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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Vida comum


Ter uma vida comum, isso basta. Só em saber que tem um barco ali e se você quiser seguir o sol e remar, pode ir sem medo, é um alívio. Mas só se você quiser!
Gosto da liberdade de decidir o que fazer na vida, de trilhar caminhos, subir o mais alto que puder em uma montanha e olhar o mundo lá de cima. Depois descer correndo e viver tudo lá embaixo. Isso é muito bom! Eu nunca aceitei o estereótipo da mulher aventureira e antenada, moderna e consumista ao extremo. Tudo bem que eu não compro bolsas caras (mesmo porque não tenho tanta grana assim para gastar a toa), mas gosto de vê-las lá na vitrine, lindas! Gosto de sair com algumas poucas amigas de vez em quando, adoro acordar mais cedo e ler vários jornais na web antes de passar aos artigos científicos, esses por obrigação. Ler, aprender coisas novas o tempo todo e ... escrever sobre muitas delas. Se tem alguém que pode ser tachada de "sem foco", essa sou eu. Por mais que todas as terapias do mundo e todas as pessoas super experientes que conheço digam que 'foco' é tudo, também acho bacana essa colcha de retalhos fazer parte da vida, e sem neuras por favor. Sem medo de dar uma guinada de 180º e começar a aprender algo novo, totalmente diferente de tudo que já fiz antes. Seguindo sempre meus princípios, sem nunca fugir deles.



domingo, 22 de maio de 2016

Andes para cima


As montanhas são mágicas! Adoro esses lugares altos e brilhantes. Aliás, sou uma pessoa muito fácil, pois gosto de todas as paisagens! Diferente da praia, que parece mais acessível, basta estalar os dedos e pronto. A montanha exerce sobre mim um certo fascínio, é algo que está sempre a vista, mas nunca ao nosso alcance. Porém, no Chile as duas coisas andam juntas. Andando por Santiago, olhava o tempo todo para o Oriente e lá estava ela, imponente, branca de neve, parecia piscar para mim: a Cordilheira dos Andes. Com o frio que estava fazendo e a nevasca que caíra na semana anterior, a neve chegou mais cedo no mês de abril. As manhãs eram agradáveis, ora caminhando com amigos queridos pelas ruas da cidade, ora num café tomando uma "tetera de té". Adoráveis momentos também às tardes, visitando museus, diferentes artesanatos, subindo os pontos mais altos da cidade. E os Andes sempre lá, até onde a vista alcança. Não deu outra, tivemos que encarar uma subida com 68 curvas fechadas até os 3.100 m de altitude para falar de perto com a montanha (nada que 3 comprimidos de Dramin não resolvam)! A paisagem era deslumbrante, com neve até o joelho em alguns pontos. Chegamos cedo, quase não tinha ninguém lá em cima. Me senti como em um filme, perdida em algum lugar da Sibéria,  imaginava Dr. Jivago caminhando lá longe na neve, misturei vários filmes na cabeça em 30 segundos! Mas antes de chegar à cena final, aparece um condor voando todo poderoso sobre seu reino montanhoso. Entendi que ali não podíamos ficar para sempre. Era o lugar dele. Com a neve começando a derreter nos telhados no final da tarde, era hora de voltar. No caminho ainda paramos para ver uma família de raposas na estrada, estavam pegando os últimos raios de sol antes de se recolherem com os filhotes. Mais uma bela lembrança para ficar guardada na memória para sempre. E assim é a vida, tão perto, tão presente, tão minha!

Ave típica dos Andes, parou para descansar antes de seguir seu voo panorâmico

"Escuela de Nieve"

E ainda não estava aberta a temporada de esqui!

vários filmes na cabeça...

O sol começa a esquentar...

As montanhas respiram aventura e coragem de quem é destemido a escala-las 

Oi!!!

E no meio do caminho tinha... uma família de raposas!

Descendo as 68 curvas!

Por aqui eu andei...


domingo, 15 de maio de 2016

Lugar incomum

De vez em quando é bom sair do lugar comum e se surpreender. Muitas vezes é como sair do casulo e aterrizar em outro planeta. Uma emoção diferente que pode nem estar tão longe assim.... Pois foi assim semana passada no Rio. A exposição "ComCiência" da artista australiana Patricia Piccinini no CCBB é algo de outro mundo! Um neologismo de sentido duplo em suas esculturas nos faz refletir sobre um monte de coisas. Distraidamente se jogar neste estranho mundo tão parecido com o nosso pode ser uma deliciosa aventura. Perceber a reação das pessoas ao redor; das crianças tentando desenvolver um certo tipo de diálogo com as esculturas do mesmo tamanho delas, é bem divertido.....
Perceber também que o bizarro pode despertar um afeto fora do comum. Me senti uma estranha no ninho em meio a seres tão estranhos e tão fofos, para logo depois achar que éramos todos da mesma tribo!!!

"O tão esperado"

"A força de um braço"

"Grande Mãe"

"De bruços"

"Indiviso"

"O substituto"

"O visitante"


terça-feira, 10 de maio de 2016


Se eu acredito em milagre? Não, isso não. Em sonhos, sim. Quer coisa melhor que conseguir realizar um sonho, vivê-lo em sua plenitude, e depois partir para outro, novinho em folha? Estudar algo totalmente diferente, acelerar os neurônios que já estavam ficando preguiçosos, viajar para um lugar desconhecido, aprender um novo instrumento e com ele novas músicas ... Muitas vezes é andar contra o vento, e que sensação boa é essa! Fazer tudo isso ao mesmo tempo e ainda guardar na memória a mais recente e incrível viagem, definitivamente é algo que faz minha alma sorrir a toa!