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sábado, 9 de julho de 2016

Belarús

Castelo de Mir, com seu estilo gótico, é um patrimônio da humanidade da UNESCO

Há recantos no mundo pouco conhecidos, mas nem por isso pouco interessantes. Este vasto mundo por vezes me desperta uma curiosidade além das possibilidades, mas vamos lá... Assistindo a uma entrevista com a tímida escritora bielorrussa Svetlana Alexiévitch, que recebeu o Nobel de literatura em 2015 e esteve na FLIP em Parati, quis conhecer um pouquinho deste pais que se tornou independente da União Soviética nos anos 90. Tenho uma tia, cujo pai era russo, e me recordo vagamente dela falando sobre o carismático e sentimental povo soviético.

Belarús (antiga Bielorrússia) é um remoto país entre a Polônia, Lituânia, Ucrânia e Rússia. Países como, este cheios de história e resistência, são encantadores. Um pouco longe, confesso, mas quem sabe um dia... O país parece blindado do resto do mundo, mas já passou pela mão de ferro da antiga União Soviética e foi uma resistência importante dos judeus contra os nazistas em Minsk. Tenho uma vontade imensa de conhecer os países a Oriente. Deve ser fantástico você chegar num lugar e não ver nenhuma pessoa de seu próprio país, muito menos falando a sua língua ou outra parecida. Os países ocidentais são também maravilhosos, mas a globalização acaba fazendo com que fiquem todos iguais, só muda a paisagem! Ali não. O que mais me chama a atenção é que quase metade de seu território (40%) é coberto por florestas e pântanos; isso não é fantástico?! A maior parte da população, pouco mais de 9 milhões de pessoas, vive em áreas urbanas, principalmente nos arredores de Minsk. Mas não foi fácil viver lá por um tempo. No final da década de 80 o país ficou exposto em grande parte à cinza nuclear da explosão de Chernobyl. E na 2º Guerra Mundial foi o país mais atingido pelos nazistas, invasão que devastou praticamente toda sua população judaica e destruiu nada menos que 209 das 290 cidades existentes. Curiosidades à parte, pessoas daquele país dizem que os eslavos usam a sacada dos apartamentos para guardar quase tudo, desde trenó, esqui, bicicleta, até utensílios, já que não há área de serviço, como aqui. No inverno a sacada é usada como geladeira!!!??? Muito prático, não!? Depois que se separaram da União Soviética, os eslavos começaram a usar a expressão "reforma europeia" (em russo: eBpoPeMoHT - Yevraryemónt), que significa basicamente pintar as paredes no estilo europeu e deixar um pouco de lado o tão usado papel de parede. 

Em um país que por tanto tempo ficou sob o domínio da falecida URSS, não é de se estranhar que falem mais russo que a própria língua local, que a KGB ainda continue funcionando, que os mendigos leiam Dostoiévski (verdade!) e onde os faxineiros falam pelo menos 4 idiomas. Apesar de ainda ser governado por  Lukachenko, ditador de resquícios comunistas, Belarus é um país surpreendente e muito simpático, com toda a sua história de luta e seu povo simples e amável. Pronto, já estou apaixonada de novo... como não?!

Forte de Brest, um dos mais atingidos na Segunda Guerra!

Igreja de Santo Simon e Helena

Minsk no verão - parque Vitória (foto Solange Silberschlag)

Minsk no inverno - parque Vitória

Paisagem com o lago Braslav ao fundo

Biblioteca Nacional de Belarus

Floresta Bialowieza na divisa com a Polônia



É por aqui!

6 comentários:

  1. Uau, Bia, que lugar fantástico, fotos lindas, dá mesmo uma vontade muito grande de visitar um país como este,fascinante, clima inóspito, em quase todos aspectos muito diferentes do que estamos acostumadas, sensacional.
    Beijo, querida.

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    1. É mesmo Maria Célia, certos lugares têm a capacidade para se reerguer depois de tanta tragédia! O país se tornou um belíssimo lugar para visitar, não acha?!
      Bjs

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  2. pelos olhos da Bia, afigura-se um país que desejaríamos visitar e conhecer


    chamavam-lhe Rússia Branca, talvez pela neve


    um dia livrar-se-ão do ditador e do KGB


    beijinhos, Bia

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    Respostas
    1. Pois é Manuela, nem a 2º Guerra Mundial, nem a fumaça tóxica de Chernobyl conseguiram tirar o encanto e a beleza da "Rússia Branca", que bom!
      Beijinho

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