebola, ramon...) há também os doces maravilhosos de encher a boca......certamente meus lugares favoritos todos os dias no final da tarde!!!!!

Na Plaza de Mayo fica a Catedral, com suas paredes de mármore rosa. O antigo bispo da Argentina rezava ali suas missas antes de fazer suas malas definitivamente para o Vaticano, onde agora é o Papa Francisco!

El Caminito é a rua mais famosa de Buenos Aires e super colorida! Esses cortiços (ou conventillos) eram as casas típicas dos imigrantes que chegavam de Gênova no século XIX e, como não tinham dinheiro, usavam os restos de tinta que sobravam do porto para pintar suas casas. Por isso cada pedaço ficava com uma cor diferente. Alguns conventillos viraram lojinhas de souvenirs, tudo com preços bem acessíveis.

O Museu Fragata Presidente Sarmiento fica dentro do próprio barco. A foto foi tirada depois de uma forte tempestade que durou quase duas horas! Me senti como uma verdadeira marinheira à deriva em alto mar! Tive tempo suficiente para conhecer cada pedacinho da fragata e imaginar quantas aventuras esta barco passou, desde que nasceu na Inglaterra em 1897 e veio parar em Puerto Madero, depois de várias aventuras pelos oceanos.

A Fragata Presidente Sarmiento antes da grande tempestade que varreu Buenos Aires por quase duas horas! O barco, já bem velhinho, se encheu d'água e lá dentro mais parecia um dilúvio! O museu do barco não abre todo dia e seu ingresso tem um valor irrisório, apenas 2 pesos!


A Casa Rosada, sede do governo argentino, é um ponto de referência na cidade.

A cultura do tango pulsa na veia dos portenhos e não há como não conhecer de perto esta dança tão espetacular!