Não, definitivamente não concordo. Lisboa não é uma cidade melancólica, como costuma ser tachada por aí. Ok, tudo bem que quando ouvimos um "fado" - a alma portuguesa - dá aquela vontade de chorar e os olhos se enchem de água. Mas, tirando isso, é só alegria! Não vim aqui descrever lugares, nem ser guia de viagens. São apenas sensações. Boas lembranças que as imagens me trazem, soltas, como as brisas do verão, que vêm e vão. Gosto mesmo é de andar, descobrir caminhos. Pelas ruas, a limpeza dá o tom. Teatros antigos com suas peças modernas e super engraçadas. Tomar sorvete no Largo da Estação do Rossio, depois de um dia quente de verão, é um presente dos Deuses! Sentir o ar fresco às margens do rio Tejo, como é bom..... Em Lisboa sim, você consegue unir de forma harmônica sua vertente moderna e multicultural com atrativos históricos de tirar o fôlego. Um luxo! Sempre procuro fugir dos clichês turísticos, mas tem certos lugares quase obrigatórios, de tão belos.

Também evito dar muitas dicas de passeios, afinal, meu ponto de vista costuma ser bem diferente de muitos. Tenho prazer em longas caminhadas, gosto de sentir o chão onde piso, ver tudo bem de perto, tocar, sentir as vibrações. Enfim, cada pessoa é de um jeito, e os gostos são infinitamente diversos. Ainda bem! Na foto, a praça Marquês de Pombal ao fundo, perto do hotel onde fiquei. No alto tem uma escultura gigante de "Botero", olhando a cidade e o Tejo.
O verão de Lisboa me lembrou o do Brasil. Céu sempre azul, festas populares ao ar livre, luz! Com clima suave e muitas atrações, a cidade ganhou o prêmio "World Travel Awards" de melhor destino europeu para os fins de semana, deixando para trás Londres, Madri, Veneza, Paris.....Está aí a matemática turística que não me deixa mentir. Até porque eu nunca tive mesmo cabeça para contas. Memorizar números e fórmulas para mim sempre foi uma tarefa "hercúlea".
Essa lógica fazia quase nenhum sentido para mim. Penso como uma escritora americana. No meu entendimento, o mundo não é um gráfico ou uma equação. Poxa, para mim o mundo é uma história! Por isso tenho sempre muitas delas para contar. Passar por uma rua no Baixo Chiado e sentir o cheiro do pão, saindo quentinho do forno. Não resisto. Sou "pãofanática"! Andar um pouquinho mais e experimentar um delicioso Toucinho do Céu, faz você praticamente flutuar........
E como não se deliciar com o famoso Pastel de Belém, do bairro homônimo? Doce feito com gemas, açúcar e massa folhada. Tão leve, que faz qualquer um se perder e esquecer a dieta. O sabor e a tradição dos pastéis de Belém vêm dos anos de 1834, quando mosteiros e conventos foram encerrados em Portugal. Os visitantes se acostumaram a saborear os pastéis, antes fabricados nos conventos por antigos pasteleiros, que guardaram o segredo da receita até hoje.
Para mim não basta simplesmente comer um, dois, três, quatro..... tenho
que conhecer como eles são feitos, as cozinheiras tão dedicadas, as
centenas de fornadas saindo quase que de cinco em cinco minutos. Você come o pastel quente, pois não dá tempo de esfriar, tamanha a demanda. Que
loucura aquilo ali! Depois é melhor dar uma caminhada e aproveitar para conhecer os arredores de Belém. A boa digestão agradece!
Na porta do Mosteiro dos Jerónimos, carruagens 'modernas' nos remetem aos tempos antigos. Como é bom reviver os tempos passados que não vivemos.............Se é que isso faz algum sentido
Do alto é possível ver como é majestoso o mosteiro dos Jerónimos. E olha que não coube tudo na foto!
Por dentro do mosteiro, a suntuosidade e a delicadeza andam lado a lado. Sua arquitetura é estonteante!
A Torre de Belém é o cartão de visitas de Lisboa, e com toda razão!
O café "A Brasileira", no Baixo Chiado, foi muito frequentado por Fernando Pessoa antigamente. Tanto que nos anos 80 fizeram uma estátua do escritor na caçada, em sua homenagem.
O Teatro Politeama, inaugurado em 1913, sempre apresentou grandes sucessos. Foi lá que assisti à "Grande Revista Portuguesa", com grandes atores portugueses de humor. Hilário!!!
O Castelo de São Jorge fica lá no alto. Então, meu caro, o jeito é subir de bonde elétrico, daqueles antigos, mas que funcionam que é uma beleza! Pena que no verão europeu estão sempre lotados. Mas vale a pena esperar um pouco nos pontos certos até que passe algum menos cheio!
As calçadas portuguesas dão um show à parte. Com seus mosaicos e pinturas em mármore e pedra, a arte está no ar.....e no chão! Por aqui eu vou seguindo meu caminho e, quem sabe, um dia descobrir novos destinos.......