
A cobiça é mesmo ancestral..... Antes de 1700, aventureiros já haviam descoberto nas terras de Minas umas estranhas pedras negras no fundo de um riacho. Qual não foi a surpresa quando, ao trincar uma delas sem querer, descobriram que era ouro! A cidade de Ouro Preto nasceu a partir de então, quando esses aventureiros foram se instalando aos poucos na região em busca do famoso metal. No seu apogeu, surgiram inúmeras construções e igrejas em estilo barroco. É...o ouro reluzia até dentro delas. Inclusive, a 2º igreja com mais ouro no Brasil está ali (mas é proibido fotografar!), a primeira fica no Pelourinho, em Salvador. Mas para que tanto ouro? Os portugueses levaram quase tudo para além mar! Ainda bem que, desde a década de 80, a cidade é protegida pela UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade. Mesmo assim, percebo que é preciso ter um pouco mais de cuidado com esta vila rica encantadora. A educação pede passagem, por favor! Esta minha viagem durou dois dias. Ficamos na Pousada Chico Rei, próxima ao Museu da Inconfidência, na praça Tiradentes, um encanto! Dali se faz tudo a pé: os museus, infinitas igrejas, loginhas de artesanato local, o casario antigo, ladeiras, ladeiras e ladeiras... Aliás, pernas para que te quero. Carro? Esquece, aquelas ruas não foram feitas para os carros de hoje. Subir e descer as estreitas ruazinhas e passagens de paralelepípedo...isso não é para qualquer um não! Uma atração à parte são os restaurantes e cafés, que foram construídos onde eram os antigos calabouços dos escravos, bem abaixo do nível das ruas. À noite, se tranformam em charmosos pubs com música ao vivo. Um dia realmente é pouco. Vale à pena um passeio de uma hora no trem Maria Fumaça, que vai de Ouro Preto a Mariana, outra simpática cidade histórica. Passar uma tarde ali dá para perceber a pacata vida na cidadezinha, sentar na praça para ouvir os pássaros e até capturar algumas imagens pitorescas. Incrível também é a mostra de cinema de Ouro Preto, que já aconteceu 4 vezes. São várias oficinas e exibições de filmes gratuitos por vários dias. Artistas e cineastas costumam passar por ali. Desde a famosa visita de Orson Welles à Vila Rica (seu antigo nome), a cidade tem mesmo vocação para a cultura cinematográfica. Sem dúvida nenhuma, é um lugar que merece uma segunda visita!