
Yann Arthus Bertrand's sobrevoou durante 5 anos os 6 continentes para mostrar as surpreendentes paisagens vistas de cima. Ele viu a Terra mudar! Mas essa estória não se resume apenas à parte plástica de suas belas imagens. Yann fez questão de descer em todos os lugares onde fotografou para conhecer de perto a cultura, o dia a dia das pessoas, como elas lidam com o meio ambiente, o desperdício e a generosidade. Com isso ele constatou que, apesar do consumismo exacerbado ao redor do mundo, ainda há pessoas preocupadas com o rumo do nosso planeta; e que pequenos gestos são capazes de mover montanhas. Desde um pescador brasileiro, que luta pela preservação do rio, passando por uma chinesa que alimenta de graça os esquecidos da sociedade, até um agricultor afegão que se importa com a fome do mundo, são milhares de depoimentos reais sobre seus medos, sonhos e esperanças. Yann já apresentou suas exposições no Rio, em São Paulo e em todo o mundo. Mais ecologista que fotógrafo, o resultado dessas exposições tornou possível a criação da Fundação "Good Planet" e do projeto "6 bilhões de outros". Este projeto vai de encontro aos habitantes do planeta, tenta mostrar suas realidades e, ao mesmo tempo, ajudá-los em sua luta pela preservação do planeta. Admiro pessoas que fazem do seu trabalho algo em prol de toda a humanidade. Mesmo que comece com pequenos gestos, até mesmo no lugar onde mora, vale a pena. De que adianta os "senhores do tempo", chefes de governo, militantes "virtuais" ou grandes teóricos se encontrarem uma vez por ano, como em Davos, para discutir questões mundiais? Só saem dali com mais incertezas ainda sobre o futuro. Os grandes problemas do mundo continuam sem solução, e as resoluções nunca saem do papel!!!
Bangladesh é o sexto lugar mundial em aquicultura de água doce. Cerca de 1,3 milhão de pessoas trabalham na pesca, especialmente a de subsistência. Os bagladeshianos substituem o consumo de carne vermelha, rara e cara, pelo peixe. Ainda hoje, 1,8 bilhão de trabalhadores no mundo (60% da população ativa) trabalha sem contrato nem cobertura social.
Ilhas Robeson, no arquipélago se San Blas, no Panamá. Ali vivem os indios Kuna, que conseguiram um estatuto de semi autonomia por seu território, proibindo qualquer investimento estrangeiro em sua terra. O Panamá reconhece a aspiração dos povos indígenas terem o controle de suas instituições, garantindo sua integridade física e espiritual. Isto está certificado na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, e até hoje apenas 22 países assinaram com o Panamá, dentre eles seus dois vizinhos: Colômbia e Costa Rica.
Fardos de algodão na região de Korhogo,Costa do Marfim. O algodão começou a ser produzido na África Ocidental no início do século XX. A produção, a transformação e a confecção do algodão garantem a subsistência de quase 1 bilhão de pessoas no planeta. Em contrapartida, só a cultura do algodão emprega 1/4 dos pesticidas vendidos no mundo. Isso fez com que alguns governos incentivassem a redução de pesticidas usados, criando setores de comércio equitativo e garantindo uma melhor remuneração melhores condições de trabalho.
Mulheres carregam baldes ao país Dogon, perto de Bandiagara, Mali. Na África subsaariana, cerca de 40 bilhões de horas são gastas nessa tarefa. Para isso, elas abandonam os estudos, razão do analfabetismo atingir mais mulheres que homens. Além disso, assim seriam pessoas "bem educadas" e "aptas ao casamento". Para mim,a manutenção de certas culturas é absolutamente impensável no mundo atual.
Língua de gelo do glaciar Taylor no Vale Beacon, uma cadeia de vales secos na Antártica. O Tratado da Antártida que entrou em vigor em 1961 designa a Antártica como "uma zona natural dedicada à paz e à ciência".
Secagem das tâmaras. no vale do Nilo. Em regiões áridas, as tâmaras se desenvolvem em oásis como este. São bem tolerantes ao sal e suportam grandes diferenças de temperatura. O Egito é o primeiro produtor mundial e também o maior consumidor, cerca de 15 kg por pessoa por ano! Com as tâmaras se produz suco, xarope, farinha, massa, açúcar, vinagre, álcool, doces............além de servirem para alimentar dromedários, cavalos e burros.
Vilarejo Koh Pannyi, na Baía de Phang Nga - Tailândia. Esta baía é formada pelo degelo ocorrido há mais de 18 mil anos. O vilarejo foi construído há dois séculos por pescadores muçulmanos de origem malásia. As áridas montanhas calcárias submergiram das águas, deixando de fora somente os cumes. A população tradicional vive da pesca e do turismo.
Lagoa Azul, na Islândia. É uma região vulcânica, com aqueles nome complicadíssimos, Reykjanes, perto de Grindavik, na central geotérmica de Svartsengi. Este lago artificial é alimentado pelo excesso de água retirada da geotérmica. A água é captada a 2.000 m abaixo da Terra e aquecida a 240ºC pela fusão do magma. Quando chega à superfície, atinge 70ºC e serve para aquecer as cidades vizinhas. Ricas em sais minerais, as águas quentes da Lagoa Azul (a 40ºC) parecem ter propriedades curativas para doenças de pele. A geotérmica é uma fonte de energia renovável cada vez mais explorada, com pouco custo e limpa.
Final de uma tempestade sobre a floresta Amazônica, próximo a Tefé. A floresta cobre 64% da superfície do Brasil. Rica em biodiversidade, estima-se que mais de 10 milhões de espécies ainda não foram sequer descobertas. Esta pesquisa interessa principalmente à indústria farmacêutica, pois muitos dos medicamentos contém substâncias extraídas de plantas, usadas como ingredientes ativos.